2007-12-12

Guerra e Desenvolvimento

Os países da Europa ditos civilizados e defensores da moral cristã e dos direitos humanos, são os que têm contribuido, depois da liberalização da indústria de Defesa desses mesmos países, ao aumento da produção e venda de armas a países do Terceiro Mundo.

Com o aumento da procura por armamento a nível Global (é caso para dizer que temos "um regresso às armas"), veio com isso um aumento do PIB dos países exportadores desses equipamentos. Mais desenvolvimento, competências, riqueza, avanços na tecnologia, melhor qualidade de vida das populações, inovações, novas indústrias. Tudo graças aos negócios da Guerra.

O negócio das armas vale milhões. Segundo o SIPRI, 1204 mil milhões de dólares no ano passado. Nada mal.

Quando virem a Angela Merkel discursar a favor dos direitos humanos, não se esqueçam que parte do PIB da Alemanha vêm da indústria de Defesa: Aviões Militares, Tanques, Armas, Munições, Mísseis, Submarinos, vendidos a países em África, Ásia e América do Sul.

Quando testemunharem Gordon Brown, prime-minister do UK, argumentar a violação dos direitos humanos no Zimbabwe, também não se esqueçam que o UK, apoiado pelas comissões de defesa externa do Governo Britânico, é o maior exportador de tecnologia e equipamentos militares na Europa, para países de Terceiro Mundo e em Desenvolvimento.

Quando lerem as declarações de Nicolas Sarkozy sob a necessidade de haver paz no Líbano e Médio Oriente, também não se esqueçam que a França é o maior fornecedor de equipamentos militares à Síria, que armou o Hezbollah no conflito Israel-Líbano.

A hipocrisia continua a dar milhões.

Há uma corrida às armas. Porquê? Avizinha-se um grande conflito mundial? Terá o petróleo influência neste aumento vertiginoso? Será que a China se vai tornar
neste século a grande potência mundial? E o papel dos Estados Unidos? Que acontecerá ao seu poderio militar? A Europa vive um clima de paz sem precedentes, há cerca de 60 anos. Será que esse tempo chegou ao fim?