2007-05-27
A Jota de Setúbal strikes back!
O presidente da JSD de Setúbal, o Nuno Matias, responde assim ao insulto de Mário Lino sobre a Margem Sul. Muito bem!
2007-05-26
Comunicação e Marketing Político - I
Desde 1979, o partido deixou de ter a ideologia social-democrata como cartão-de-visita nas suas campanhas políticas, apostando mais na personificação do candidato em outdoors e publicidade na TV. Essa mudança de estratégia possibilitou a vitória nas legislativas de 79 de Sá Carneiro e a sua eleição como primeiro-ministro de Portugal.
Houve algumas excepções durante estas últimas décadas, por exemplo a campanha de Durão Barroso, nas legislativas de 2002, estando permanentemente ao ataque e tecendo duras críticas às políticas e resultados do governo socialista, sempre de uma posição desafiadora. Foi bastante orientada, com um público-alvo bem definido, e com a "ajuda" de um candidato fragilizado pelo processo "Casa Pia", além de uma máquina socialista a meio-gás, ganharam as eleições. Estas voltariam a ser repetidas, em 2005.
Nessa altura, a estratégia tomada pelo candidato do PSD, ex-primeiro-ministro Pedro Santana Lopes, foi inovadora em Portugal. Não deu os resultados esperados, e o PSD voltou aos valores históricos iniciais na década de 70. Porque é que isto aconteceu?
Os portugueses conheciam bem o candidato do PSD. Notoriedade nunca lhe faltou durante os meses de governação. Mas a estratégia seguida na campanha do PSD contribuiu em muito para o que se veio a passar:
1 - Toda a estratégia remontava a autênticas cenas de faroeste, típicas no que se passava nas eleições federais do Brasil. A comunicação era bastante manipuladora e ofensiva para a oposição, coadjuvada com o papel de vitimização desempenhado pelo "menino-guerreiro" do PSD, onde este não se coibia de criticar o seu opositor fazendo referências aos seus hábitos sexuais. Quem não se lembra da história dos "colos" de Santana Lopes, que era um homem à antiga, que preferia os colos femininos, ao invés do seu opositor, que preferia "outros colos"?
2 - A estratégia foi sempre ao ataque, esquecendo-se que se detinha o poder e o mais lógico, para não perder o poder, era ter uma posição defensiva. De uma campanha já de si agressiva, não ajudou mesmo nada o voltar-de-costas de alguns históricos, que se demarcaram do show político que se estava a passar. A nega que Pedro Santana Lopes levou de Cavaco Silva, que não queria ser visto na mesma fotografia que "aquele senhor", ou mesmo a recusa do filho de Sá Carneiro, contra a utilização da imagem de seu pai em outdoors com a figura do candidato.
3 - Já no final, apostou-se muito na comunicação da imagem do candidato, de ser um governante responsável, racional e credível, exactamente tudo ao contrário da imagem que o povo português tinha ficado, após a sua curta passagem pelo governo como primeiro-ministro.
Concluindo, se há casos que devem servir de exemplo do que não se deve fazer na área da comunicação e marketing político, este é um deles.
Houve algumas excepções durante estas últimas décadas, por exemplo a campanha de Durão Barroso, nas legislativas de 2002, estando permanentemente ao ataque e tecendo duras críticas às políticas e resultados do governo socialista, sempre de uma posição desafiadora. Foi bastante orientada, com um público-alvo bem definido, e com a "ajuda" de um candidato fragilizado pelo processo "Casa Pia", além de uma máquina socialista a meio-gás, ganharam as eleições. Estas voltariam a ser repetidas, em 2005.
Nessa altura, a estratégia tomada pelo candidato do PSD, ex-primeiro-ministro Pedro Santana Lopes, foi inovadora em Portugal. Não deu os resultados esperados, e o PSD voltou aos valores históricos iniciais na década de 70. Porque é que isto aconteceu?
Os portugueses conheciam bem o candidato do PSD. Notoriedade nunca lhe faltou durante os meses de governação. Mas a estratégia seguida na campanha do PSD contribuiu em muito para o que se veio a passar:
1 - Toda a estratégia remontava a autênticas cenas de faroeste, típicas no que se passava nas eleições federais do Brasil. A comunicação era bastante manipuladora e ofensiva para a oposição, coadjuvada com o papel de vitimização desempenhado pelo "menino-guerreiro" do PSD, onde este não se coibia de criticar o seu opositor fazendo referências aos seus hábitos sexuais. Quem não se lembra da história dos "colos" de Santana Lopes, que era um homem à antiga, que preferia os colos femininos, ao invés do seu opositor, que preferia "outros colos"?
2 - A estratégia foi sempre ao ataque, esquecendo-se que se detinha o poder e o mais lógico, para não perder o poder, era ter uma posição defensiva. De uma campanha já de si agressiva, não ajudou mesmo nada o voltar-de-costas de alguns históricos, que se demarcaram do show político que se estava a passar. A nega que Pedro Santana Lopes levou de Cavaco Silva, que não queria ser visto na mesma fotografia que "aquele senhor", ou mesmo a recusa do filho de Sá Carneiro, contra a utilização da imagem de seu pai em outdoors com a figura do candidato.
3 - Já no final, apostou-se muito na comunicação da imagem do candidato, de ser um governante responsável, racional e credível, exactamente tudo ao contrário da imagem que o povo português tinha ficado, após a sua curta passagem pelo governo como primeiro-ministro.
Concluindo, se há casos que devem servir de exemplo do que não se deve fazer na área da comunicação e marketing político, este é um deles.
2007-05-24
Contra a corrente
Moita Flores contesta posição do PSD
Francisco Moita Flores, presidente da câmara de Santarém (PSD), criticou o comportamento do seu partido e de todos aqueles que contestam agora a Ota depois de a terem defendido no passado.
E, por isso, dirigiu "uma palavra de saudação especial a todos os eleitos do PSD", ouvindo aplausos de todos os presentes.
"Escandalizo-me com a incoerência de certas posições" até porque "a política no nosso país deve ser moralizada", afirmou, por seu turno, Tomás Oliveira Dias, porta-voz do movimento.
Moita Flores criticou quem baseia as suas críticas em relatórios "de pretensos técnicos, putativamente limpos do ponto de vista ideológico", por oposição "ao senso comum labrego e rasteiro dos políticos".
"Não há técnicos descomprometidos. Todos os técnicos são pagos e há sempre alguém que paga aos técnicos", afirmou o autarca de Santarém.
"Apesar de algum folclore de muito mau gosto representado por alguns protagonistas políticos, tenho a certeza que a decisão estudada e ponderada pelo governo Durão Barroso e agora aprovada pelo engenheiro José Sócrates é a melhor para o país", disse ainda Moita Flores.
"Nós andamos aqui a brincar um pouco com aquilo que são os interesses nacionais", sustentou João Oliveira Martins, ex-ministro de Cavaco Silva, que também participou no Governo.
in Público
Quanto ao que o Ministro Mário Lino disse sobre a margem sul, esteve bastante mal e as suas declarações são indesculpáveis. Referir-se, lato sensu, à margem sul como um "deserto", é um insulto para as pessoas que fazem a sua vida lá. Se é um "deserto" é devido à política regional de desenvolvimento da margem sul que a têm encarado mais como um dormitório do que uma zona de criação de riqueza para o País, sendo a AutoEuropa a excepção que confirma a regra.
Já agora, sabiam que levou 8 anos a colocar uma tabuleta na A2 para indicar aos motoristas que transportavam material, a saída para esta fábrica? Numa mega-empresa que aplica uma política de produção de just-in-time, isto acarreta prejuízos na sua laboração. Vá lá que, com as novas obras de ampliação da A2, lá se lembraram de colocar a tabuleta. Makes me wonder...
Contudo, não vou julgar um político pelo que diz mas pelo que faz, e a sua acção de não protelar o desenvolvimento aeroportuário na região de Lisboa é positiva. O resto é um aftermath na tentativa de capitalizar o partido do insultuoso desaire socialista que dali saiu.
Pelo andar da carruagem, ainda vamos ter cidadãos a Norte de Lisboa que normalmente votam no PSD, a mudar o seu sentido de voto e a "confirmar" este governo do PS por mais um mandato, só porque não querem que com uma mudança de governo, o aeroporto da Ota seja cancelado. Vamos acabar por ter então as populações da margem norte contra as da margem sul, numa guerra de interesses alimentada pelos partidos da oposição.
Numa altura destas - eleições para a CML - se o PSD perder num cenário já de si fracturado por tantas candidaturas independentes, os dados estarão lançados para uma mudança na liderança do partido. Seria vantajoso para o PSD entrar mais numa de "sem comentários", delimitando a sua política alternativa, do que tentar capitalizar na verborreia deste governo. É que para isso já basta o PCP. Espero que esteja enganado. Makes me wonder...
E, por isso, dirigiu "uma palavra de saudação especial a todos os eleitos do PSD", ouvindo aplausos de todos os presentes.
"Escandalizo-me com a incoerência de certas posições" até porque "a política no nosso país deve ser moralizada", afirmou, por seu turno, Tomás Oliveira Dias, porta-voz do movimento.
Moita Flores criticou quem baseia as suas críticas em relatórios "de pretensos técnicos, putativamente limpos do ponto de vista ideológico", por oposição "ao senso comum labrego e rasteiro dos políticos".
"Não há técnicos descomprometidos. Todos os técnicos são pagos e há sempre alguém que paga aos técnicos", afirmou o autarca de Santarém.
"Apesar de algum folclore de muito mau gosto representado por alguns protagonistas políticos, tenho a certeza que a decisão estudada e ponderada pelo governo Durão Barroso e agora aprovada pelo engenheiro José Sócrates é a melhor para o país", disse ainda Moita Flores.
"Nós andamos aqui a brincar um pouco com aquilo que são os interesses nacionais", sustentou João Oliveira Martins, ex-ministro de Cavaco Silva, que também participou no Governo.
in Público
Quanto ao que o Ministro Mário Lino disse sobre a margem sul, esteve bastante mal e as suas declarações são indesculpáveis. Referir-se, lato sensu, à margem sul como um "deserto", é um insulto para as pessoas que fazem a sua vida lá. Se é um "deserto" é devido à política regional de desenvolvimento da margem sul que a têm encarado mais como um dormitório do que uma zona de criação de riqueza para o País, sendo a AutoEuropa a excepção que confirma a regra.
Já agora, sabiam que levou 8 anos a colocar uma tabuleta na A2 para indicar aos motoristas que transportavam material, a saída para esta fábrica? Numa mega-empresa que aplica uma política de produção de just-in-time, isto acarreta prejuízos na sua laboração. Vá lá que, com as novas obras de ampliação da A2, lá se lembraram de colocar a tabuleta. Makes me wonder...
Contudo, não vou julgar um político pelo que diz mas pelo que faz, e a sua acção de não protelar o desenvolvimento aeroportuário na região de Lisboa é positiva. O resto é um aftermath na tentativa de capitalizar o partido do insultuoso desaire socialista que dali saiu.
Pelo andar da carruagem, ainda vamos ter cidadãos a Norte de Lisboa que normalmente votam no PSD, a mudar o seu sentido de voto e a "confirmar" este governo do PS por mais um mandato, só porque não querem que com uma mudança de governo, o aeroporto da Ota seja cancelado. Vamos acabar por ter então as populações da margem norte contra as da margem sul, numa guerra de interesses alimentada pelos partidos da oposição.
Numa altura destas - eleições para a CML - se o PSD perder num cenário já de si fracturado por tantas candidaturas independentes, os dados estarão lançados para uma mudança na liderança do partido. Seria vantajoso para o PSD entrar mais numa de "sem comentários", delimitando a sua política alternativa, do que tentar capitalizar na verborreia deste governo. É que para isso já basta o PCP. Espero que esteja enganado. Makes me wonder...
Tratar da Saúde
Enquanto a malta anda distraída ou ocupada q.b. com as eleições de Lisboa, valeria a pena debruçarem-se sobre a saúde em Portugal.
Parece-me que há medidas pelo actual governo que ainda vão gerar muita discussão, por exemplo, um novo imposto para cobrir a ineficiência do SNS, bastante assimétrico em diferentes regiões de Portugal, ou o repartir de responsabilidades com o poder local.
Pelo caminho que estou a ver, os privados ainda vão acabar por tratar da saúde aos Portugueses.
Parece-me que há medidas pelo actual governo que ainda vão gerar muita discussão, por exemplo, um novo imposto para cobrir a ineficiência do SNS, bastante assimétrico em diferentes regiões de Portugal, ou o repartir de responsabilidades com o poder local.
Pelo caminho que estou a ver, os privados ainda vão acabar por tratar da saúde aos Portugueses.
Hospital da Luz
2007-05-23
2007-05-16
Groningen, Holanda
...virado ao contrário de como nós temos por cá!
Isso é para proteger melhor os que esperam pelos transportes públicos.
Reparem nas vias para os ciclistas...um luxo!
Isso é para proteger melhor os que esperam pelos transportes públicos.
Reparem nas vias para os ciclistas...um luxo!
Sabiam que quando fazem um "google search", os vossos pedidos são respondidos a partir desta cidade na Holanda? É lá que está o centro de dados da Google para a Europa.
E Barcarena, salva-se ou não?
São 2100 os novos fogos previstos, a construir em terrenos da Reserva Agrícola Nacional, de Barcarena, Tercena até Queluz-de-Baixo. Ia acabar por ter de falar disto mais tarde ou mais cedo, da guerra do Isaltino com o Conselho de Administração do Taguspark , e o mais recente projecto urbanístico do Grupo Espírito Santo também.
A verdade encontra-se presente na frase auto-explicativa de Isaltino Morais sobre este projecto:
"interesse manifestado por diversos proprietários em vir a desenvolver intervenções urbanísticas na área em causa e no interesse emergente em vir a consolidar a estrutura urbana dos aglomerados".
Podemos concluir que os "diversos proprietários" vão ganhar uma pipa de massa com a reconversão dos seus terrenos agrícolas para superfícies urbanizáveis. É aqui, na venda de terrenos, que se dão os maiores lucros. É normal haver rentabilidades a atingir os 80% ou mais, com a reconversão dos terrenos. A construção das habitações só têm um retorno de 30%, espaçado pelo tempo de construção e venda, regra geral, 2 anos. É um modo de ganhar a vida.
Só para aguçar a curiosidade, apresento de seguida algumas fotos dos locais em questão. Uns já estão urbanizados, e noutros são objectos do plano de pormenor, um processo administrativo hábil de contornar o PDM e onde reside a grande parte do poder dos autarcas, mas que só deve ser utilizado se daí houver manifesto interesse público e não o interesse dos proprietários de terrenos.
Para mim é bastante claro que os vereadores do PSD ou a CDU devem apresentar uma queixa formal no I.G.A.T. ou no M.P, porque senão, estarão a ser coniventes com todo este processo. Não basta ficarem "assustados"... foi exactamente para este tipo de coisas que eles foram eleitos.
A verdade encontra-se presente na frase auto-explicativa de Isaltino Morais sobre este projecto:
"interesse manifestado por diversos proprietários em vir a desenvolver intervenções urbanísticas na área em causa e no interesse emergente em vir a consolidar a estrutura urbana dos aglomerados".
Podemos concluir que os "diversos proprietários" vão ganhar uma pipa de massa com a reconversão dos seus terrenos agrícolas para superfícies urbanizáveis. É aqui, na venda de terrenos, que se dão os maiores lucros. É normal haver rentabilidades a atingir os 80% ou mais, com a reconversão dos terrenos. A construção das habitações só têm um retorno de 30%, espaçado pelo tempo de construção e venda, regra geral, 2 anos. É um modo de ganhar a vida.
Só para aguçar a curiosidade, apresento de seguida algumas fotos dos locais em questão. Uns já estão urbanizados, e noutros são objectos do plano de pormenor, um processo administrativo hábil de contornar o PDM e onde reside a grande parte do poder dos autarcas, mas que só deve ser utilizado se daí houver manifesto interesse público e não o interesse dos proprietários de terrenos.
Para mim é bastante claro que os vereadores do PSD ou a CDU devem apresentar uma queixa formal no I.G.A.T. ou no M.P, porque senão, estarão a ser coniventes com todo este processo. Não basta ficarem "assustados"... foi exactamente para este tipo de coisas que eles foram eleitos.
Os terrenos em questão, uma mancha verde da Reserva Ecológica Metropolitana que Isaltino Morais quer transformar em zona urbanizável.
Outra vista, onde se vê Tercena e Massamá, extensa mancha urbanizada, consolidada! É nisto em que Isaltino quer transformar o que resta do vale verde de Barcarena. É a força do "Habitar Oeiras"!
Aqui já se vê toda a mancha urbana, com as construções recentes de habitações junto à Fábrica da Pólvora e ribeira de Barcarena.
A terraplanagem da parte Oeste do Vale de Barcarena já começou, junto a esta vila, na extensão do sector 3 do plano de desenvolvimento do Taguspark.
Zona interior do sector 3 do plano de desenvolvimento do Taguspark.
Zona interior do "Cabanas Golf" que está a ser urbanizada com novas vivendas promovidas pelo G.E.S., área extensa que vai até junto da rotunda do Taguspark.
Futuros terrenos a serem urbanizados pelas vivendas promovidas pelo G.E.S.
Outra vista, onde se vê Tercena e Massamá, extensa mancha urbanizada, consolidada! É nisto em que Isaltino quer transformar o que resta do vale verde de Barcarena. É a força do "Habitar Oeiras"!
Aqui já se vê toda a mancha urbana, com as construções recentes de habitações junto à Fábrica da Pólvora e ribeira de Barcarena.
A terraplanagem da parte Oeste do Vale de Barcarena já começou, junto a esta vila, na extensão do sector 3 do plano de desenvolvimento do Taguspark.
Zona interior do sector 3 do plano de desenvolvimento do Taguspark.
Zona interior do "Cabanas Golf" que está a ser urbanizada com novas vivendas promovidas pelo G.E.S., área extensa que vai até junto da rotunda do Taguspark.
Futuros terrenos a serem urbanizados pelas vivendas promovidas pelo G.E.S.
A política de urbanizar terrenos outrora agrícolas acarreta um impacte ambiental, degradação da qualidade de vida, diminuição dos espaços de compensação e de refúgio ambiental, aumento do esforço nas redes de abastecimento de água, saneamento, electricidade e vias de comunicação.
Passando de um panorama de desenvolvimento policêntrico para um alastramento - ou consolidação segundo o ponto de vista de Isaltino - às áreas anexas, teremos uma mancha urbana onde os seus habitantes dificilmente poderão continuar a usufruir de um ambiente saudável, limpo e natural. Fica dado o alerta para as forças políticas responsáveis na questão e responsabilizáveis pela tutela se nada fizerem.
Passando de um panorama de desenvolvimento policêntrico para um alastramento - ou consolidação segundo o ponto de vista de Isaltino - às áreas anexas, teremos uma mancha urbana onde os seus habitantes dificilmente poderão continuar a usufruir de um ambiente saudável, limpo e natural. Fica dado o alerta para as forças políticas responsáveis na questão e responsabilizáveis pela tutela se nada fizerem.
2007-05-14
Os discípulos da ilusão
Um brilhante artigo de José Pacheco Pereira que "teima" em contar a verdade ao contrário de outrens politicamente correctos e defensores da "normalidade" partidária. Mostra o "cadáver" que "habita" dentro do PSD. São os discípulos da ilusão. Iludem os outros, apresentando-se como políticos profissionais e competentes, mas na verdade não são capazes de ter uma política própria, vendendo os seus serviços pelo preço mais alto.
A terceira identidade
[José Pacheco Pereira, Público, 05-05-2007]
Por detrás de Carmona Rodrigues, ao lado, em cima, a aplaudir às claras, a conspirar às escuras, a conspirar às claras, a mover-se quer como um polvo, quer como aqueles pombos que vinham nos livros antigos de zoologia, um a que tinham tirado o cérebro e ficava firme e hirto, outro a quem tinham tirado o cerebelo e ficava ali pousado na sua própria gravidade, está uma entidade pouco visível em todo este processo. Na sua declaração, Carmona Rodrigues referiu-se-lhe de passagem sem a nomear. Esta terceira entidade na crise lisboeta, não sendo decisiva em nada de importante como seja ganhar eleições, é fundamental nas peripécias. Ora peripécias é o nome do processo de Lisboa a partir de agora. Esta entidade é o aparelho político do PSD em Lisboa, a distrital de Lisboa.
Duas prevenções são necessárias.
Uma é que a distrital de que falo está muito para além da sua actual presidente, e pouco tem a ver com ela, já lá estava antes, estará lá depois. Os presidentes passam, mas os mesmos homens e mulheres lá ficam agarrados aos seus pequenos e pequeníssimos poderes, nas secções, uns na oposição, outros controlando secções onde funcionam como caciques há longos anos. Todos têm um longo historial de conflitos, agudíssimos pela proximidade, uns contra os outros, aliando-se e zangando-se conforme as conveniências, arregimentando-se atrás da "situação" (a distrital e o seu presidente, ou os autarcas em funções), ou combatendo-a sem descanso. São várias centenas de pessoas, do PSD, da JSD e dos TSD, que "militam" no preciso termo da palavra, mantêm as estruturas a funcionar, reúnem-se, discutem, organizam umas sessões, mas, acima de tudo, prosseguem uma actividade de marcação de território, de conquista ou minagem.
A segunda prevenção é que tudo o que eu digo sobre a distrital de Lisboa é aplicável ipsis verbis à estrutura idêntica do PS na capital. Os dois partidos funcionam da mesma maneira e têm um "pessoal" político que parece tirado a papel químico. E a questão está muito para além de ser do PSD ou do PS. Tem a ver com a degradação acentuada dos aparelhos partidários em Portugal. Revelam-se na sua actuação não só velhas tendências diagnosticadas há muito na "oligarquização" dos partidos, mas também as fragilidades do tecido político nacional e a crise dos partidos dentro da crise mais geral das mediações nas sociedades que caminham da democracia para a demagogia. Eu conheço bem esta realidade porque fui presidente da distrital de Lisboa, onde ganhei duas eleições (uma das quais as primeiras directas no PSD) e perdi vergonhosamente uma. Foi a minha experiência política mais desastrosa, mais desgastante, menos rewarding, mas foi aquela em que aprendi mais e, num certo sentido, uma das mais interessantes para perceber muita coisa que se passa no PSD, e o próprio PSD e o PS. Prometo a mim próprio há muitos anos escrever uma memória destes tempos, mas talvez ainda seja cedo ou tarde de mais, até porque os nomes circulantes continuam por aí, e continuarão até morrer porque esse é o seu modo de vida. Já estiveram comigo, com os meus opositores, com os opositores dos meus opositores, com os amigos e com os inimigos, mas estão lá, que é o que interessa. Muitos deles são instrumentais na crise de Lisboa, uns a favor de Carmona, outros de Marques Mendes, outros virulentamente contra os dois, ou só contra um deles. Farão tudo para se defender e aos seus lugares, e farão tudo para varrer os outros dos lugares. É a lei da selva mais dura que para aí anda, com um grau de produção de "inimigos íntimos" sem dimensão fora da política, mas "eles" são a distrital de Lisboa e não há outra.
Tiro já da equação factores que têm hoje um pequeno papel em todo este processo. Um é a componente ideológica e partidária, a adesão a um corpo de ideias e políticas, uma obrigação de intervenção cívica, que nos primeiros anos do PSD era um motivador das suas "bases" e que agora é apenas uma sobrevivência inútil. As listas nas secções e na JSD não têm qualquer lastro ideológico e político e são quase inteiramente "posicionais": contra este ou aquele, de "oposição ao líder", ou ao seu serviço, a favor deste ou daquele grupo, deste ou daquele interesse. O essencial é constituir sindicatos de votos que ou são livres de se deslocarem ao serviço dos seus donos, ou são emanações de outros grupos e de outras pessoas, de cujo sucesso político ficam dependentes, como é o caso dos "santanistas". As velhas classificações, como a de "sá carneirista", são hoje meramente instrumentais e usam-se cada vez menos. Um dos grandes "sá carneiristas" que conheci numa secção dos subúrbios de Lisboa mal verificou que não seria recandidato a uma vereação, depois de fazer tudo, e foi mesmo tudo, para conseguir manter o lugar, acabou depois por procurar o PRD, o PSN e por fim o PDC, partidos que existiam apenas nominalmente, para conseguir candidatar-se contra o PSD. Existe ainda a "camisola", uma identidade laranja forte, principalmente nos mais velhos, mas é uma atitude póstuma nas cidades, embora ainda haja pelo país fora sobrevivências desta antiga cultura de partido, feita da resistência nos anos difíceis dos anos 70 e 80, ela está em extinção.
O segundo factor é a ilusão de que haja qualquer ética de serviço público, qualquer vontade cívica, qualquer projecto que não esteja ao serviço de objectivos que são para eles "profissionais" no sentido pleno, para si ou para os seus familiares e amigos. Ninguém quer verdadeiramente ganhar nada, mas querem manter o statu quo e esse statu quo é medido pelo número de lugares de que dispõe um grupo ou uma secção e a sua categoria (a resistência do aparelho do PS a eleições em Lisboa é da mesma natureza). Esses lugares são aqueles que aparecem nas estatísticas da oposição como as dezenas e centenas de militantes do PSD e da JSD (lembro, no PS é a mesma coisa) que entraram para este ou aquele departamento da Câmara de Lisboa, esta ou aquela empresa municipalizada, gabinete da vereação ou serviço municipal.
Há os fiéis de Santana que Carmona afastou e que são violentamente anti-Marques Mendes, há os fiéis de Paula Teixeira da Cruz herdados de António Preto, que são pró-Marques Mendes, há os opositores a Paula Teixeira da Cruz e ligados a Helena Lopes da Costa, secretária-geral proposta por Luís Filipe Menezes, há os que se colaram a Carmona e ao seu poder autárquico e que sabem que, se este cair, caem com ele para o ajuste de contas dos seus adversários, lugar a lugar, secção a secção, há os "companheiros" do vereador A ou B, o seu grupo de apoiantes a quem atribuiu lugares na estrutura da câmara e que sabem que tão cedo não voltam, há uma miríade de interesses instalados que resistirão manu militari. Não me admira pois que mandem o partido às malvas e queiram desesperadamente lá ficar, a não ser que percebam que a sua atitude é inútil.
Face a eles não adianta perguntar qual o poder de Carmona, Paula Teixeira da Cruz ou Marques Mendes, porque a resposta é quase nenhum. Terão, talvez, algum poder em 2008, mas todos os seus adversários trabalham afincadamente para que não estejam lá em 2008 a fazer as listas para 2009. Há uma frase atribuída a Jaime Gama sobre os jornalistas, que dizia que "ou se tinha poder para os despedir ou dinheiro para os comprar". Infelizmente para todos, a situação nos partidos não é muito diferente e ninguém tem nem uma coisa nem outra.
Por detrás de Carmona Rodrigues, ao lado, em cima, a aplaudir às claras, a conspirar às escuras, a conspirar às claras, a mover-se quer como um polvo, quer como aqueles pombos que vinham nos livros antigos de zoologia, um a que tinham tirado o cérebro e ficava firme e hirto, outro a quem tinham tirado o cerebelo e ficava ali pousado na sua própria gravidade, está uma entidade pouco visível em todo este processo. Na sua declaração, Carmona Rodrigues referiu-se-lhe de passagem sem a nomear. Esta terceira entidade na crise lisboeta, não sendo decisiva em nada de importante como seja ganhar eleições, é fundamental nas peripécias. Ora peripécias é o nome do processo de Lisboa a partir de agora. Esta entidade é o aparelho político do PSD em Lisboa, a distrital de Lisboa.
Duas prevenções são necessárias.
Uma é que a distrital de que falo está muito para além da sua actual presidente, e pouco tem a ver com ela, já lá estava antes, estará lá depois. Os presidentes passam, mas os mesmos homens e mulheres lá ficam agarrados aos seus pequenos e pequeníssimos poderes, nas secções, uns na oposição, outros controlando secções onde funcionam como caciques há longos anos. Todos têm um longo historial de conflitos, agudíssimos pela proximidade, uns contra os outros, aliando-se e zangando-se conforme as conveniências, arregimentando-se atrás da "situação" (a distrital e o seu presidente, ou os autarcas em funções), ou combatendo-a sem descanso. São várias centenas de pessoas, do PSD, da JSD e dos TSD, que "militam" no preciso termo da palavra, mantêm as estruturas a funcionar, reúnem-se, discutem, organizam umas sessões, mas, acima de tudo, prosseguem uma actividade de marcação de território, de conquista ou minagem.
A segunda prevenção é que tudo o que eu digo sobre a distrital de Lisboa é aplicável ipsis verbis à estrutura idêntica do PS na capital. Os dois partidos funcionam da mesma maneira e têm um "pessoal" político que parece tirado a papel químico. E a questão está muito para além de ser do PSD ou do PS. Tem a ver com a degradação acentuada dos aparelhos partidários em Portugal. Revelam-se na sua actuação não só velhas tendências diagnosticadas há muito na "oligarquização" dos partidos, mas também as fragilidades do tecido político nacional e a crise dos partidos dentro da crise mais geral das mediações nas sociedades que caminham da democracia para a demagogia. Eu conheço bem esta realidade porque fui presidente da distrital de Lisboa, onde ganhei duas eleições (uma das quais as primeiras directas no PSD) e perdi vergonhosamente uma. Foi a minha experiência política mais desastrosa, mais desgastante, menos rewarding, mas foi aquela em que aprendi mais e, num certo sentido, uma das mais interessantes para perceber muita coisa que se passa no PSD, e o próprio PSD e o PS. Prometo a mim próprio há muitos anos escrever uma memória destes tempos, mas talvez ainda seja cedo ou tarde de mais, até porque os nomes circulantes continuam por aí, e continuarão até morrer porque esse é o seu modo de vida. Já estiveram comigo, com os meus opositores, com os opositores dos meus opositores, com os amigos e com os inimigos, mas estão lá, que é o que interessa. Muitos deles são instrumentais na crise de Lisboa, uns a favor de Carmona, outros de Marques Mendes, outros virulentamente contra os dois, ou só contra um deles. Farão tudo para se defender e aos seus lugares, e farão tudo para varrer os outros dos lugares. É a lei da selva mais dura que para aí anda, com um grau de produção de "inimigos íntimos" sem dimensão fora da política, mas "eles" são a distrital de Lisboa e não há outra.
Tiro já da equação factores que têm hoje um pequeno papel em todo este processo. Um é a componente ideológica e partidária, a adesão a um corpo de ideias e políticas, uma obrigação de intervenção cívica, que nos primeiros anos do PSD era um motivador das suas "bases" e que agora é apenas uma sobrevivência inútil. As listas nas secções e na JSD não têm qualquer lastro ideológico e político e são quase inteiramente "posicionais": contra este ou aquele, de "oposição ao líder", ou ao seu serviço, a favor deste ou daquele grupo, deste ou daquele interesse. O essencial é constituir sindicatos de votos que ou são livres de se deslocarem ao serviço dos seus donos, ou são emanações de outros grupos e de outras pessoas, de cujo sucesso político ficam dependentes, como é o caso dos "santanistas". As velhas classificações, como a de "sá carneirista", são hoje meramente instrumentais e usam-se cada vez menos. Um dos grandes "sá carneiristas" que conheci numa secção dos subúrbios de Lisboa mal verificou que não seria recandidato a uma vereação, depois de fazer tudo, e foi mesmo tudo, para conseguir manter o lugar, acabou depois por procurar o PRD, o PSN e por fim o PDC, partidos que existiam apenas nominalmente, para conseguir candidatar-se contra o PSD. Existe ainda a "camisola", uma identidade laranja forte, principalmente nos mais velhos, mas é uma atitude póstuma nas cidades, embora ainda haja pelo país fora sobrevivências desta antiga cultura de partido, feita da resistência nos anos difíceis dos anos 70 e 80, ela está em extinção.
O segundo factor é a ilusão de que haja qualquer ética de serviço público, qualquer vontade cívica, qualquer projecto que não esteja ao serviço de objectivos que são para eles "profissionais" no sentido pleno, para si ou para os seus familiares e amigos. Ninguém quer verdadeiramente ganhar nada, mas querem manter o statu quo e esse statu quo é medido pelo número de lugares de que dispõe um grupo ou uma secção e a sua categoria (a resistência do aparelho do PS a eleições em Lisboa é da mesma natureza). Esses lugares são aqueles que aparecem nas estatísticas da oposição como as dezenas e centenas de militantes do PSD e da JSD (lembro, no PS é a mesma coisa) que entraram para este ou aquele departamento da Câmara de Lisboa, esta ou aquela empresa municipalizada, gabinete da vereação ou serviço municipal.
Há os fiéis de Santana que Carmona afastou e que são violentamente anti-Marques Mendes, há os fiéis de Paula Teixeira da Cruz herdados de António Preto, que são pró-Marques Mendes, há os opositores a Paula Teixeira da Cruz e ligados a Helena Lopes da Costa, secretária-geral proposta por Luís Filipe Menezes, há os que se colaram a Carmona e ao seu poder autárquico e que sabem que, se este cair, caem com ele para o ajuste de contas dos seus adversários, lugar a lugar, secção a secção, há os "companheiros" do vereador A ou B, o seu grupo de apoiantes a quem atribuiu lugares na estrutura da câmara e que sabem que tão cedo não voltam, há uma miríade de interesses instalados que resistirão manu militari. Não me admira pois que mandem o partido às malvas e queiram desesperadamente lá ficar, a não ser que percebam que a sua atitude é inútil.
Face a eles não adianta perguntar qual o poder de Carmona, Paula Teixeira da Cruz ou Marques Mendes, porque a resposta é quase nenhum. Terão, talvez, algum poder em 2008, mas todos os seus adversários trabalham afincadamente para que não estejam lá em 2008 a fazer as listas para 2009. Há uma frase atribuída a Jaime Gama sobre os jornalistas, que dizia que "ou se tinha poder para os despedir ou dinheiro para os comprar". Infelizmente para todos, a situação nos partidos não é muito diferente e ninguém tem nem uma coisa nem outra.
2007-05-13
Jornadas Parlamentares
Ontem, Marques Mendes voltou a afirmar a linha do PSD para o combate às legislativas 2009. Foi bastante crítico do actual rumo do governo - desemprego a aumentar, aumento de endividamento, maior emigração por falta de oportunidades no país, o empobrecimento do tecido industrial, Portugal cada vez mais afastado da Europa.
A linha programática do PSD é a seguinte, transcrita do comunicado de Marques Mendes no "Povo Livre":
"Primeiro: assumimos com clareza o objectivo de colocar Portugal a convergir com a Europa, por forma a que em 2013, último ano de aplicação dos Fundos Estruturais, possamos alcançar, em termos de rendimento por habitante, pelo menos, 80% da média comunitária.
Segundo: reformar o Estado e rever as suas funções.
Terceiro: baixar os impostos, começando no IVA e no IRC, a pensar nas empresas e na classe média.
Quarto: uma política activa de apoio às PMEs. O Governo deslumbra-se com meia-dúzia de grandes empresas e despreza as PMEs.
Quinto: mudar a sério na Educação.
E finalmente, o ensino profissional será uma prioridade a sério."
Além de este projecto futuro para a boa governação de Portugal, também marca a diferença na reforma das leis eleitorais, propondo:
"Primeiro: redução de 230 para 181 do número de Deputados à Assembleia da República.
Um Parlamento mais pequeno é um Parlamento mais eficaz. Menos Deputados não significa diminuir a representação. Significa sim aumentar a sua eficácia.
Segundo: Lei Eleitoral para a Assembleia da República... conciliar círculos uninominais com a existência de um circulo nacional.
Através dos círculos uninominais cada cidadão escolherá o seu Deputado. É o seu representante, a quem confere um mandato, a quem pede contas e exige responsabilidades. Corresponde a uma maior personalização e responsabilização da vida política.
Através do círculo nacional, cada cidadão vota sobretudo na força política que entende, garantindo, assim, a representação proporcional no Parlamento Nacional.
Com esta proposta se garante uma maior aproximação entre eleitos e eleitores. É mais um contributo para a melhoria da qualidade da nossa democracia.
Terceiro: Lei Eleitoral para as Autarquias Locais. É outra necessidade imperiosa. Já devia ter sido aprovada em 2005, antes das autárquicas. Infelizmente o PS bloqueou essa mudança.
- Em vez de duas eleições passará a haver apenas uma - para a Assembleia Municipal e para a Assembleia de Freguesia;
- O Presidente da Câmara e o Presidente da Junta serão os primeiros candidatos das listas mais votadas;
- O Presidente eleito passará a ter total liberdade para escolher os seus Vereadores ou vogais de entre os membros eleitos para a Assembleia;
- A lista candidata que ganhar as eleições terá automaticamente a maioria dos mandatos no Executivo, sendo que os restantes mandatos se distribuirão proporcionalmente pelas demais forças concorrentes.
Assim se garante a governabilidade e o cumprimento do programa eleitoral por parte de quem ganha as eleições. As oposições participam mas deixam de ter possibilidade de bloquear a acção de quem teve a confiança maioritária dos cidadãos."
A linha programática do PSD é a seguinte, transcrita do comunicado de Marques Mendes no "Povo Livre":
"Primeiro: assumimos com clareza o objectivo de colocar Portugal a convergir com a Europa, por forma a que em 2013, último ano de aplicação dos Fundos Estruturais, possamos alcançar, em termos de rendimento por habitante, pelo menos, 80% da média comunitária.
Segundo: reformar o Estado e rever as suas funções.
Terceiro: baixar os impostos, começando no IVA e no IRC, a pensar nas empresas e na classe média.
Quarto: uma política activa de apoio às PMEs. O Governo deslumbra-se com meia-dúzia de grandes empresas e despreza as PMEs.
Quinto: mudar a sério na Educação.
E finalmente, o ensino profissional será uma prioridade a sério."
Além de este projecto futuro para a boa governação de Portugal, também marca a diferença na reforma das leis eleitorais, propondo:
"Primeiro: redução de 230 para 181 do número de Deputados à Assembleia da República.
Um Parlamento mais pequeno é um Parlamento mais eficaz. Menos Deputados não significa diminuir a representação. Significa sim aumentar a sua eficácia.
Segundo: Lei Eleitoral para a Assembleia da República... conciliar círculos uninominais com a existência de um circulo nacional.
Através dos círculos uninominais cada cidadão escolherá o seu Deputado. É o seu representante, a quem confere um mandato, a quem pede contas e exige responsabilidades. Corresponde a uma maior personalização e responsabilização da vida política.
Através do círculo nacional, cada cidadão vota sobretudo na força política que entende, garantindo, assim, a representação proporcional no Parlamento Nacional.
Com esta proposta se garante uma maior aproximação entre eleitos e eleitores. É mais um contributo para a melhoria da qualidade da nossa democracia.
Terceiro: Lei Eleitoral para as Autarquias Locais. É outra necessidade imperiosa. Já devia ter sido aprovada em 2005, antes das autárquicas. Infelizmente o PS bloqueou essa mudança.
- Em vez de duas eleições passará a haver apenas uma - para a Assembleia Municipal e para a Assembleia de Freguesia;
- O Presidente da Câmara e o Presidente da Junta serão os primeiros candidatos das listas mais votadas;
- O Presidente eleito passará a ter total liberdade para escolher os seus Vereadores ou vogais de entre os membros eleitos para a Assembleia;
- A lista candidata que ganhar as eleições terá automaticamente a maioria dos mandatos no Executivo, sendo que os restantes mandatos se distribuirão proporcionalmente pelas demais forças concorrentes.
Assim se garante a governabilidade e o cumprimento do programa eleitoral por parte de quem ganha as eleições. As oposições participam mas deixam de ter possibilidade de bloquear a acção de quem teve a confiança maioritária dos cidadãos."
2007-05-09
E se acontecesse em Portugal?
Um exemplo do que pode acontecer quando o sistema de protecção civil nacional falha.
A Hora dos Independentes
Sem um partido forte a nível interno, rendido a tácticas eleitorais para a obtenção ou retenção do poder político e sem programa, por norma surgem movimentos independentes de facções internas. O que pode vir a acontecer no futuro, dentro do PSD.
Helena Roseta entregou o cartão do PS porque se sentia insatisfeita com o rumo tomado pelo seu partido. Acha que Lisboa merece mais do que da maneira como têm sido tratada ultimamente.
Este novo processo representa o fim de uma estratégia errada para Lisboa por parte do PS/Lisboa e promovida pelo secretário-geral, José Sócrates. Politicamente, é a afirmação do poder local pelo movimento de cidadãos criados por Manuel Alegre.
"Não estou disponível para pactuar com esta degradação. Não aceito o triunfo do tacticismo de todos os partidos - incluindo o PS - sobre os interesses da cidade. Nem que se tenha deixado nas mãos do PSD a chave de uma solução para a qual todos deviam estar a contribuir, porque todos têm responsabilidades", disse ela.
Não me admirava nada que tivesse mais votos que o PS nas eleições autárquicas de Lisboa.
Helena Roseta entregou o cartão do PS porque se sentia insatisfeita com o rumo tomado pelo seu partido. Acha que Lisboa merece mais do que da maneira como têm sido tratada ultimamente.
Este novo processo representa o fim de uma estratégia errada para Lisboa por parte do PS/Lisboa e promovida pelo secretário-geral, José Sócrates. Politicamente, é a afirmação do poder local pelo movimento de cidadãos criados por Manuel Alegre.
"Não estou disponível para pactuar com esta degradação. Não aceito o triunfo do tacticismo de todos os partidos - incluindo o PS - sobre os interesses da cidade. Nem que se tenha deixado nas mãos do PSD a chave de uma solução para a qual todos deviam estar a contribuir, porque todos têm responsabilidades", disse ela.
Não me admirava nada que tivesse mais votos que o PS nas eleições autárquicas de Lisboa.
2007-05-08
Comentário a Artigo do Sol
Comento o artigo do deputado Luís Rodrigues, e antigo presidente da distrital de Setúbal:
"No momento em que escrevo este artigo, os portugueses estão apreensivos com o futuro do País [e com o presente, a vida está cara para o povo].
O aumento brutal da carga fiscal, dos juros dos empréstimos, a voracidade do Ministério das Finanças, manifestada pela premissa “pague primeiro e reclame depois”, aliada ao lançamento de novos impostos, está a chocar o País, que não consegue perceber para que serve tanto sacrifício [é o tal choque tecnológico!] .
Por outro lado, é um escândalo e uma vergonha que o País da União Europeia onde se verificou a maior redução do investimento público em 2006 tenha sido Portugal, atrás da Roménia e de Malta [alguém têm que ser o último!].
O Governo tenta contornar este problema criando a ilusão de que no futuro vai fazer investimentos de muitos milhões de euros, nomeadamente na Ota, mesmo que seja um mau investimento [assegurado pelos anteriores governos] e que esta opção não seja totalmente transparente [nada é completamente transparente para a oposição].
Esta maioria tudo tem feito para que a opinião pública e publicada dê por adquirida a urgente necessidade de construir um novo aeroporto e que só existe um local possível.
Apesar dos muitos meios utilizados pelo Governo, das notícias permanentes sobre a “saturação” da Portela e sobre o seu mau funcionamento geral [porque já não dá para as encomendas], a população não está convencida nem da necessidade da construção já de um novo aeroporto, nem que a única localização seja a OTA [ o melhor é adiar, adiar sempre as decisões, e essa é a razão de nós estarmos onde estamos actualmente ].
Estará a central de informações do Governo a funcionar mal, não conseguindo explicar aos portugueses as suas intenções nesta matéria, ou de facto o Executivo está profundamente enganado e os portugueses não querem esta solução? [é mais porque a oposição, o PSD, têm feito o seu trabalho muito bem]
Na apresentação da Ota, o Governo afirmou que não era possível operar a Portela em conjunto com outra infraestrutura aeroportuária da região [Alverca, Montijo, Ota, entre outras rejeitadas]. Muito recentemente, o Ministro das Obras Públicas veio afirmar que poderá ter que utilizar um aeroporto de recurso nas proximidades de Lisboa [Beja é uma hipótese que está a ser considerada para desviar o tráfego low cost]. Afinal, podem operar-se dois aeroportos em simultâneo ou não? [Neste caso, e com eficiência assegurada, sim]
Como se explica que se vão gastar cerca de 400 milhões de euros na ampliação da Portela [porque está a rebentar pelas costuras e o investimento feito têm retorno assegurado] e mais uns milhões na ligação do metropolitano ao Aeroporto e que, depois de tudo concluído, se vai abandonar este espaço aeroportuário? [é para a futura urbanização da Portela, uma das razões por que a CML interpôs uma acção contra o Estado para reaver a posse dos terrenos]
No estudo de 1994, que é o mais recente que se conhece [errado], elaborado pela NAER [ANA], onde se comparam as alternativas Rio Frio, Montijo e Ota, esta última é a opção mais desfavorável [segundo os critérios seguidos pela ANA].
Todos os estudos elaborados e as posições assumidas por técnicos credenciados [em quê? autoestradas?] dizem que as alternativas na margem sul exigem menor investimento, são mais seguras, respondem melhor em termos de navegação aérea e estão mais próximas de Lisboa [é falso].
Por outro lado, as redes de transporte existentes neste local permitem uma melhor, mais rápida e mais barata [tirando a portagem da ponte] ligação do novo aeroporto às autoestradas (A2 e A12) [na Ota, temos melhores acessibilidades, a A1, A8, A10, A13, CREL], às vias ferroviárias nacionais (Évora, Lisboa e Algarve) [na Ota para Lisboa, Leiria, Porto] e de ligação aos portos de Lisboa [na Ota também], Setúbal e Sines [porto de mercadorias? para quê? passageiros a granel?].
O corredor Lisboa/Madrid da futura rede de TGV está exactamente nesse território, e não necessita nem de pontes, nem de túneis, nem de qualquer outra “engenharia forçada” para atingir o aeroporto [nem o TGV na Ota, que acaba por passar ao pé do Aeroporto, sendo acedida por um monocarril]. Recorda-se que este mesmo Governo decidiu implantar a maior plataforma logística nacional no Poceirão.
A privatização da ANA, tal como está anunciada pelo Governo, é grave, pois vai “armadilhar” todo o processo, tornando irreversível a decisão da Ota [a ANA vai acabar por ser privatizada mais tarde ou mais cedo, e a maneira de como será feita depende do modelo do concurso a ser tomado, se a entidade ganhadora vier a ficar com a construção e gestão da plataforma aeroportuária, ou só se limita a construí-la ficando a ANA a ser a entidade gestora, sendo privatizada em separado. Mas não diga que fui eu que lhe disse. É segredo].
Como cidadão e como responsável político, não posso aceitar que a maioria socialista comprometa o Estado e o dinheiro dos nossos impostos sem que os portugueses aceitem esta decisão [o que o sr.deputado expressa é que deve haver um referendo nacional sobre a Ota. Plenamente a favor. Espero que não tenha que se retratar, quando o PSD ganhar as eleições e vier a público dizer que parar a construção da Ota seria caro demais].
Não é admissível que o Governo insista em não explicar a inexistência de alternativas [40 anos depois...], quer quanto ao modelo de desenvolvimento aeroportuário, quer quanto à localização única na Ota [porque nunca houve nas últimas décadas uma política séria de aviação civil em Portugal] .
Tenho cada vez mais dúvidas sobre a Ota e mais certezas que existem outras localizações mais baratas, mais seguras e mais eficazes, que melhor servem o interesse nacional [espero da sua parte uma declaração pública de interesses e a afirmação de qual é a localização que prefere].
Perante tantos factos e evidências, porque se recusa o Primeiro-ministro a realizar estudos de custo-benefício, comparando várias alternativas? [40 anos depois...]
Os portugueses têm direito a essa informação para participarem na decisão em consciência." [Concordo consigo, venha de lá esse referendo para pôr-mos isto tudo em pratos limpos.]
"NOVO AEROPORTO DE LISBOA e Interesse Nacional"
"No momento em que escrevo este artigo, os portugueses estão apreensivos com o futuro do País [e com o presente, a vida está cara para o povo].
O aumento brutal da carga fiscal, dos juros dos empréstimos, a voracidade do Ministério das Finanças, manifestada pela premissa “pague primeiro e reclame depois”, aliada ao lançamento de novos impostos, está a chocar o País, que não consegue perceber para que serve tanto sacrifício [é o tal choque tecnológico!] .
Por outro lado, é um escândalo e uma vergonha que o País da União Europeia onde se verificou a maior redução do investimento público em 2006 tenha sido Portugal, atrás da Roménia e de Malta [alguém têm que ser o último!].
O Governo tenta contornar este problema criando a ilusão de que no futuro vai fazer investimentos de muitos milhões de euros, nomeadamente na Ota, mesmo que seja um mau investimento [assegurado pelos anteriores governos] e que esta opção não seja totalmente transparente [nada é completamente transparente para a oposição].
Esta maioria tudo tem feito para que a opinião pública e publicada dê por adquirida a urgente necessidade de construir um novo aeroporto e que só existe um local possível.
Apesar dos muitos meios utilizados pelo Governo, das notícias permanentes sobre a “saturação” da Portela e sobre o seu mau funcionamento geral [porque já não dá para as encomendas], a população não está convencida nem da necessidade da construção já de um novo aeroporto, nem que a única localização seja a OTA [ o melhor é adiar, adiar sempre as decisões, e essa é a razão de nós estarmos onde estamos actualmente ].
Estará a central de informações do Governo a funcionar mal, não conseguindo explicar aos portugueses as suas intenções nesta matéria, ou de facto o Executivo está profundamente enganado e os portugueses não querem esta solução? [é mais porque a oposição, o PSD, têm feito o seu trabalho muito bem]
Na apresentação da Ota, o Governo afirmou que não era possível operar a Portela em conjunto com outra infraestrutura aeroportuária da região [Alverca, Montijo, Ota, entre outras rejeitadas]. Muito recentemente, o Ministro das Obras Públicas veio afirmar que poderá ter que utilizar um aeroporto de recurso nas proximidades de Lisboa [Beja é uma hipótese que está a ser considerada para desviar o tráfego low cost]. Afinal, podem operar-se dois aeroportos em simultâneo ou não? [Neste caso, e com eficiência assegurada, sim]
Como se explica que se vão gastar cerca de 400 milhões de euros na ampliação da Portela [porque está a rebentar pelas costuras e o investimento feito têm retorno assegurado] e mais uns milhões na ligação do metropolitano ao Aeroporto e que, depois de tudo concluído, se vai abandonar este espaço aeroportuário? [é para a futura urbanização da Portela, uma das razões por que a CML interpôs uma acção contra o Estado para reaver a posse dos terrenos]
No estudo de 1994, que é o mais recente que se conhece [errado], elaborado pela NAER [ANA], onde se comparam as alternativas Rio Frio, Montijo e Ota, esta última é a opção mais desfavorável [segundo os critérios seguidos pela ANA].
Todos os estudos elaborados e as posições assumidas por técnicos credenciados [em quê? autoestradas?] dizem que as alternativas na margem sul exigem menor investimento, são mais seguras, respondem melhor em termos de navegação aérea e estão mais próximas de Lisboa [é falso].
Por outro lado, as redes de transporte existentes neste local permitem uma melhor, mais rápida e mais barata [tirando a portagem da ponte] ligação do novo aeroporto às autoestradas (A2 e A12) [na Ota, temos melhores acessibilidades, a A1, A8, A10, A13, CREL], às vias ferroviárias nacionais (Évora, Lisboa e Algarve) [na Ota para Lisboa, Leiria, Porto] e de ligação aos portos de Lisboa [na Ota também], Setúbal e Sines [porto de mercadorias? para quê? passageiros a granel?].
O corredor Lisboa/Madrid da futura rede de TGV está exactamente nesse território, e não necessita nem de pontes, nem de túneis, nem de qualquer outra “engenharia forçada” para atingir o aeroporto [nem o TGV na Ota, que acaba por passar ao pé do Aeroporto, sendo acedida por um monocarril]. Recorda-se que este mesmo Governo decidiu implantar a maior plataforma logística nacional no Poceirão.
A privatização da ANA, tal como está anunciada pelo Governo, é grave, pois vai “armadilhar” todo o processo, tornando irreversível a decisão da Ota [a ANA vai acabar por ser privatizada mais tarde ou mais cedo, e a maneira de como será feita depende do modelo do concurso a ser tomado, se a entidade ganhadora vier a ficar com a construção e gestão da plataforma aeroportuária, ou só se limita a construí-la ficando a ANA a ser a entidade gestora, sendo privatizada em separado. Mas não diga que fui eu que lhe disse. É segredo].
Como cidadão e como responsável político, não posso aceitar que a maioria socialista comprometa o Estado e o dinheiro dos nossos impostos sem que os portugueses aceitem esta decisão [o que o sr.deputado expressa é que deve haver um referendo nacional sobre a Ota. Plenamente a favor. Espero que não tenha que se retratar, quando o PSD ganhar as eleições e vier a público dizer que parar a construção da Ota seria caro demais].
Não é admissível que o Governo insista em não explicar a inexistência de alternativas [40 anos depois...], quer quanto ao modelo de desenvolvimento aeroportuário, quer quanto à localização única na Ota [porque nunca houve nas últimas décadas uma política séria de aviação civil em Portugal] .
Tenho cada vez mais dúvidas sobre a Ota e mais certezas que existem outras localizações mais baratas, mais seguras e mais eficazes, que melhor servem o interesse nacional [espero da sua parte uma declaração pública de interesses e a afirmação de qual é a localização que prefere].
Perante tantos factos e evidências, porque se recusa o Primeiro-ministro a realizar estudos de custo-benefício, comparando várias alternativas? [40 anos depois...]
Os portugueses têm direito a essa informação para participarem na decisão em consciência." [Concordo consigo, venha de lá esse referendo para pôr-mos isto tudo em pratos limpos.]
Vende-se
Vamos lá a ver o que é que ele acha de si próprio - os comentários a negrito são meus:
"O conhecimento do que me rodeia faz-se dia a dia em partilha. É igual o prazer de dar e receber. Gosto de me questionar e de ouvir os outros. Sou, diria, um amante do debate de ideias. Na tolerância e respeito mútuo que nos devemos enquanto seres racionais." [LOL]
"Quando eu nasci, no meu país ter opinião e divulgá-la, era muitas vezes considerado um delito. Durante anos, - do início da minha consciência ao dia da reposição da liberdade de expressão- revoltei-me contra esse estado de coisas. E desejei sempre que chegasse o dia, em que todos - MAS TODOS - pudessem livre e conscientemente exprimir as suas opiniões. Tive mais sorte que muitos já idos [porque tudo é possível no mundo da política]. Esse dia chegou [dai graças ao Isaltino!]. É por isso que hoje o exercício do direito de opinião e de troca de ideias, tem lugar marcado no meu dia a dia.
E nada do que faz o meu quotidiano me é dispiciendo [despiciendo, vai ver ao dicionário, Emanuel] ou de menor valor. Apenas cada coisa ocupa o seu lugar.
Continuo ávido de saber e poder interpretar cada coisa pelo olhar dos outros. De descobrir o lado "lunar" de tudo o que me desperta a atenção, pela voz e o ensinamento de todos. E podendo, dar o meu modesto contributo para que a opinião que outros tenham, acerca do que quer que seja, possa sair enriquecida [hah?? Importa-se de repetir???].
Utilizar afinal um direito e um dever de cidadania."
Sinceramente, eu não dou um chavo furado pelo Emanuel. Fiquei embasbacado quando dei de caras com o seu perfil na internet (Marketeer???), onde fui buscar estas pérolas assassinas da língua portuguesa e que lançam alguma luz sobre esta personalidade obscura da política de Oeiras.
Graças a Deus que não sou Socialista!
"Quando eu nasci, no meu país ter opinião e divulgá-la, era muitas vezes considerado um delito. Durante anos, - do início da minha consciência ao dia da reposição da liberdade de expressão- revoltei-me contra esse estado de coisas. E desejei sempre que chegasse o dia, em que todos - MAS TODOS - pudessem livre e conscientemente exprimir as suas opiniões. Tive mais sorte que muitos já idos [porque tudo é possível no mundo da política]. Esse dia chegou [dai graças ao Isaltino!]. É por isso que hoje o exercício do direito de opinião e de troca de ideias, tem lugar marcado no meu dia a dia.
E nada do que faz o meu quotidiano me é dispiciendo [despiciendo, vai ver ao dicionário, Emanuel] ou de menor valor. Apenas cada coisa ocupa o seu lugar.
Continuo ávido de saber e poder interpretar cada coisa pelo olhar dos outros. De descobrir o lado "lunar" de tudo o que me desperta a atenção, pela voz e o ensinamento de todos. E podendo, dar o meu modesto contributo para que a opinião que outros tenham, acerca do que quer que seja, possa sair enriquecida [hah?? Importa-se de repetir???].
Utilizar afinal um direito e um dever de cidadania."
Sinceramente, eu não dou um chavo furado pelo Emanuel. Fiquei embasbacado quando dei de caras com o seu perfil na internet (Marketeer???), onde fui buscar estas pérolas assassinas da língua portuguesa e que lançam alguma luz sobre esta personalidade obscura da política de Oeiras.
Graças a Deus que não sou Socialista!
2007-05-06
2007-05-03
E agora, Lisboa?
Quando começo a escrever este post, lembro-me da falta de parafusos nos serviços técnicos da autarquia lisboeta. Ou a falta de subsídios a obras sociais de apoio aos mais desfavorecidos. E a quebra de contrato por falta de pagamento a serviços de gestão de resíduos prestados por empresas terceiras. Mas pronto, parece-me que não é isso que é o mais importante...
Esta situação já era esperada há largos meses. Era inevitável que se chegasse a um ponto de ruptura da CML. Gerir uma câmara, especialmente Lisboa, é uma tarefa complexa, e a tomada de decisões para a racionalização de serviços e centralização funcional eram necessárias. Contudo, esse caminho não foi trilhado. Resultado: um aumento exponencial de custos na gestão corrente, e perda de receitas. A C.M. de Lisboa está praticamente falida, com dívidas astronómicas, escritas nas estrelas.
Sempre considerei que um político não pode considerar-se a si ou outrem insubstituível, mesmo nas piores condições. Ninguém é ou pode personificar a figura de "Salvador da Pátria". Mesmo quando o navio se presta a ir ao fundo e queira transmitir a ideia de que os ratos são sempre os primeiros a abandoná-lo. Pelo que eu sei, um navio não se governa sozinho. Um político deve, acima de tudo, "obediência" e respeito ao povo. E numa situação em que a C.M. de Lisboa chegou e está patente para toda a gente com dois dedos de testa, um político com bom-senso renunciaria ao seu mandato. Uma questão de honra, Carmona?
O mesmo se aplicaria aos vereadores da oposição. O que se passou nos últimos meses demonstra uma dualidade de critérios incompreensível num Estado moderno e democrático, mas possível pela fraca qualidade que é exigida aos políticos por parte do seu eleitorado. Que dizer da CDU pelo que se passou em Setúbal, do PS em Oeiras e do BE em Salvaterra-de-Magos? Será falta de postura democrática, uma incapacidade de saber reconhecer que não é assim que uma oposição ou executivo se deve comportar, não renunciando logo ao mandato quando a situação é insuportável, ficando à espera que os outros ou o Ministério Público tomassem a iniciativa? Será a necessidade de sobrevivência, agarrando-se aos cargos políticos, prejudicando o serviço público onde a total disponibilidade e independência é primordial nos dias que correm?
Um partido (e a sua direcção), moderno, responsável e coerente, toma as decisões que são as mais acertadas e benéficas para a democracia. Mesmo que isso leve à perda da C. M. de Lisboa. Um verdadeiro líder não coloca o poder - o seu ou de outros - à frente dos princípios em que um partido se deve reger. Isso é acabar com a credibilidade, penhorando o futuro do partido em busca de benefícios a curto prazo. Por isso, Marques Mendes esteve muito bem.
Os próximos tempos, meses, serão conturbados. Os anos seguintes, difíceis do ponto de vista político. Extremamente complicados para a C.M. de Lisboa. Mas afinal de contas, o que interessa é que os lisboetas - eu inclusive - só querem que lhes resolvam os problemas do dia-a-dia, e que lhes dêem um espaço limpo onde possam viver com qualidade e em segurança. Para isso acontecer, é imprescindível que o executivo camarário seja uma equipa de gestores profissionais capazes da árdua tarefa de recuperar Lisboa.
E não metam lá os boys se fazem favor. Eu agradeço.
Esta situação já era esperada há largos meses. Era inevitável que se chegasse a um ponto de ruptura da CML. Gerir uma câmara, especialmente Lisboa, é uma tarefa complexa, e a tomada de decisões para a racionalização de serviços e centralização funcional eram necessárias. Contudo, esse caminho não foi trilhado. Resultado: um aumento exponencial de custos na gestão corrente, e perda de receitas. A C.M. de Lisboa está praticamente falida, com dívidas astronómicas, escritas nas estrelas.
Sempre considerei que um político não pode considerar-se a si ou outrem insubstituível, mesmo nas piores condições. Ninguém é ou pode personificar a figura de "Salvador da Pátria". Mesmo quando o navio se presta a ir ao fundo e queira transmitir a ideia de que os ratos são sempre os primeiros a abandoná-lo. Pelo que eu sei, um navio não se governa sozinho. Um político deve, acima de tudo, "obediência" e respeito ao povo. E numa situação em que a C.M. de Lisboa chegou e está patente para toda a gente com dois dedos de testa, um político com bom-senso renunciaria ao seu mandato. Uma questão de honra, Carmona?
O mesmo se aplicaria aos vereadores da oposição. O que se passou nos últimos meses demonstra uma dualidade de critérios incompreensível num Estado moderno e democrático, mas possível pela fraca qualidade que é exigida aos políticos por parte do seu eleitorado. Que dizer da CDU pelo que se passou em Setúbal, do PS em Oeiras e do BE em Salvaterra-de-Magos? Será falta de postura democrática, uma incapacidade de saber reconhecer que não é assim que uma oposição ou executivo se deve comportar, não renunciando logo ao mandato quando a situação é insuportável, ficando à espera que os outros ou o Ministério Público tomassem a iniciativa? Será a necessidade de sobrevivência, agarrando-se aos cargos políticos, prejudicando o serviço público onde a total disponibilidade e independência é primordial nos dias que correm?
Um partido (e a sua direcção), moderno, responsável e coerente, toma as decisões que são as mais acertadas e benéficas para a democracia. Mesmo que isso leve à perda da C. M. de Lisboa. Um verdadeiro líder não coloca o poder - o seu ou de outros - à frente dos princípios em que um partido se deve reger. Isso é acabar com a credibilidade, penhorando o futuro do partido em busca de benefícios a curto prazo. Por isso, Marques Mendes esteve muito bem.
Os próximos tempos, meses, serão conturbados. Os anos seguintes, difíceis do ponto de vista político. Extremamente complicados para a C.M. de Lisboa. Mas afinal de contas, o que interessa é que os lisboetas - eu inclusive - só querem que lhes resolvam os problemas do dia-a-dia, e que lhes dêem um espaço limpo onde possam viver com qualidade e em segurança. Para isso acontecer, é imprescindível que o executivo camarário seja uma equipa de gestores profissionais capazes da árdua tarefa de recuperar Lisboa.
E não metam lá os boys se fazem favor. Eu agradeço.
In memorium
Hoje, 3 de Maio, morreu um professor da Universidade Técnica de Lisboa.
Teve que ser internado recentemente devido a um problema de tosse persistente..
Foi-lhe diagnosticado cancro nos pulmões com metásteses extensas.
Viveu mais 4 semanas. Era um fumador inveterado, com 40 anos.
E ainda dizem que fumar não mata. É claro que não mata. O cancro é que mata.
Teve que ser internado recentemente devido a um problema de tosse persistente..
Foi-lhe diagnosticado cancro nos pulmões com metásteses extensas.
Viveu mais 4 semanas. Era um fumador inveterado, com 40 anos.
E ainda dizem que fumar não mata. É claro que não mata. O cancro é que mata.
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