2007-09-15

A batalha dos Marretas

Agora é o tempo de os candidatos promoverem eventos junto dos militantes, quer seja um mega-almoço-com-luis-filipe-menezes-em-lisboa, ou um-almoço-empresarial-com-marques-mendes-em-loulé.

Marques Mendes não promete nada. Só a garantia de que os anteriores amigos permanecem amigos e para os restantes, a palavra de que será um bom governante. Tem raízes no parlamento. É advogado.

Luís Filipe Menezes desdobra-se em contactos telefónicos, sondagens, seduções, encenações, artigos na comunicação social, está a dar tudo por tudo. Vai ser difícil cumprir as suas promessas. Mas promete, muito. Abraçou a vida política por convite do presidente da distrital do Porto. É médico.

Se Mendes ganhar, escolherá para deputados do PSD um misto de representantes distritais do partido que o têm apoiado, e militantes ou simpatizantes do partido com um bom currículo académico/empresarial.

Se Menezes ganhar, é certo que grande parte de militantes que se encontram na 2º linha do partido e que se dedicaram ultimamente ao terrorismo dentro do partido, saltem para a ribalta nas próximas eleições.

Marques Mendes é uma personagem que veste bem o fato de gestor político. É um político light, de consensos, não é de todo um peso-pesado na política como Durão Barroso foi. Não é nem de perto nem de longe um verdadeiro líder político, com notória dificuldade em impor as suas convicções e ideias próprias. A sua força vêm sobretudo do prestígio governativo de quem está com ele.

Filipe Menezes é a alternativa à liderança. Não consigo imaginar um PSD eficaz, combativo e espirituoso com ele à frente do partido. Não lhe reconheço uma ideia boa e original. Seria um péssimo líder, que reconhece antecipadamente a derrota e que já faz planos para 2016. É, tal como Pedro Santana Lopes, um sonhador. E é isto que, por incrível que pareça, lhe dá mais hipóteses de ultrapassar o realismo acinzentado de Marques Mendes.

Se a escolha de Marques Mendes é uma escolha de compromisso pelo medianismo, Menezes seria uma ruptura ideológica com a linha oficial seguida pelo PSD. Quer com um quer com o outro, de facto acho que vamos ter muito aparelhismo instalado nos círculos do poder.

Esta realidade incomoda-me.

Depois de 28 de Setembro, tenho a certeza de que vai continuar a haver oposição interna, quer Mendes ou Menezes ganhem. Afinal, quem não foi leal não pode exigir lealdade, como disse, e bem, Paulo Gorjão no Bloguítica.


Entre este e o outro...

1 comentário:

Anónimo disse...

Já não há PPD neste PSD. Há é uma cambada de cobardes que andam pelo partido agarrados ao tacho como a Teresa Zambujo ou outros à espera que lhes dêem alguma coisa em troca do seu voto. Nas autárquicas vimos o Marques Mendes escolher o candidato ao PSD a Lisboa. Agora escolheu outro que nem vive na cidade de Lisboa. Daqui a 2 anos se estiver à frente do PSD ainda escolhe outro que vai perder de certeza. E se fôr o Menezes, ainda se candidata ele a Lisboa porque quer ser candidato a Presidente da República. Isto está mau.