É o que eu acho ser o valor predominante nesta direcção do PSD. Tornaram-se todos meros prostitutos ou meras prostitutas. Não há valores, há a cobrança de favores. Não há confronto de ideias, há a luta por cadeiras.
Não me conformo com a lista de deputados para Braga. Pedro Passos Coelho foi afastado por não ser conveniente haver um deputado que se candidatou contra a líder, no parlamento. Mas este é o mal-menor a meu ver, que dá novo significado às palavras de Manuela Ferreira Leite : estão comigo ou não estarão.
Não me conformo com a lista de deputados para Setúbal. Fernando Negrão foi eleito para a CMSetúbal, e tinha tanto amor à terra dele que aceitou ir para vereador na CMLisboa à primeira vez. Era bom para a carreira dele, como político, e safava o partido de uma alhada criada com a saída de Pedro Santana Lopes - e que continua a andar por aí - e Carmona Rodrigues. Ainda se candidatou à Distrital de Setúbal, aliado a Luís Rodrigues, e perdeu, contra Bruno Vitorino e uma das mais jovens equipas de sociais-democratas que conheço. Mas foi recuperado e colocado como cabeça-de-lista por Setúbal.
Não me conformo com a lista de deputados para Lisboa. Temos Helena Lopes da Costa (arguida ou já acusada?) com um processo por abuso de poder do tempo em que foi vereadora da CMLisboa, amigalhaça da líder actual e que não se esqueceu de pagar assim os votos a seu favor que esta lhe arregimentou. Sim, porque Helena Lopes da Costa concorreu contra Carlos Carreiras para a Distrital de Lisboa e perdeu, acompanhada por Isaltino Morais na noite da derrota - mas arranjou-lhe os votos que tinha arregimentado nas últimas distritais. E o caso mais bicudo, António Preto, ex-líder da distrital de Lisboa, amigo da líder actual e que foi o responsável por financiar o contact-center da sua candidatura. O favor não podia ficar sem pagar, claro está. E foi caro!
Agora, vamos por partes. Porque é que há tanta discussão em torno das listas de deputados? Mesmo tendo havido só a permanência de cerca de 20% dos deputados da anterior legislatura - que na verdade , era mesmo má, tão má como Pedro Santana Lopes - esta renovação unilateral crispou e exaltou o fraccionismo instalado no PSD. Não há pão para tanta gente, andam todos a lutar por uma carreira política, e a distribuição de cargos políticos (os que são realmente políticos, os que exercem o poder político e podem criar leis, que é só no poder central) para o PSD , que vai ser mais uma vez oposição , nesta próxima legislativa, vai estar limitada à A.R. . E esta é sempre uma belíssima montra da nossa classe política:
- Deixaram cair em saco roto a legislação e variadas iniciativas anti-corrupção.
- Não querem ser limitados no exercício dos seus cargos políticos e profissionais.
- Acham-se no direito de serem tratados como super-cidadãos, só porque são deputados.
- Contam-se pelos dedos aqueles deputados que têm capacidades oratórias acima da média.
- Os debates são uma farsa combinada.
- Faltam demasiado durante a legislatura.
- Aprovam leis inconstitucionais, vetadas pelo Presidente da República e que não passam claro está no Tribunal Constitucional.
Enfim, será que vale a pena votar neste PSD?
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