2006-02-05

A estratégia da Microsoft

Tivemos nesta última semana a notícia do (grande) negócio da Microsoft, que não deixa de ser uma (boa) oportunidade de Portugal recuperar do marasmo tecnológico geral que têm estado imerso.

Este evento, comemorado com grandes honras pelo Governo Português, prestigia (demais) a Microsoft. Pois é, meus caros, eu não me esqueço que sou português, tenho orgulho em sê-lo, e em vez de ficar de boca aberta, prefiro tomar uma atitude mais conservadora e direitista. Pois até parece que já é moda, com a adesão do Partido Socialista. Sejam bem-vindos.

Então, afinal, com que ficamos? 18 mega-acordos com uma empresa que nem ficou nos Top 100 das melhores empresas que cultivam a ética e o espírito de cidadania nos Estados Unidos? De uma coisa podem ter a certeza, a Microsoft não nos está a fazer algum favor. Business as usual.

Com estes acordos, vai ser reforçado o carácter de país virado para a prestação de serviços. Vamos ter mais investimento no sector terciário. Teremos melhorias globais no nosso desempenho, mas continua-nos a faltar uma marca diferenciadora que nos torne ainda mais competitivos daqui a 10 anos, em relação ao resto da Europa.

A longo prazo, uma economia social não é sustentável se não tiver um sector empresarial e industrial forte, dinâmico, e que consiga criar e vender produtos realmente inovadores. E para isso, falta-nos cultura, conhecimento por dentro e mais empresas como a YDreams ou a Critical Software. Porque o que é mesmo importante, é criar riqueza nacional.

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