2007-04-26

Comentário ao Povo Livre

Transcrevo e comento a seguinte notícia publicada no Povo Livre (e acho muito bem ele ter ido lá ao Poceirão em vez da Ota) :

Luís Marques Mendes considera que a escolha da Ota para o futuro aeroporto de Lisboa não pode ser apresentada como um facto consumado [mesmo que tenha sido considerado pelo governo de Durão Barroso como a única opção viável] e exortou o governo a estudar outras alternativas como o Poceirão [vale sempre a pena realizar-se mais estudos desde que se tomem as decisões certas no tempo certo]. «Um aeroporto é uma infra-estrutura importantíssima para décadas [20, 30, 40 anos] e, por isso, é fundamental que se encontre a solução mais económica, porque Portugal não é um país rico [mas parece que é], e a melhor solução do ponto de vista do ordenamento do território [a norte de Lisboa porque é onde estão a maior parte das PME, pergunte à Isabel Damasceno, salientou o líder do PSD, depois de uma visita à zona do Poceirão (Palmela), que tem vindo a ser apontada por alguns técnicos como um espaço privilegiado para a construção do novo aeroporto de Lisboa. Para Marques Mendes, não há nenhum técnico que não diga que há alternativas melhores do que a Ota [eu sou um dos primeiros a dizer uma alternativa mas que não é do agrado da Área Metropolitana de Lisboa - a Sul de Santarém, mesmo no centro do país]. «Esta teimosia do governo é muito cara e pode hipotecar o futuro. Aos políticos compete mandar estudar [e decidir] as soluções possíveis, não impeçam é que Faias, Poceirão, Rio Frio, Porto Alto, seja o que for, nesta zona, sejam estudados», reiterou, lembrando que esta visita se justifica porque o Poceirão é «uma boa alternativa à OTA - mais barata, mais económica, mais eficaz e mais operacional» [embora não hajam estudos credíveis para sustentar estas afirmações].

Antes, o professor Paulino Pereira, da Secção de Urbanismo, Transportes, Vias e Sistemas do Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura do Instituto Superior Técnico [que não têm experiência técnica em aeroportos mas em auto-estradas e que dá aulas na Fac. Eng. Univ. Católica no Taguspark], fez uma exposição sobre as vantagens da construção do novo aeroporto de Lisboa na margem sul do Tejo. Paulino Pereira começou por lembrar que o Estado Novo tinha previsto a construção do novo aeroporto de Lisboa num terreno de 4.000 a 5.000 hectares e que mais tarde, em 1999, foram apontadas duas localizações possíveis - Rio Frio Este/Oeste e Rio Frio Norte/Sul, assegurando que a Ota nunca teve vantagens relativamente a qualquer uma destas duas alternativas. «Para eliminar Rio Frio, foi feito um estudo ambiental que merece as maiores reservas [merece a Reserva Natural do Estuário do Sado e a Reserva Natural do Estuário do Tejo, claro está], porque se consideraram alguns itens perfeitamente fora de contexto, como por exemplo o próprio montado de sobro, que não permitia eliminar determinadas zonas [se na Portucale foi o que foi, agora para um aeroporto, está tudo bem?], e o aquífero [o maior da Península Ibérica], sabendo nós que na zona de Montejunto e na Ota, os aquíferos são precisamente recarregados pelos circuitos de aproximação dos aviões [tecnicamente os circuitos de aproximação são pelo ar e não em terra, deve tê-los confundido com as auto-estradas, disse.

«Por outro lado, também é preciso ter em consideração que no capítulo relativo à colisão das aves, um dos aspectos que levou ao chumbo ambiental desta zona foi, parece, como foi dito por um colega do IST[José Manuel Viegas, vá lá, diz lá o nome], o facto de [o estudo ambiental] ser bastante coxo[porque não leu o 2º relatório publicado pela entidade contratada da ICAO para aprofundar o estudo, ficando-se pelo preliminar]».

O estudo, segundo este técnico, «não tem características nenhumas [não é verdade, é assente numa metodologia de comparação com o aeroporto de Faro, junto a uma reserva natural com avifauna, e contabilização de espécies migrantes e residentes] nem as condicionantes que lá foram apresentadas têm a mais pequena lógica [para um engenheiro civil sem formação em estruturas aero-portuárias, é claro que não faz a mais pequena lógica porque desconhece por completo essas condicionantes, acrescentou, defendendo a realização de novo estudo ambiental na margem sul do Tejo [porque não? Pede financiamento ao BES que eles dão, são parte interessada].

Paulino Pereira criticou também a alegada dualidade de critérios que terá existido com a opção do governo de instalar uma plataforma logística no Poceirão, na mesma zona [não foi bem a mesma, Poceirão fica a alguns quilómetros de Rio Frio] que foi chumbada por razões ambientais para a construção do novo aeroporto de Lisboa [é fácil de explicar, uma é para ferrovia, outra era para aviões. Portanto, os critérios têm que ser diferentes].

«Entendo que esta zona vai ter capacidade para se tornar o grande nó ferroviário, rodoviário e de ligação aos portos e o grande aeroporto de Lisboa. Tudo isto precisa de apoio logístico e a opção de terem posto aqui a base logística do Poceirão, a maior do país, tem toda a lógica [devido à proximidade do Porto de Setúbal que irá funcionar como ponto de entrada logístico de mercadorias para o Sul e para Espanha. O Porto de Lisboa continuará a ser o ponto de entrada de passageiros em turismo, com o NAL a norte de Lisboa, sem custos de travessia para a outra margem se o NAL ficasse a Sul , manifestou o professor do IST, contrapondo as limitações existentes na zona da Ota.

Assegurando que nunca viu ninguém defender a Ota sob o ponto de vista de engenharia ou de linha aérea [A TAP defende, o seu Presidente Executivo já o afirmou várias vezes, que é engenheiro, piloto e um brilhante gestor. E eu também :-) ], Paulino Pereira concluiu que a Ota «é uma má solução» [é verdade, e na Margem Sul ainda mais] e que a Península de Setúbal «tem características fantásticas» para a construção do novo aeroporto internacional de Lisboa [só se fôr para promover o sector turístico - praias, serra, mar - e criar uma nova metrópole na margem sul].

Dito.

5 comentários:

O Cu de Oeiras disse...

Meu caro Direct,
Sabes qual é a minha opinião, que até já ta transmiti pessoalmente.
Assim permite-me que que diga; Vais perder esta "guerra", ai vais vais, eh! eh!

Abraço
Boavida Pires

Nota: Temos de beber outro coffe.

E disse...

Oh pá... não digas isso. Não me digas que o Pai Natal não existe! Fui enganado!!!(eheheh... parto-me a rir com este vídeo)

Café fica combinado lá para a semana depois da ponte.

Abraço

Isabel Magalhães disse...

Estive a ler cuidadosamente e fiquei na mesma. :)))

Faça lá um favor ao Miguel Sousa Tavares e explique porque não a Portela.

***

I.

E disse...

Não posso. Acredito no pai natal!!! :-)

Isabel Magalhães disse...

Tens mais sorte do que eu que não sei em quem acreditar! ahahahahah!