Isaltino Morais vai a julgamento.

Depois do escândalo do dinheiro na Suiça, só no final de 2007 é que isto chega a tribunal.

Se Isaltino merece a condenação, ao Tribunal pertence a decisão. Não obstante, continuo a achar que ele não se devia ter candidatado à C.M.O., mesmo que tenha feito um bom trabalho.

Admito que Isaltino é um bom autarca e é uma pena que isto acabe por manchar a sua carreira de serviço público. Mas também acho que ninguém se pode colocar numa posição de insubstituível, quanto mais estando num processo de investigação que lança suspeitas sobre o candidato ou presidente.

Penso que Isaltino deve suspender as suas funções. Não posso separar a matriz de desempenho de funções públicas, ao serviço do público, da sua pessoa, especialmente nesta fase, onde é acusado e vai a julgamento. Existe uma suspeição fundamentada por parte do Ministério Público e legitimada pelo poder judicial.

Acho uma falta de sentido de Estado e um desrespeito pelo que mais há sagrado na República Portuguesa, que são as suas Leis, um autarca, deputado ou governante, não suspender o seu mandato quando confrontado com a suspeição pública e assumida do poder judicial.

Não o fazer é deixar a presunção de que um político, pela força dos votos, está acima da Lei. E isto é perigosíssimo num estado democrático. Sendo líderes, os políticos devem fazer a diferença além de dar o exemplo!

Se isso não acontecer, caberá a nós ter um papel activo politicamente. Só dessa maneira é que poremos a democracia a funcionar.