Teólogo e humanista neerlandês, mais conhecido por Erasmo de Roterdão, pregou a rectidão em assuntos do Homem. Erasmo optou por uma vida de académico independente, independente de país, independente de laços académicos, de lealdade religiosa, e de tudo que pudesse interferir com a sua liberdade intelectual e a sua expressão literária.
In Wikipedia.
A social-democracia actual, verdadeiramente humanista, devia ser encarada com este espírito de independência. Mas é impossível. Grande parte das forças políticas, sabendo que um distânciamento da demagogia é impeditivo a um lugar de controle e soberania política, organizam-se em Partidos, tentando criar um elo forte com os seus militantes e cedendo pontualmente a outros lobbies para uma maior capitalização política.
Numa sociedade moderna tão complexa, o partidarismo é uma ocorrência normal. O tomar e tirar partido tornaram-se condição corrente. Os acordos políticos do tipo "Se eu apoiar a tua candidatura, o que tens para me dar?", embora mal-vistas pela população em geral e facto de notícia, são um mal-necessário. Acontece em todos os estratos da sociedade. Dizermos que não deve acontecer é utópico. E parece que não há volta a dar. A vida não pode existir em sociedade senão através de concessões recíprocas, já dizia Samuel Johnsom.
Os grandes artigos de opinião na comunicação social e os postais na blogoesfera provam-no que há bastante gente inquieta, descrédita com o Governo. Além do défice público - na minha opinião é mais um défice de inteligência - temos os incêndios florestais na blogosesfera, e com eles os proto-incendiários em todos os lados, a queimar mais um bocadinho . Na realidade, se tomassem uma atitude coerente, teríamos uma mudança refrescante no panorama blogístico. Contudo, o vício da luta partidária demora a morrer.
A independência - política - e a inteligência - técnica - não têm o seu habitat natural no 5º e 6º poder. O 5º poder, a comunicação social de massas, onde a independência e o pouco rigor são apanágios das suas publicações. O 6º poder, os blogs, onde quem escreve toma partido mas com uma abordagem mais intelectual. De certo modo complementam-se.
Afinal de contas, são todos necessários e vitais para o bem-estar social. São os velhos e os novos Observadores. Bem hajam. De verdade.
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