2008-02-29

O petróleo está caro?

Não é novidade nenhuma para quem abastece regularmente de carro, ver os preços a subir. E os lucros das gasolineiras e do Estado também, com mais impostos arrecadados por litro de gasolina/gasóleo - olha o défice público a diminuir! Nunca fui muito de queixar, prefiro pensar. Sempre tive a atitude de procurar alternativas, implementar mudanças. E quais as alternativas ao cada vez mais astronómico preço do barril de petróleo?
  • Andar a pé - ando 10 minutos a pé todos os dias do carro para o trabalho.
  • Pedalar a bicicleta - o que é obrigatório para quem faz BTT XCountry.
  • Usar transportes públicos - especialmente o Alfa Pendular quando tenho que ir ao Norte.
  • Mudar os hábitos de trabalho e pessoais - faço algum teletrabalho e férias com o mínimo de deslocações.
  • Adquirir veículos híbridos eléctricos que gastam menos 25% de gasolina - embora ainda sejam muito caros.
  • Converter o carro a gasolina para GPL, com poupança de 30% e recuperação do investimento em 1 ano - uma alternativa embora use compostos mais pesados que o Gás Natural e tenha restrições de estacionamento.
  • Adquirir um carro bi ou tetra-fuel, como os novos Fiat "Natural Power" que chega a mais de 40% de poupança e que não têm restrições em PARQUES de ESTACIONAMENTO - ora aqui está uma boa opção, só falta é haver uma bomba de Gás Natural aberta ao público aqui na AML. Olha, que chatice, não há!
A CML - eNova fez uma conferência deveras interessante e que resume o "state-of-the-art" da mobilidade alternativa. Pdfs da workshop aqui. Recomendo a apresentação da Lívia Tirone e José Manuel Viegas. A previsão de virmos a ter um parque automóvel em 2014 essencialmente "petrol-free" é muito optimista. Mas é o rumo a seguir, com o cada vez maior custo do petróleo, e já a calcular-se que este chegue a 135 dólares por barril (aumento na última década de mais de 200%). O gás natural, veículos eléctricos, etanol derivado da espécie "gigante" da cana-de-acúcar, e o bio-diesel, começam a ser alternativas credíveis a médio prazo.

O poder político - e incluo a oposição porque devia ter um papel a desempenhar - devem realizar as necessárias mudanças que incentivem a utilização de mobilidades alternativas e diminuam a dependência do petróleo - é difícil imaginar que 60% da energia gasta na área metropolitana de Lisboa, e que inclui Oeiras, é da responsabilidade de Transportes Terrestres a gasolina e a gasóleo. Mas é verdade. A poupança seria brutal.

A Suécia e a Suíça estão no bom caminho. Através de incentivos à população e de CONSENSO político, puseram em marcha a revolução verde nos automóveis. E nós andamos distraídos com insignificâncias e insultos partidários. Deve ser isto a que está reduzida a dimensão política nacional. Mas que democracia é esta? "For the politics" em vez de ser "For the people"?

Porque não uma política local que dá descontos de 50% em parques municipais a quem têm carros híbridos, a bio-diesel, eléctricos ou a gás natural? Implementar em parceria pública-privada uma rede de abastecimento de gás natural e bio-diesel aberta ao público, como há em Braga, com um custo de 55 cêntimos + IVA por metro cúbico? Reduzir o IUC para quem converter o seu carro para combustíveis alternativos menos poluentes? Ou mesmo subsidiar a sua conversão? Lá se ia o cartel do petróleo a operar em Portugal.

Mais novidades:
P.S.: Se não há hipótese em mudar para um veículo mais ecológico, aqui vai um exemplo como se pode poupar no ambiente, em casa. Desde que mudei de um T6 com fachadas viradas a Nascente e a Poente para um T3 virado completamente a Sul e com boa exposição solar, deixei de ter que usar aquecedores eléctricos o ano inteiro, o que cortou para 50% a factura eléctrica anual. Desde que mudei a iluminação para lâmpadas economizadoras, ter instalado tomadas com interruptores gerais para os equipamentos eléctricos e mudado o frigorífico para um novo e mais eficiente, o consumo eléctrico diminuiu mais 35%. Desde que realizei a manutenção do esquentador doméstico, o consumo de gás diminuiu 10%. Com painéis solares térmicos a poupança chega aos 70%. Desde que instalei ponteiras novas para as torneiras e um novo autoclismo, o consumo de água diminuiu 25%. A facturação passou a ser electrónica, com medições automáticas e sem papel. Com a separação de resíduos, vou só uma vez por semana ao ecoponto/contentor de lixo. É fácil poupar na factura energética, na carteira, no ambiente e ter mais tempo livre. É só querer.