2007-04-29

Escolhas e Escolhos

The Time to Break Silence speech by Martin Luther King

If we will but make the right choice, we will be able to speed up the day, all over America and all over the world, when justice will roll down like waters, and righteousness like a mighty stream.


Têm sido constante a minha participação como blogger na blogosfera de Oeiras. Porém, devido a compromissos assumidos recentemente, devo alertar os meus leitores de que nos próximos tempos não irei actualizar o blog tão frequentemente, remetendo esta tarefa para um "hábito semanal".

Deixo como leitura recomendada este documento esclarecedor da fundação "Konrad Adenauer Stiftung" do Brasil, país maravilhoso com uma natureza fantástica e um povo acolhedor mas a mãos com um problema gravíssimo que põe em causa a democracia. Recomendo este documento da mesma fundação, dedicado à prevenção e combate da corrupção a nível autárquico.

Deixando o Brasil e falando de Portugal, dá que pensar como é que um país como o nosso teima em continuar pequenino na cabeça de muita gente, nas suas façanhas e atitudes, em que se confundem direitos cívicos com atitudes moralistas e a governação com meras questões privadas. Não é que sejamos especiais, até nos USofA isto acontece!

Lamento neste momento em que todos devíamos exigir justiça e lutar pelos nossos direitos civis democráticos contra a "descentralização da estupidez", ainda tenhamos que aturar governantes e ex-governantes, do poder central ao local, como o ex-Ministro Pina Moura (PS) que se baseia em pressupostos ideológicos para justificar a nomeação para cargos não-executivos, ou o despudor oportunista na justificação de manter os pelouros atribuídos pelo movimento IOMAF, citando a resposta do vereador Emanuel Martins (PS) ao facto de Isaltino Morais estar acusado de crimes de corrupção, branqueamento, peculato, abuso de poder, etc, pelo Ministério Público: "É um problema que diz respeito a ele, é uma questão privada." (sic)

O exercício de um cargo público nunca foi nem deve passar a ser uma questão privada.

Gestão de Resíduos - Inovação Tecnológica e Novos Negócios

Vai decorrer no Centro de Congressos do Taguspark, dias 10 e 11 Maio, uma workshop sobre resíduos urbanos e resíduos de construção e demolição.

Inscrições através do secretariado do Observatório de Prospectiva da Engenharia e da Tecnologia (opet@opet-online.org).


Mais informações aqui

2007-04-27

Para os que têm problemas de consciência...

Recomendo um local para os actuais apoiantes de Isaltino Morais, cada vez mais desesperados. Chama-se "Consciência´s" e é, como tinha que ser, em Algés.


Fez-me lembrar o "Consciência Crítica", coitado, que agora deu uma de esquizofrénico e começou a disparatar para todo o lado. Desejo-lhe as melhoras e não se esqueça, o "Consciência´s" está mesmo ao pé de si!

2007-04-26

Comentário ao Povo Livre

Transcrevo e comento a seguinte notícia publicada no Povo Livre (e acho muito bem ele ter ido lá ao Poceirão em vez da Ota) :

Luís Marques Mendes considera que a escolha da Ota para o futuro aeroporto de Lisboa não pode ser apresentada como um facto consumado [mesmo que tenha sido considerado pelo governo de Durão Barroso como a única opção viável] e exortou o governo a estudar outras alternativas como o Poceirão [vale sempre a pena realizar-se mais estudos desde que se tomem as decisões certas no tempo certo]. «Um aeroporto é uma infra-estrutura importantíssima para décadas [20, 30, 40 anos] e, por isso, é fundamental que se encontre a solução mais económica, porque Portugal não é um país rico [mas parece que é], e a melhor solução do ponto de vista do ordenamento do território [a norte de Lisboa porque é onde estão a maior parte das PME, pergunte à Isabel Damasceno, salientou o líder do PSD, depois de uma visita à zona do Poceirão (Palmela), que tem vindo a ser apontada por alguns técnicos como um espaço privilegiado para a construção do novo aeroporto de Lisboa. Para Marques Mendes, não há nenhum técnico que não diga que há alternativas melhores do que a Ota [eu sou um dos primeiros a dizer uma alternativa mas que não é do agrado da Área Metropolitana de Lisboa - a Sul de Santarém, mesmo no centro do país]. «Esta teimosia do governo é muito cara e pode hipotecar o futuro. Aos políticos compete mandar estudar [e decidir] as soluções possíveis, não impeçam é que Faias, Poceirão, Rio Frio, Porto Alto, seja o que for, nesta zona, sejam estudados», reiterou, lembrando que esta visita se justifica porque o Poceirão é «uma boa alternativa à OTA - mais barata, mais económica, mais eficaz e mais operacional» [embora não hajam estudos credíveis para sustentar estas afirmações].

Antes, o professor Paulino Pereira, da Secção de Urbanismo, Transportes, Vias e Sistemas do Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura do Instituto Superior Técnico [que não têm experiência técnica em aeroportos mas em auto-estradas e que dá aulas na Fac. Eng. Univ. Católica no Taguspark], fez uma exposição sobre as vantagens da construção do novo aeroporto de Lisboa na margem sul do Tejo. Paulino Pereira começou por lembrar que o Estado Novo tinha previsto a construção do novo aeroporto de Lisboa num terreno de 4.000 a 5.000 hectares e que mais tarde, em 1999, foram apontadas duas localizações possíveis - Rio Frio Este/Oeste e Rio Frio Norte/Sul, assegurando que a Ota nunca teve vantagens relativamente a qualquer uma destas duas alternativas. «Para eliminar Rio Frio, foi feito um estudo ambiental que merece as maiores reservas [merece a Reserva Natural do Estuário do Sado e a Reserva Natural do Estuário do Tejo, claro está], porque se consideraram alguns itens perfeitamente fora de contexto, como por exemplo o próprio montado de sobro, que não permitia eliminar determinadas zonas [se na Portucale foi o que foi, agora para um aeroporto, está tudo bem?], e o aquífero [o maior da Península Ibérica], sabendo nós que na zona de Montejunto e na Ota, os aquíferos são precisamente recarregados pelos circuitos de aproximação dos aviões [tecnicamente os circuitos de aproximação são pelo ar e não em terra, deve tê-los confundido com as auto-estradas, disse.

«Por outro lado, também é preciso ter em consideração que no capítulo relativo à colisão das aves, um dos aspectos que levou ao chumbo ambiental desta zona foi, parece, como foi dito por um colega do IST[José Manuel Viegas, vá lá, diz lá o nome], o facto de [o estudo ambiental] ser bastante coxo[porque não leu o 2º relatório publicado pela entidade contratada da ICAO para aprofundar o estudo, ficando-se pelo preliminar]».

O estudo, segundo este técnico, «não tem características nenhumas [não é verdade, é assente numa metodologia de comparação com o aeroporto de Faro, junto a uma reserva natural com avifauna, e contabilização de espécies migrantes e residentes] nem as condicionantes que lá foram apresentadas têm a mais pequena lógica [para um engenheiro civil sem formação em estruturas aero-portuárias, é claro que não faz a mais pequena lógica porque desconhece por completo essas condicionantes, acrescentou, defendendo a realização de novo estudo ambiental na margem sul do Tejo [porque não? Pede financiamento ao BES que eles dão, são parte interessada].

Paulino Pereira criticou também a alegada dualidade de critérios que terá existido com a opção do governo de instalar uma plataforma logística no Poceirão, na mesma zona [não foi bem a mesma, Poceirão fica a alguns quilómetros de Rio Frio] que foi chumbada por razões ambientais para a construção do novo aeroporto de Lisboa [é fácil de explicar, uma é para ferrovia, outra era para aviões. Portanto, os critérios têm que ser diferentes].

«Entendo que esta zona vai ter capacidade para se tornar o grande nó ferroviário, rodoviário e de ligação aos portos e o grande aeroporto de Lisboa. Tudo isto precisa de apoio logístico e a opção de terem posto aqui a base logística do Poceirão, a maior do país, tem toda a lógica [devido à proximidade do Porto de Setúbal que irá funcionar como ponto de entrada logístico de mercadorias para o Sul e para Espanha. O Porto de Lisboa continuará a ser o ponto de entrada de passageiros em turismo, com o NAL a norte de Lisboa, sem custos de travessia para a outra margem se o NAL ficasse a Sul , manifestou o professor do IST, contrapondo as limitações existentes na zona da Ota.

Assegurando que nunca viu ninguém defender a Ota sob o ponto de vista de engenharia ou de linha aérea [A TAP defende, o seu Presidente Executivo já o afirmou várias vezes, que é engenheiro, piloto e um brilhante gestor. E eu também :-) ], Paulino Pereira concluiu que a Ota «é uma má solução» [é verdade, e na Margem Sul ainda mais] e que a Península de Setúbal «tem características fantásticas» para a construção do novo aeroporto internacional de Lisboa [só se fôr para promover o sector turístico - praias, serra, mar - e criar uma nova metrópole na margem sul].

Dito.

Bem, tinha que ser...

Já o tinha referido em Fevereiro.

O círculo completa-se.

Interesses Público-Privados

Arrancou recentemente a fase comercial - novos prédios de habitação, centro comercial, etc - na zona ao pé do Taguspark. Este empreendimento, Cabanas Golf - zona 2 do mapa - é um sítio excelente, bem situado às portas de Lisboa, onde os principais investidores tiveram até direito a uma recente visita ao local de helicóptero.

Mapa da zona Taguspark.

Parte do plano integrado do Taguspark, ex libris de Isaltino Morais, este empreendimento - previsto para já estar completado em 2000 mas que ficou adiado até IM ganhar as últimas autárquicas - vai aumentar a população residencial de Oeiras, concentrando-a na franja do concelho, numa zona em que ainda falta ser construída o eixo norte rodoviário, transversal a Oeiras.

Isto vai ter vantagens:

- Teremos mais oferta residencial (mais 1 hotel e prédios de habitação).

E desvantagens:

- aumento de tráfego rodoviário numa zona já de si penalizada com todos os acessos a concentrarem-se nas rotundas a Norte para o IC19 e outra a Sul em Porto Salvo.

O que critico neste desenvolvimento urbano é a falta de vias rápidas que saiam deste complexo de luxo em direcção a Cascais ou Lisboa, passando por Queijas, área onde se têm assistido a um brutal aumento de loteamento residencial, visível para quem passa pela A5 no Jamor. Não estou contra o desenvolvimento urbanístico mas contra a "política de betão" onde as infraestruturas de suporte à vida dos munícipes só aparecem anos depois das populações estarem lá fixadas. E até lá, que se aguentem, e todos os outros que vivem à sua volta.

A terraplanagem já começou.

A este atraso na construção de infraestruturas rodoviárias, teremos uma situação de "facto consumado", onde os próximos governantes de Oeiras terão que resolver este problema no Concelho de Oeiras. É um problema identificado há vários anos, mas que teima em não arrancar do papel.

Tomar a opção política de avançar com o licenciamento e construção de novos focos populacionais em Oeiras, de média densidade se comparados com a Quinta do Marquês, vai acarretar maiores problemas de acessibilidade e degradar a qualidade de vida dos presentes e futuros munícipes de Oeiras.

P.S.: A extensão da urbanização na zona 3, para o lado do vale de Barcarena ao pé do Centro Equestre já começou, também com terraplanagens.

Skaters Paradise

Ò Carmona, pá... afinal o Túnel do Marquês já foi inaugurado!
"Team Asfalto" a ripar o Marquês até serem apanhados.

2007-04-25

25 Abril

Mario Lino e Ambientalistas

O almoço de hoje foi solicitado pelas associações ambientalistas, na sequência das novas localizações propostas para a construção do novo aeroporto internacional de Lisboa na margem Sul do Tejo, nomeadamente Faias e Poceirão.

Para Mário Lino, "a localização do aeroporto na margem Sul do Tejo implica construir, de raiz, uma nova centralidade do país numa zona altamente vulnerável do ponto de vista ambiental e da segurança aeronáutica, pelo que é uma solução inviável".

Em declarações no final do almoço, o vice-presidente da Quercus, Francisco Ferreira, afirmou que "Rio Frio é uma opção inviável do ponto de vista do ordenamento do território, da protecção dos passageiros que circulam nas aeronaves e da importância do maior aquífero da Península Ibérica, representando a degradação de uma reserva de água fundamental para a próxima década".

"Reafirmo que a Ota não é uma opção que satisfaça do ponto de vista ambiental. A Ota tem vários problemas ambientais e é necessária uma avaliação, mas a localização do novo aeroporto na margem Sul é inviável", declarou Francisco Ferreira.

"A Ota tem impactos ambientais muito grandes, mas não são tão dramáticos e irreversíveis como a opção pela margem Sul", concluiu o ambientalista.

Joanaz de Melo, do Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (Geota), afirmou que "das opções já estudadas [Ota e Rio Frio], a Ota é a solução menos má."

Eugénio Sequeira, da Liga para a Protecção da Natureza (LPN), apesar de considerar que "qualquer localização a Sul causa danos irreversíveis", sublinhou o facto da localização do aeroporto na Ota "levantar problemas", o que exige um estudo de impacto ambiental "mais pormenorizado" sobre a Ota.

Para o ambientalista, o Sul é "inaceitável", sustentando que "entre o Sul e o Norte, a Ota é a melhor opção".

24.04.2007 - 18h51 Lusa

2007-04-24

Esta semana...

Peixeirada em Oeiras!

Uma das ideias do senso comum que adquirimos ao longo da vida é a de que a peixeirada é coisa de gente pobres, os ricos [caciques, políticos, empresários corruptos] nunca perdem a compostura e são sempre de uma educação extrema... ficámos a saber que afinal isso é uma falsa ideia, os nossos ricos também sabem fazer peixeiradas capazes de enriquecer o nosso já longo dicionário de calão.

in Jumento

2007-04-23

Transportes Públicos no Séc. XXI

Uma visão do que pode vir a ser o meio generalizado de transporte público no séc. XXI.

O Surreal na Política Portuguesa

O que se está a passar na política portuguesa é deveras surreal. Lembra-me um filme de "Bernardo Bertolluci" - 1970, nada "holywoodesco"- a "Estratégia da Aranha", onde o cidadão anónimo se confronta com a mentira sexy, os símbolos e ideais falsos de um regime político. Nele, o realizador alerta para a necessidade de uma personalidade forte para manter a sua capacidade analítica e espírito crítico, sem se deixar controlar pelo ambiente surrealista criado e controlado pelo regime político.

Vêm-me à memória, não sei, vá-se lá saber, se calhar alguém me contou, as conversas do primeiro-ministro com jornalistas na linha da frente, os milhares de emails enviados pelo centro de comunicações socialista, as pressões criadas a directores de informação, a propaganda, sempre a propaganda, o imiscuir do mais baixo nível na comunicação social sem guardar as respectivas distâncias.

Basicamente, temos um governo - básico - que chegou ao poder com promessas impossíveis de cumprir, mas que agradou à maioria do eleitorado português. Criou-se um clima novo na política portuguesa, onde o estado de graça parece estender-se infinitamente, reflexo das alterações climáticas não vá o céu cair-lhes em cima e que até já entraram na linha programática do CDS - cada vez mais - PP.

Numa altura em que Portugal se encontra num estado frágil, a precisar de cuidados intensivos, temos governantes que desejam aumentar a sua influência política nos órgãos de comunicação social. Isto porquê? Seremos assim tão influenciáveis pelo marketing político? Sim.

Portugal ainda não está suficientemente preparado para um novo regime de participação política. Sou um adepto da Democracia Directa. Não me importo, como na Confederação Helvética o fazem, de me informar e de decidir, votando 5, 10, 20 vezes por ano, matérias de assunto federal ou cantonal. Mas em Portugal, com a nossa falta de cultura - falta de interesse perhaps - e défice de cidadania, não resultava. Seria mais um instrumento à disposição de grupos de pressão. E isso aumentaria o nosso desgoverno. Uma mentira repetida vezes sem conta acaba por se tornar uma verdade pública.

Se tenho pena de ter um país assim? É claro, mas isso não me leva a baixar os braços. Num momento onde a esperança por algo melhor que um abismo sem-fundo que se tornou a anterior governação levou a um Estado que se arrisca a adquirir características ad perpetum, nunca os últimos 30 anos de democracia se conheceu um governo tão centralizador de poder como este. Para que serviu então o 25 de Abril?

Nota à parte:

A minha opinião técnica sobrepõe-se sempre à do partido. Sou a favor da Ota por ser a opção que menor impacte ambiental têm. Não teria dúvidas nenhumas que se se fizesse um referendo sobre o NAL, o projecto da Ota seria cancelado. Enganar a opinião pública é fácil, desde que se multipliquem e subam de tom as vozes da discórdia. Mas quando um cidadão se preocupa com o rigor da informação que lhe é prestada, aí as coisas passam a ser radicalmente diferentes.

Veio a público, no penúltimo número do Expresso, um artigo de resposta em que um comentador muito citado pelos que estão contra a Ota, explicava que disse mas não queria dizer que a Ota estava directamente relacionada com uma situação que levou a um trágico
acidente da Força Aérea Portuguesa na Serra dos Carvalhos, ao pé de Coimbra (!) E que afinal ele não era um académico do Instituto Superior Técnico, mas um professor convidado na faculdade de Arquitectura da UTL. E que, por fim, quem lhe tinha dito aquilo dos problemas do nevoeiro e ventos cruzados não tinha sido um piloto da FAP, mas uma espécie de "especialista aeronáutico prestigiado" mas sem o querer referir. Isto porque ou repunha a verdade ou ficava descredibilizado. Reconheceu o erro, embora acabe por tentar "suavizar a coisa" com um "talvez", omitindo as suas fontes.

Se aprofundarmos os argumentos apresentados por ele e outros auto-intitulados "especialistas aeronáuticos
prestigiados" e compararmos com o que se passa em outros aeroportos internacionais na Europa, acabamos por verificar que afinal não têm fundamento técnico. Para um leitor incauto, isso passava completamente ao lado. Os detalhes são uma coisa tremendamente chata. É que é preciso estar bem informado.

Acordar

Acordar - Rádio Macau

2007-04-22

Mais vale tarde do que nunca

Ora aqui está, uma medida que andava a defender há muito tempo.

Se há reformas que devem ser feitas, a bem da nação e para a normalização da função política na sociedade portuguesa, nada melhor do que serem os partidos na Assembleia da República a darem o mote.


Como não há PS que valha, a luta continua, com o PSD.

2007-04-20

A JSD vai a votos


Dias 20, 21 e 22 Abril irá decorrer o XIX congresso da JSD, em Espinho. Haverá transmissão em directo via internet. Aceda ao site do evento.

Este congresso ditará quem vai ser o pŕoximo líder da JSD, com os principais candidatos à liderança a serem Pedro Rodrigues (parece-me ser um gajo fixe), de Braga e Bruno Ventura, de Lisboa.

Consultar artigo do Jornal Regional. Nas últimas eleições legislativas em 2005 a JSD perdeu os 20 deputados que tinha, com Pedro Santana Lopes à frente do partido.

2007-04-19

Falar de Políticas em Oeiras

Muito pouca gente fala de políticas na blogosfera de Oeiras. Parece que têm medo em mostrar as suas ideias ou projectos para Oeiras. Até pensei em lançar um concurso do tipo: "Se fosse Presidente da Junta de Freguesia/Câmara Municipal de Oeiras, o que é que faria?". Mas estou bastante céptico quanto à futura adesão.

Será que há alguma
inércia em pensar no que se quer para a terra de Oeiras? E quando chegarmos à altura de decidir o que achamos ser o melhor para o Concelho, votando nas eleições autárquicas? Daremos a mão à palmatória e deixamo-nos "enrolar" no programa eleitoral dos políticos, alguns mais comprometidos que outros com os interesses instalados no município?

Penso que o défice de participação política no concelho deve ser um dos menores a nível nacional. A abstenção, por norma, é baixa em relação aos outros concelhos de Portugal. Temos a população mais bem formada de Portugal, rivalizando com a Capital. É certo que há-de chegar o momento em que a máquina eleitoral arranca, mas até lá, por onde andam as ideias, o que pensa a Sociedade Civil em Oeiras, de Oeiras?

A política é uma coisa, os políticos são outra. Falar do que os políticos são ou deixaram de ser pode ser um bom ponto de partida para dar à língua em conversas de café, mas falar de políticas para o concelho de Oeiras é um assunto sério que devia receber mais atenção, especialmente dos participantes da blogosfera ou da própria vereação do PSD na CMO .

Do Marrocos Profundo



E se gosta deste tipo de músicas, não perca o próximo...

Festival de Músicas do Mundo 2007!

Um espectáculo único!

Em 2006, da Índia...

Trilok Gurtu!

Na mesma edição, da Finlândia...

Varttina!

2007-04-17

Condição humana


O acordar e adormecer, na cidade e na estrada, de novos a velhos, excluidos, perdidos.

Palestras sobre Inovação na Energia

Decorrerá amanhã no IST, Torre Norte, Anfiteatro EA2, uma palestra sobre Inovações na área da Energia, a partir das 12:00.

Quem estiver interessado, apareça que a entrada é livre e poderá trocar impressões no final da palestra com investigadores portugueses que trabalham na área da energia, desde as renováveis à nuclear.

Nota: O ambiente é académico e os políticos ficam à porta :-)

2007-04-14

Opção Nuclear 2

A partir do fórum do PSD que aborda o programa do partido, realço este comentário do Joaquim Carneiro:

"A energia eléctrica é muito cara. Comparando em termos de equivalência energética com o petróleo, em Portugal o equivalente eléctrico de um barril de petróleo custa 200€. Sabendo que a potência eléctrica média consumida em Portugal é cerca de 4500 MW, seria viável ter hoje a funcionar um conjunto de três reactores nucleares de 1300 MW cada. Em média, a construção de um reactor nuclear com potência instalada de 1300 MW resulta num custo total anual de 275 M€, considerando a sua amortização em 40 anos. Dividindo o custo total por oito mil horas de laboração anual a 1300 MW de potência eléctrica, obtém-se um custo médio de 2,65 cêntimos por kWh de electricidade produzida pela via nuclear (isto é, apenas 40% do custo actual). Como cerca de 1/3 da energia consumida pelos portugueses é de natureza eléctrica, então a energia nuclear poderia fornecer 25% do consumo total da energia.

Além dos aspectos positivos sobre a utilização da energia nuclear que foram referidos anteriormente, diria ainda que a opção nuclear contribuiria também para a criação de condições favoráveis ao aparecimento e desenvolvimento de empresas satélites modernas, com elevada componente tecnológica e dotadas de recursos humanos eficientes e altamente qualificados. Contudo não há bela sem senão. A opção nuclear, como todas as opções, tem uma parte positiva e uma parte negativa. Aspectos relacionados com o risco e as consequências de acidente, o armazenamento dos resíduos radioactivos e o perigo de atentados terroristas representam a componente negativa da opção nuclear. "


Se o país quiser aderir ao mundo da energia nuclear, aderindo às boas práticas dos outros países europeus, terá que se comprometer com esta opção em pelo menos meio século. O custo de produção é muito mais barato que a energia eólica, cara e inconstante, embora esta não tenha associado o problema de resíduos radioactivos.

Central Nuclear PG&E "Diablo Canyon".

Esta opção, a nuclear, não é possível de ser implementada rapidamente. Num seminário a que assisti, promovido pela EDP, um cenário hipotético de instalação de uma central nuclear em Portugal seria, à partida, dificultado pela falta de pessoal técnico habilitado e falta de infraestruturas para a construção, operação e armazenamento de resíduos radioactivos. Isto se o Governo o permitir. O que torna esta questão política.

Sala de Simulação e Treino da equipa de controlo da central nuclear.

Esta opção teria que receber o consentimento de pelo menos dos dois maiores partidos políticos. Como se trata de uma obra de importância pública - embora possa ser construída e operada por privados - o "espectro do nuclear" torna o tema da energia nuclear quase como se fosse um assunto tabu. É claro que a DGGE não se quer meter nisto. Nem o MEI. Nem este governo, pelo menos nesta legislatura.

Turbina da Central Nuclear para produção de energia eléctrica.

No futuro, com os aumentos da tarifa de energia eléctrica, esta questão terá que ser abordada. Mas como nos últimos tempos tenho assistido a autênticas "telenovelas políticas", onde pessoal não-técnico mete-se em assuntos técnicos sem a devida preparação e a deputados que intitulam ministros de mentirosos, e ministros a chamarem aos deputados de estúpidos, não me parece que seja assim tão cedo.

Conversas ao Pequeno-Almoço


Decorre dia 18 de Abril, pelas 08:30, no bar do Núcleo Central do Taguspark, o pequeno-almoço organizado pelo Taguspark, com a presença do Eng. Mira Amaral.

Será abordado o assunto "Capital de Risco em Portugal".

O Capital de Risco é um forma de financiar empresas com elevado potencial de crescimento, que envolve a participação minoritária e temporária no seu capital social, pela aquisição de acções, quotas ou qualquer outro instrumento que possa ser convertido em acções numa data futura, tendo como objectivo promover a sua rentabilização, de forma a obter o retorno dos fundos aplicados e um lucro adicional elevado através da venda dessas participações sociais.

O capital de risco é um produto financeiro que, pelas suas características, é especialmente adequado para PME's orientadas para a inovação, que estando envolvidas em actividades de alta tecnologia, não dispõem de acesso ao mercado de capitais nem a outras fontes tradicionais de financiamento. Esta participação assenta numa partilha do risco entre a empresa e a Sociedade de Capital de Risco (SCR), que tem como objectivo facultar recursos financeiros estáveis e duradouros à empresa aderente como forma de apoio e promoção do investimento e da inovação tecnológica. Em Portugal, no entanto, a maioria das SCR obrigam à recompra das participações pelos accionistas da empresa participada.

2007-04-10

Sem comentários



Piratas...ambientalistas?


Um grupo de ambientalistas sai da Greenpeace porque esta era demasiado soft e acabam por fundar a "Sea Sheperd".

Este é o último vídeo de aventuras deles na Antártica. Só vendo...

2007-04-09

Aquecimento global

Os ursos polares também sofrem...

2007-04-08

RSU

Poucos portugueses fazem reciclagem. Os mais novos têm maior facilidade em alterar os seus hábitos, mas a população adulta ainda não o faz em larga maioria. Os humanos são "animais de hábitos enraizados" no que toca ao ambiente que têm em casa.

O preço não é um obstáculo (caixas de 2.5€ no IKEA com 22 litros de capacidade) e até há mesmo freguesias (Linda-a-Velha) que oferecem os "baldes ecológicos".

A falta de ilhas ecológicas cada vez é menos um problema. Os materiais recicláveis são facilmente acomodáveis em caixotes e transportados para um local mais distante de casa. As freguesias têm feito um esforço em equipar todos os pontos de colecta de RSU com ecopontos - já vão em 25000 espalhados por todo o país.

Há cerca de 2 meses - por ter mudado os meus hábitos - comecei a fazer reciclagem selectiva com 4 caixas de 22 l que adquiri por 10€ no IKEA. As caixas são transparentes, empilháveis e fáceis de transportar. Os resultados foram:
  1. maior contribuição para o bairro onde vivo do volume de resíduos sólidos urbanos (RSU) reciclados - vidro, papel, plástico, óleos usados. A quantidade de plástico e de papel que reciclava era abismal, em muito superior ao lixo não-reciclável.
  2. maior atenção pessoal em questões que afectam o ambiente, tais como o consumo desenfreado. Isto acaba por contribuir para um ambiente sustentável e até poupo nos meus gastos.
  3. menor tempo perdido com um menor número de idas à "ilha ecológica" - Em vez do "saquinho de plástico" para o lixo, passei a ter 4 recipientes com uma capacidade total de 88 litros. Convém que esta capacidade seja maior para famílias com filhos.
Embora possa parecer irrelevante estar a abordar este assunto, na prática se toda a gente fizesse reciclagem, 80% dos produtos de consumo poderiam ser utilizados para outros fins. Além de tornar esses produtos mais baratos - por serem reintroduzidos no canal de comercialização - a poupança energética que se obtém em evitar a transformação das matérias primas no produto final é significativa.

Deitar para o lixo resíduos que podem vir a ser reciclados é contribuir para o problema de falta de capacidade dos aterros sanitários. É que aquilo - o lixo - vai ter que ficar em algum lado, e mesmo que fosse incinerado, a emissão de dioxinas com a sua queima seria prejudicial para a saúde pública.

Só com o envolvimento de cada cidadão, onde cada um implementa a "sua" política ambiental - sim porque a definição de políticas não é uma coisa exclusiva das elites - é que se pode combater este problema ambiental.

Se não o fizermos, maior número de aterros sanitários serão precisos, com os conflitos sociais que isso acarreta. Ninguém quer gramar o "cheiro" de um aterro ao pé da sua casa - que o digam os habitantes ao pé de Trajouce, que ficou selado "só" 6 anos depois de ter começado a receber os RSU de Cascais, Sintra, Oeiras e Mafra.

A título informativo, é a Tratolixo, uma EIM, que trata da gestão dos RSU em Oeiras e nos restantes concelhos, Mafra, Cascais e Sintra. A empresa COLEU faz a recolha e transporte de resíduos sólidos urbanos, com especial incidência nos resíduos recicláveis. O aumento da reciclagem têm sido muito positivo mas ainda é insuficiente.

Também sei que a nível político, falar do lixo "parece mal". Contudo, os resultados práticos que se podem obter a longo prazo superam as expectativas iniciais. Que o diga o actual primeiro-ministro, que começou como o "homem dos aterros sanitários" e que "acabou com as lixeiras em Portugal".

Parece mentira, não é?

2007-04-06

Ota - Custo vs Risco

Ota? Claro que sim!

Comento o artigo do Expresso da autoria de Luís Leite Pinto - e que ao que parece passa por este Blog algumas vezes. Gostaria de contrapôr o artigo, já que há algumas - vou ser simpático - inexactidões no seu artigo. Pelo menos as que me lembrei ir aprofundar, colhendo os dados presentes no site da Naer.

1 - Geotecnia e Tratamento de Terreno e acção sísmica.

Os terrenos identificados como os locais alternativos a realizar o NAL, estão assentes num aquífero importante e constituem a maior reserva de água doce em Portugal, que convém que não seja destruída ou contaminada com a instalação e operação de um Aeroporto.

Podia ter referido a falha de Setúbal-Pinhal Novo, ao pé de Poceirão e que passa mesmo em Rio Frio, e outras que estão bem identificadas, paralelas a essa. Ademais, o facto de o solo ser por natureza macio, constitui um maior risco para as infraestruturas aeroportuárias, como indicado pelo estudo da Parsons sobre riscos sísmicos: "O facto de um edifício se encontrar implantado sobre um solo macio pode ser, só por si, um factor de risco."

Na verdade, isto não é nada de novo. Há muitos exemplos na História que apresentam o resultado catastrófico de se terem construído edifícios em zonas macias e que ampliaram os efeitos dos sismos. Foi o que aconteceu em 1906 na cidade de S.Francisco. A parte alta da cidade sofreu menos estragos que a parte baixa, que possuía um solo macio.

Mapa das Falhas Sísmicas na zona do Vale do Tejo

Para aumentar a consolidação dos solos na Ota, são realizadas obras no terreno para minorar os danos que possa causar um sismo de magnitude elevada. Essas mesmas obras teriam que ser feitas - a um menor custo é certo - também no Rio Frio/Poceirão/Faias já que está sob a acção da falha responsável pelo sismo de Lisboa, e essa Praga pode vir a ter um maior custo, se fôrem detectados lençóis freáticos na zona de implantação do aeroporto que estejam demasiado perto do solo e que contribuam com fenómenos de liquefacção - opção posta de parte pelos técnicos em Rio Frio mas que não chegaram a estudar a zona de Faias, onde a captação de água é a maior no concelho do Montijo.

Concluindo, e analisando os resultados para o NAL no local escolhido, "a região da Ota, situa-se junto ao bordo da Bacia Lusitaniana, apresenta uma espessura de sedimentos menor que outras regiões da mesma bacia. Neste sentido, e caso a avaliação do impacte ambiental se venha a colocar em termos de alternativa entre locais, a avaliação à priori é a da existência de efeitos de sítio não muito significativos".

2- Movimentos de Terras e Custos.

Devido a uma optimização no planeamento do aeroporto na Ota, o nº de milhões de metros cúbicos de terras para o perfil da pista 01L/19R baixou consideravelmente, de 3.500.000 m3 para 1.400.000 m3. Também foi possível baixar os custos para 2.5 mil milhões de €, cumprindo inteiramente com a regulamentação ICAO Anexo 14, com optimizações no tipo de pavimento a ser utilizado, nova arquitectura do aeroporto, e deslocamento da linha do TGV - que agora não passa no meio mas a Oeste do Aeroporto.

Existem outras características que deveriam ser abordadas, nomeadamente, o custo de desvio de linhas de alta tensão na margem sul, amplamente superiores aos da Ota, com linhas de alta e média tensão a terem que ser deslocadas em Rio Frio, na zona de aproximação ao NAL nas localizações propostas para a margem sul.

3 - Impossibilidade de Expansão.

Está previsto o aeroporto ter um tempo de vida útil de 50 anos, se se continuar a aumentar o tráfego aéreo civil à taxa actual. Contudo, daqui a 50 anos, os requisitos de operação serão diferentes dos actuais e nada nos indica que haverá a necessidade de construir mais uma pista neste local - embora o seja tecnicamente possível mais a Norte - com o cada vez maior capacidade de transporte de passageiros por avião e uma maior procura de meios alternativos rápidos de transporte, com o AGV, percursor do TGV, a atingir os 575 km/h.

O NAL na Ota têm limitações de operação para 4% estimado do total anual de horas na Ota, mas mesmo nestas situações, continuará a ser possível aterrar e descolar na Ota usando um modo semi-misto (exclusivamente para descolagens) e misto (para aterragens e descolagens) pelo ICAO PANS-OPS DOC 8168. Esta situação, introduzida com novos procedimentos e novos espaços aéreos controlados na zona terminal da Ota, não afectam de modo desastroso, como se têm dito, as operações aeronáuticas, sendo comparáveis ao que acontece nos outros aeroportos europeus.

É possível expandir gradualmente o aeroporto, em 3 fases, dilatando a necessidade do investimento ao longo do tempo, de maneira a corresponder à procura do mercado. Não é importante se pode operar numa situação faseada com 1 e depois com 2 pistas - a Portela opera com 1 pista e fica em condições de saturação nos picos anuais e se isso acontecesse na Ota não valeria a pena fechar a Portela em 2017 - mas a existência de espaço para o parqueamento das aeronaves, uma das maiores restrições operacionais que os aeroportos têm hoje em dia devido ao aumento brutal da procura e que levou recentemente a obras de ampliação da placa na Portela. O número de movimentos por hora situa-se no máximo possível fixado pela ICAO para operações simultâneas.

4 - Impacte Ambiental.

A cosntrução de um aeroporto acarreta sempre um impacte ambiental. Mas é importante referir que a alternativa na margem sul seria a pior, não-minimizável e irrecuperável. Há outros problemas que não foram referidos, as Pragas da Margem Sul. Nomeadamente o risco de colisão com aves.

A uma eventual implantação do NAL na Ota, estará associado um risco de colisão de aeronaves com aves, que é inferior aquele registado no aeroporto de Faro. O risco associado ao aeroporto de Faro é considerado como sendo moderado (ANA-EP, 1998). Assim, uma eventual localização do NAL na Ota, poderá considerar-se como apresentando um risco baixo (a moderado), de colisão de aeronaves com aves.

Comparativamente, uma eventual localização do NAL em Rio Frio, poderá considerar-se como apresentando um risco:
  1. elevado de colisão de aeronaves com aves, para a alternativa N -S das pistas;
  2. moderado de colisão de aeronaves com aves, para a alternativa E - W das pistas;
Acrescento que para a localização do NAL em Rio Frio e no Poceirão/Faias, registar-se-à sempre a passagem de grande número de aves entre os estuários do Sado e do Tejo, em movimentos pendulares e / ou migratórios. Ademais, a região de Rio Frio é plana, pelo que as aves terão tendência a adoptar rotas de vôo irregulares e não será possível adoptar estratégias de contenção em zonas de afunilamento dos corredores migratórios de aves.

Pombos-torcaz - um risco que têm sido tacitamente omitido pelas outras partes.

A colocação de um aeroporto na margem sul entre a região de Setúbal e Montijo acarretaria elevados prejuízos para as companhias aéreas a operar nesse local:

"É da maior relevância notar que se situa na reserva Natural do Estuário do Sado, Herdade do Pinheiro, um dos maiores dormitórios de pombos-torcaz da Europa, que chega a albergar 3 milhões de indivíduos; as áreas de alimentação destas aves estendem-se pela Península de Setúbal, até à zona de implantação do NAL em Rio Frio."

5 - Conclusão.

Resumindo, cada localização têm os seus custos e os seus riscos. Concluo, de um ponto de vista técnico e não político à margem da grande maioria da população portuguesa, que o NAL na Ota acarreta menos riscos que a sua localização na margem sul.

Este processo, onde o aeroporto da Ota é indicado na altura do governo de Durão Barroso como sendo de carácter prioritário, se alterado correria um maior risco de ser chumbado pela União Europeia, pondo em causa o seu financiamento, além de acarretar maiores prejuízos na operação das companhias aéreas, para favorecer um hipotético custo mais baixo, a curto prazo, e o beneficiamento da região a sul do Tejo com uma infra-estrutura aeroportuária para - talvez - agradar a interesses de exploração turísticos numa zona que constitui um verdadeiro paraíso ambiental, a baía de Setúbal e o estuário do Sado.

2007-04-05

Bolas...

Devia ter ido para a UnI. Era muito mais fácil tirar o curso de engenharia. E mais barato de certeza.



O que prova que qualquer pessoa, mesmo sem ser sr. Engenheiro, pode governar este país!

Portugal é de certeza o país das oportunidades!

2007-04-02

É assim mesmo, Carlos!

Co-Incineração é suspensa em Coimbra pelo TAFC.


in Público

É o que dá, a mania das pressas!

Ota vs Poceirão

Onde serão estes locais? Quais deles é que detêm as melhores condições para se tornarem uma cidade aeroportuária? Que interesses económicos estarão por trás?

Para melhor esclarecer, apresento algumas imagens das localizações [clique nas fotos para aumentar], uma geral para se poder situar melhor, de seguida a escolhida actualmente - Ota - e finalmente a que está a ser considerada como uma alternativa - Poceirão.

Geral

Panorâmica Geral.

A cor de laranja temos o actual aeroporto da Portela e o aeródromo militar Monte Real. A vermelho temos o aeródromo militar do Montijo e o Campo de Tiro de Alcochete. A amarelo, temos as localizações propostas de Rio Frio [chumbada devido a um elevado impacte ambiental], Poceirão e Faias onde se propõe situar a construção do aeroporto entre as duas localidades, e a Ota a proposta escolhida pelo Governo.

Ota

Vista para Norte da Ota com a A1 a Este.

Ao fundo, no triângulo verde, encontra-se a serra de Montejunto. Esta serra não coloca obstáculos à normal operação da aviação comercial. Os problemas de orografia prendem-se com o Monte Redondo, localizado perto da cabeceira norte da pista Oeste.

A área florestal é predominantemente Pinheiro e Eucalipto, com a existência da ribeira da Ota e ribeira de Alvarinho a imporem soluções de drenagem e respectivo desvio. O povoamento é focalizado na Ota a Oeste, Carnaval a sul e por Alcoentre a norte.

Segundo a revista Sirius da edição de Março/Abril 2007, existe espaço para a construção de mais uma pista, quando se atingir a saturação do aeroporto em 2050. Devido à orografia, pretende-se construir as duas pistas paralelas com uma orientação de 20º da actual de modo a corresponder aos requisitos ICAO.

Ota vista para Sul com Monte Redondo no enfiamento da pista actual.

A empresa Tiner SGPS, entre outras, têm vindo a adquirir terrenos circundantes à localização da Ota, quer a Norte ao pé dos Paióes de Combustível, quer a Sul ao pé do Carregado, para fins industriais. A Câmara Municipal de Alenquer procedeu à revisão do PDM para que sejam criadas novas áreas para instalação de novas indústrias na região.

Os paióes a norte da Ota poderão servir para o armazenamento de combustível com boa proximidade do aeroporto para abastecimento, diminuindo os custos logísticos de transporte. Existem no Carregado um conjunto de centrais eléctricas, parte delas novas, que podem sustentar um aumento das necessidades eléctricas desta área no futuro. Uma linha de média a alta tensão passa ao pé da Ota e prevê-se a sua deslocalização para junto da A1.

Está estimado um volume de 55 a 70 milhões de metros cúbicos para a consolidação da plataforma onde assentará o aeroporto, o que acaba por encarecer o custo final orçamentado em 3,1 mil milhões €. A linha do TGV será colocada entre as duas pistas e a estação da Ota ficará no meio do aeroporto, segundo estipulado pelo projecto.

Poceirão

Noroeste de Poceirão. A amarelo, Rio Frio, a vermelho, Montijo e Campo de Tiro.

Procedendo à relocalização
do aeroporto de Rio Frio para Poceirão, isto levaria a um menor abate de sobreiros e ocuparia a área entre Poceirão e Faias ou então em alternativa a sul de Poceirão em direcção ao Sado. Isto diminuiria o impacte ambiental na zona.

A área florestal é predominantemente de Sobreiros e plantações vinícolas, com povoamento disperso. O solo é rico para as actividades agrícolas.

A operação aérea do aeroporto nesta localização iria inutilizar o Campo de Tiro de Alcochete pela Força Aérea e restringir as operações da Base Aérea no Montijo, previstas para operações SAR de helicópteros Merlin, patrulhamento marítimo de aviões Orion, transporte táctico de aviões Hercules, transporte VIP/Medevac de aviões Falcon. Os problemas gerados com esta localização levariam a maiores constrangimentos do que os indicados no relatório de estudo de navegabilidade aérea feita pelo NAV em relação ao NAL na Ota.

Com a entrada em funcionamento do Aeroporto Regional de Beja, Poceirão entraria em competição com os vôos Charter e Low Cost previstos para esta estrutura aeroportuária no Alentejo.


Está bem servida de redes de caminhos-de-ferro, estando localizado mesmo em Poceirão, as instalações operacionais da Ferrovias & Construções S.A. com sede em Linda-a-Velha e pertencente ao grupo Mota-Engil. Está previsto que o Poceirão se torne numa plataforma logística que combine eixos rodo-ferroviários e o Porto de Setúbal. Este projecto seria incompatível com uma cidade aeroportuária no local, onde se prevê um crescimento urbanístico acelerado à sua volta.

Sudoeste de Poceirão.

O grande problema desta localização é a sua relativa proximidade com a ZEN do Estuário do Sado, e de estar entre duas zonas onde existem fluxos migratórios de aves - Tejo e Sado, constituindo um risco acrescido para a operação de um aeroporto.

Esta zona, entre Poceirão e Setúbal, está densamente electrificada com redes de Média e Alta Tensão, proprietárias da REN. Estas redes deverão ser deslocadas para uma distância segura do aeroporto e balizas de rádio para evitar interferências com os equipamentos electrónicos de ajuda à navegação.

Ao pé de Setúbal, temos a Serra da Arrábida, bem distante, que não coloca problemas às operações. Ao pé da costa, temos os novos empreendimentos turísticos de Troia - SONAE Turismo - e a Herdade da Comporta - Grupo Espírito Santo Resources.