Não podia deixar de comentar o programa na SIC Notícias com o Mário Crespo. 5 estrelas, como sempre.
Eurico Reis, juiz desembargador, a insurgir-se contra a mentalidade político-cultural atrasada no nosso país. Temos que ter escrutínio público, caramba! Referia-se ao processo de escolha do próximo procurador-geral, a grande sensação para o mês de Outubro.
E se estendessemos o mesmo tratamento aos nossos políticos, como seria?
Dávamos preferência a um político com experiência autárquica ou a um político com experiência no Governo como anterior Ministro, para ser um candidato a Primeiro-Ministro de Portugal? Dávamo-nos ao trabalho de analisar o seu currículo profissional, ou confiávamos nos soundbites debitados pelas máquinas partidárias?
O envolvimento de cada um de nós determina o grau de conhecimento que vamos adquirir sobre uma determinada matéria. O que nos dá a capacidade de decidir e escolher o certo e não o errado.
2006-08-31
2006-08-14
O desafio da Ota
Este blog não pretende ser um eco das posições oficiais do Partido Social Democrata.
Por vezes, é penoso tomar uma posição que é contrária ao assumido pelo Partido que é de todos nós, os militantes. Mas quando vai contra uma matéria que conheço, que estudei, e que estive lá, mesmo no meio daquilo tudo, não posso olhar para o lado e assobiar.
Fazer oposição é sempre difícil, para qualquer líder. Toma-se uma posição por natureza sempre contrária e de resistência ao Governo. Cooperação ainda é uma palavra feia nas lides parlamentares, e a falta dela resulta naturalmente em erros crassos, quando as pessoas querem tomar uma posição e não se fundamentam devidamente.
Uma coisa é defender a população de uma ameaça real, como o é o que se está a pensar realizar na Cimenteira do Outão, prosseguindo a co-incineração de resíduos perigosos de lamas oleosas, solventes e óleos usados sem respectivo estudo de impacto ambiental. Estiveram bem. Outra é bater o pé na Assembleia da República e não chegar a apresentar, em conclave, uma alternativa viável ao novo aeroporto da Ota.
O problema na Portela existe. Existe mesmo! Com o continuar das coisas, a Portela rebenta pelas costuras. O que é que o PSD quer que se faça? Adiar a resolução do problema lá para as calendas, quando estivermos em tempo de vacas gordas? Numa economia global, as companhias aéreas não ficam paradas à espera que o vento mude, nem fazem birras, agem como a GM fez, para o bem e para o mal, e depois teremos Portugueses que querem voar para a Europa na TAP, e têm que apanhar um Air Shuttle para Madrid-Barajas.
A Ota não é um problema ou erro estratégico, é um desafio!
Por vezes, é penoso tomar uma posição que é contrária ao assumido pelo Partido que é de todos nós, os militantes. Mas quando vai contra uma matéria que conheço, que estudei, e que estive lá, mesmo no meio daquilo tudo, não posso olhar para o lado e assobiar.
Fazer oposição é sempre difícil, para qualquer líder. Toma-se uma posição por natureza sempre contrária e de resistência ao Governo. Cooperação ainda é uma palavra feia nas lides parlamentares, e a falta dela resulta naturalmente em erros crassos, quando as pessoas querem tomar uma posição e não se fundamentam devidamente.
Uma coisa é defender a população de uma ameaça real, como o é o que se está a pensar realizar na Cimenteira do Outão, prosseguindo a co-incineração de resíduos perigosos de lamas oleosas, solventes e óleos usados sem respectivo estudo de impacto ambiental. Estiveram bem. Outra é bater o pé na Assembleia da República e não chegar a apresentar, em conclave, uma alternativa viável ao novo aeroporto da Ota.
O problema na Portela existe. Existe mesmo! Com o continuar das coisas, a Portela rebenta pelas costuras. O que é que o PSD quer que se faça? Adiar a resolução do problema lá para as calendas, quando estivermos em tempo de vacas gordas? Numa economia global, as companhias aéreas não ficam paradas à espera que o vento mude, nem fazem birras, agem como a GM fez, para o bem e para o mal, e depois teremos Portugueses que querem voar para a Europa na TAP, e têm que apanhar um Air Shuttle para Madrid-Barajas.
A Ota não é um problema ou erro estratégico, é um desafio!
2006-08-11
A Radicalização dos Tempos
Num país, quando a política falha e a sociedade se afunda, o Estado deixa de funcionar. A segurança interna, protecção de ameaças externas, cuidados médicos e outros serviços públicos, podem tornar-se reféns de forças não-governamentais. Um caso gritante é o que se passou no Médio Oriente, uma situação de coabitação forçada no Líbano, e o conflito que daí resultou, levando Israel a tomar uma posição dura e sem-retorno. Esta guerra, entre o Hezbollah e as Forças de Defesa de Israel, não resultou de um complexo rapto de militares por parte de forças anti-Israel, mas sim da existência de uma força num Estado supostamente soberano que atacou deliberadamente civis israelitas. A resposta não se fez esperar, bastante actualizada nos tempos que correm. É a implementação da mesma táctica de guerra americana no Iraque em 2003, com vista a incutir um choque tremendo às forças inimigas e, no mínimo, desgastá-las.
De quem é a responsabilidade? Do Irão, por fornecimento de armas e financiamento da milícia libanesa. Especialmente do Líbano, por ter permitido o rearmamento no seu território. Dos países árabes circundantes, por não estarem interessados em que o Líbano fosse um estado soberano, e por lhes ser mais conveniente infligir um castigo divino ao Estado-judeu do que ajudar os seus semelhantes. Em vez de ajudar a construir um Estado forte e auto-suficiente, vimos a sua autoridade ser minada por forças que não se coadunam em usar tácticas terroristas. No outro lado, Israel já não têm paciência e responde pela única maneira que têm ao seu dispôr, a guerra. Por estar isolado e sem parceiros no médio-oriente, a diplomacia nunca foi uma opção a considerar e teve que encostar o Hezbollah à parede.
De quem é a responsabilidade? Do Irão, por fornecimento de armas e financiamento da milícia libanesa. Especialmente do Líbano, por ter permitido o rearmamento no seu território. Dos países árabes circundantes, por não estarem interessados em que o Líbano fosse um estado soberano, e por lhes ser mais conveniente infligir um castigo divino ao Estado-judeu do que ajudar os seus semelhantes. Em vez de ajudar a construir um Estado forte e auto-suficiente, vimos a sua autoridade ser minada por forças que não se coadunam em usar tácticas terroristas. No outro lado, Israel já não têm paciência e responde pela única maneira que têm ao seu dispôr, a guerra. Por estar isolado e sem parceiros no médio-oriente, a diplomacia nunca foi uma opção a considerar e teve que encostar o Hezbollah à parede.
Que não haja dúvida nenhuma, o único Estado forte naquela região do médio-oriente é Israel. Todos os outros Estados, excepto a Jordânia, estão minados pelo fundamentalismo, corrupção - o que aconteceu ao dinheiro da Comunidade Europeia enviado à Autoridade Palestiniana ? - e sede de vingança. E a comunidade internacional percebe claramente que Israel não pode aceitar o contínuo lançamento de rockets para o seu território. Pessoalmente, não sou pró-Israel, nem belicista, mas não posso estar ao lado de radicais que matam inocentes deliberadamente.
Hoje um acordo de cessar-fogo foi atingido, pelo Líbano, em representação do Hezbollah, e por Israel. Faço figas para que ambas as partes o respeitem. Mas sem a construção de um Líbano forte e independente, fará deste acordo, um mero prelúdio para a guerra.
2006-08-08
O Lugar dos Políticos
A vida de um político não é fácil. As suas decisões são escrutinadas e, quando possível, postas em causa pelos adversários políticos. São as leis do jogo. Cada comunicado, comentando ou justificando a acção política, visa a sua defesa e/ou desacreditar a oposição. Às vezes torna-se enfadonho acompanhar o debate, outras, descobre-se a verdade.
Por vezes ponho-me a pensar quem é que quer ser político neste país. A triste sina deles é o constante combate e, não poucas vezes, ser posto em causa todo o trabalho desenvolvido em prol do povo, porque o lugar do político, quer seja um académico brilhante ou um empresário que subiu na vida pelo seu próprio pulso, é com o povo, a trabalhar com ele e para ele. Porém, a maneira como se chega lá não se faz a direito, de certeza! Acho que ultimamente, o discurso de credibilidade de Marques Mendes têm sido demasiado endógeno para um partido que está na oposição, e a opinião pública não o perdoa. Se quer ganhar, deve arriscar ser populista, mostrando que têm equipa e um partido coeso, com os seus ideais intactos.
Virando o disco, é praticamente letal para a carreira de um político - sim, porque chegar a membro do executivo Camarário ou do Governo não é para todos - ser posta em causa a sua credibilidade, devido a actos obscuros praticados na gestão do domínio público, que não se explicam senão pelo favorecimento de terceiros pela sua boa vontade no financiamento do partido ou qualquer outro grupo de indivíduos. O percurso como político de Isaltino Morais chega ao fim, de uma maneira nada brilhante. Resta-lhe o de ser empresário e continuar no jogo, mas agora, do outro lado.
Por vezes ponho-me a pensar quem é que quer ser político neste país. A triste sina deles é o constante combate e, não poucas vezes, ser posto em causa todo o trabalho desenvolvido em prol do povo, porque o lugar do político, quer seja um académico brilhante ou um empresário que subiu na vida pelo seu próprio pulso, é com o povo, a trabalhar com ele e para ele. Porém, a maneira como se chega lá não se faz a direito, de certeza! Acho que ultimamente, o discurso de credibilidade de Marques Mendes têm sido demasiado endógeno para um partido que está na oposição, e a opinião pública não o perdoa. Se quer ganhar, deve arriscar ser populista, mostrando que têm equipa e um partido coeso, com os seus ideais intactos.
Virando o disco, é praticamente letal para a carreira de um político - sim, porque chegar a membro do executivo Camarário ou do Governo não é para todos - ser posta em causa a sua credibilidade, devido a actos obscuros praticados na gestão do domínio público, que não se explicam senão pelo favorecimento de terceiros pela sua boa vontade no financiamento do partido ou qualquer outro grupo de indivíduos. O percurso como político de Isaltino Morais chega ao fim, de uma maneira nada brilhante. Resta-lhe o de ser empresário e continuar no jogo, mas agora, do outro lado.
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