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2007-12-21

Feliz Natal

Light Up as you had a Choice - Snow Patrol

Em memória de "Jack" e do Carlos, que morreram este ano de cancro do pulmão. Ambos com 40 anos e fumadores. Não foram a tempo de escolher.

2007-11-05

Resolução

Um amigo de longa data da minha família veio a Portugal. Jack, nome fictício, é inglês. Para comemorar a sua passagem, os seus amigos fizeram uma festa onde todos os seus conhecidos, mais próximos, estiveram presentes. É uma festa de despedida.

Jack está bastante magro. Mal consegue caminhar. Há algum tempo contraiu Mesotelioma, uma forma de cancro do pulmão, devido a exposição ao Amianto. Trabalhou durante décadas num edifício onde se usava Amianto como revestimento de tecto. A segurança social do Reino Unido paga-lhe todas as despesas médicas.

Há algum tempo que a sua filha meteu licença com vencimento pago pela seguradora da empresa onde trabalha, em Bruxelas, para apoiar Jack, nos últimos meses de vida que lhe restam. Jack quer morrer em casa junto dos seus e não num hospital.

Todas as noites, Jack sofre. Têm que dormir numa cama especial. Conta os tormentos e a dificuldade que passa todos os dias. Carlos, nome fictício, é médico. E um amigo. Compreende-o. Sabe que Jack vai passar muito mal nos seus últimos dias. A morte vêm por asfixia ou sufocamento, quando os pulmões deixam de trabalhar. É uma das mortes mais dolorosas que uma pessoa pode ter.

Jack veio despedir-se dos seus amigos. A sua intenção é muito clara. Irá pôr fim ao seu sofrimento, num país onde a eutanásia é legal. A morte faz parte da sua vida e da vida dos seus. Não têm complexos em partilhá-la com os que lhe são mais próximos.

Uma colega de trabalho disse-me que na vida, resolve-se tudo, excepto a morte. Mas Jack conseguiu resolver a última etapa da sua vida. Adeus, Jack.

2007-05-24

Tratar da Saúde

Enquanto a malta anda distraída ou ocupada q.b. com as eleições de Lisboa, valeria a pena debruçarem-se sobre a saúde em Portugal.

Parece-me que há medidas pelo actual governo que ainda vão gerar muita discussão, por exemplo, um novo imposto para cobrir a ineficiência do SNS, bastante assimétrico em diferentes regiões de Portugal, ou o repartir de responsabilidades com o poder local.

Pelo caminho que estou a ver, os privados ainda vão acabar por tratar da saúde aos Portugueses.

Hospital da Luz

2007-05-03

In memorium


Hoje, 3 de Maio, morreu um professor da Universidade Técnica de Lisboa.

Teve que ser internado recentemente devido a um problema de tosse persistente..

Foi-lhe diagnosticado cancro nos pulmões com metásteses extensas.

Viveu mais 4 semanas. Era um fumador inveterado, com 40 anos.

E ainda dizem que fumar não mata. É claro que não mata. O cancro é que mata.


2007-01-28

MACE lá fora

Os Meios Aéreos Civis de Emergência, conhecidos na gíria internacional por MEDEVAC, têm décadas de actividade e têm sido submetidos a intensa regulação e pressão pública com vista a melhorar os serviços de socorro prestados à população, isto com muito mais intensidade e interesse lá fora do que cá dentro.

A um nível global, há um disseminar de competências por vários tipos de estruturas, consoante estejam mais bem preparados para dar conta da ocorrência. Tal como em Portugal. Mas não tão igual assim em termos de resultados - o caso abordado, a fundação REGA na Suiça, é o paradigma ideal.

Missão

A missão da fundação suiça REGA não é ganhar dinheiro, mas merecer o respeito e a admiração dos cidadãos suiços.

Objectivos

Prestação de serviços aeromédicos pela fundação REGA, associada à Cruz Vermelha Suiça e financiada por dinheiros públicos, com responsabilidade atribuída pelo governo suiço para todo o seu território.

Estratégia

Com um regulamentação aplicada e uma estratégia ligada às questões mais operacionais, só possível com uma gestão mais horizontal e com menos níveis intermédios, a coordenação e a prestação destes serviços têm alcançado resultados satisfatórios, não só por causa da boa governação, mas porque a sociedade civil também é chamada a intervir.

Financiamento

Cerca de 2 milhões de uma população de 7 milhões de suiços financiam esta fundação, associando-se voluntariamente para esse efeito, o que contrasta e bastante com a nossa realidade nacional, em que essa responsabilidade é atribuída ao Estado.

Caracterização da Frota

Os helicópteros MEDEVAC operam com equipas de 4 pessoas - piloto, paramédico, médico e mecânico, são capazes de descolar em 5 minutos para responder a qualquer emergência, 24 horas por dia. Têm 10 bases espalhadas pelo território suiço, com responsabilidade em socorro aeromédico e transferência de doentes entre unidades hospitalares. A fundação REGA também realiza parcerias e contratos com outras companhias aéreas em outras partes do país para prestação complementar de serviços MEDEVAC.

Operam 5 EC145 e 6 A109K2, totalmente operacionais 24 horas por dia. A estes, acrescem-se outros de outras companhias, totalizando 30 com capacidade MEDEVAC. Também têm 3 jactos CL604, utilizados como ambulâncias aéreas em casos de transporte de cidadãos suiços em vôos internacionais.

Eurocopter 145

EC-145

EC-145 em operação nocturna

Equipamento Médico no EC-145

Agusta 109

A109K2

A109K2 preparado para operações a alta altitude

Equipamento Médico no A109K2

Challenger CL-604

CL-604

Chegada de mais um vôo internacional

Cabine Interior do CL-604

Caracterização dos Serviços

A rede de serviços aeromédicos está desenhada para que cada helicóptero consiga atingir um cenário de emergência dentro de 15 minutos após ter recebido o alarme, à excepção do Cantão de Valais. A central de operações, responsável por coordenar as operações aéreas de todo o serviço aeromédico do país, está localizada no aeroporto de Zurique. Esta sabe sempre aonde estão os helicópteros de serviço, através de posicionamento GPS activo.

A operação de evacuação acaba sempre por terminar em menos de 1 hora logo após ter sido recebido o alerta, a "hora dourada" considerada crítica para o tratamento de traumas. Na Suiça, todas as cidades têm um centro principal de trauma, equipados com pessoal e equipamentos para prestar os serviços médicos críticos.

Os meios aéreos são activados através do serviço de emergência médica suíça, contactáveis pelo "1414". Colocam o heli em fase de "warm-up", e a ordem para prosseguir vêm mais tarde pelos serviços centrais em Zurique. Ou seja, há uma cooperação entre os serviços distritais e posterior confirmação pelos serviços centrais.

Organização

A maior parte dos pilotos têm experiência militar e continuam a prestar serviço às forças armadas, 5 semanas em cada ano, para manterem a operacionalidade e eficácia. Todos são treinados extensivamente, 600 horas por ano, de modo a aumentar a segurança das operações MEDEVAC e evitar acidentes aéreos. Dentro da instituição existe uma atitude aberta e organizada para resolver o problema e não para punir o indivíduo.

Resultados

Em 2005 voaram cerca de 9000 missões com sucesso, numa média variável de 2 a 3 missões por dia em cada base.



Em Portugal...

O governo acha que os procedimentos dos serviços de emergência médica são correctos quando há tempos de duração que excedem as 4 horas.

A sociedade quer mais meios aéreos sem se preocupar em saber como eles vão ser financiados e se há centros de trauma para tal.

Os médicos estão contra a introdução de mecanismos de controle para aferir quem está de facto ao serviço.

Os enfermeiros acreditam que podem desempenhar o trabalho efectuado pelos bombeiros no socorro a toda a população.

Os bombeiros querem meios mas depois falham na coordenação dos meios aéreos e sua integração com restantes agentes da protecção civil.

Toda a gente culpa toda a gente e não se resolve o problema da Emergência Médica em Portugal.

2007-01-26

O Hospital Inteligente


Embora haja fortes assimetrias no panorama da saúde em Portugal, nem tudo vai mal. Também é importante - cada vez mais nos dias que correm - mostrar os bons exemplos.

É o caso da empresa portuguesa MNI - orgulhem-se disso, caramba! - que ganhou notoriedade internacional, dedicada à investigação e implementação de soluções digitais para ambientes clínicos.

Desenvolveu uma solução revolucionária, a ALERT PFH, que consiste em vários módulos integrados num hospital que permitem a digitalização de toda a informação clínica, aumentando a eficácia e a eficiência do mesmo. Os seus resultados são no mínimo espectaculares, recebendo a atenção de hospitais a nível internacional que estão interessados em adquirir a sua solução, além de prémios a nível nacional e europeu pelo carácter de inovação e aplicação de novas tecnologias na área da saúde.

Dois hospitais em Portugal implementam ou estão em vias de implementar esta solução, o Hospital Distrital de Chaves e o Hospital do Espírito Santo em Évora. Mais se seguirão, em breve.


Não é só na inovação tecnológica que se ganha. A criação de novos serviços, adaptados ao contexto regional melhora a utilidade da unidade hospitalar.

"...em Portugal é possível inovar em Saúde e conseguir excelentes resultados. Nos mais variados domínios: em Chaves, o hospital que elimina os papéis das suas consultas; no Algarve, o CHBA poupou 25 mil euros só num ano com uma gestão inteligente da sua farmácia; o Serviço de Cardiologia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra (HPC) faz aparecer consultas de Cardiologia pediátrica e outra de diagnóstico pré-natal especializadas em outros hospitais da região, sem mais custos para o Estado. Vimos como o Hospital Curry Cabral (HCC) consegue incrementar a motivação do seu principal activo: os recursos humanos. E como o Hospital Distrital da Figueira da Foz proporciona a aquisição de competências familiares na preparação para o parto, demonstrando como o encerramento de um bloco de partos em nada deve afectar a continuidade deste tipo de serviços. Enfim, vimos como a Câmara Municipal do Fundão pôs a funcionar uma Unidade Móvel de Saúde para responder às necessidades de uma população com 25% de idosos, uma mostra bem viva de como as Autarquias podem ter um papel prepoderante em Saúde. Também a Santa Casa da Misericórdia de Campo Maior mostrou como fazer «Renascer a esperança» junto da população de terceira idade desse concelho, com respostas tecnológicas e um call-centre dedicado."


Lá fora também se têm investido em novas soluções que possibilitem o acompanhamento e monitorização do paciente, desde o momento que entra no hospital até quando recebe alta. É o caso do hospital interactivo em Copenhaga, Dinamarca.

Um sistema destes, "user-centric" e nascido de um projecto computacional evita grande parte das falhas médicas, por esquecimento do pessoal médico, má informação ou intervenções incorrectas. Também possibilita estender à escala nacional, a situação operacional das unidades hospitalares, os recursos utilizados e os disponíveis, de modo a facilitar a coordenação e prestação de serviços médicos.

Pessoalmente, fez-me impressão vir a saber que uma portuguesa, doente de cancro, teve que recorrer aos serviços médicos no país vizinho, em Navarra, porque não os conseguia encontrar cá em Portugal, tal era a falta de informação, não obstante este ser um problema cada vez mais grave, com o aumento de casos de cancro nos últimos 30 anos.

Depois de ter feito as operações, que a salvaram, ainda recebeu em casa a notificação para se dirigir a uma consulta de especialidade no hospital de oncologia em Lisboa, para ser diagnosticada e tratada, 1 ano depois.

Se houvesse uma saúde mais inteligente em Portugal, não teria acontecido.

2007-01-21

A Hora Dourada

Centro de Emergência Médica nos Estados Unidos

Na emergência médica, constatou-se que as probabilidades de uma vítima poli-traumatizada sobreviver, são elevadas se for medicamente assistida nos primeiros 60 minutos.

Embora esta análise esteja desprovida de qualquer
certeza científica, notou-se um grande aumento da fatalidade nas pessoas a quem eram prestados cuidados médicos depois de 1 hora do sucedido. Pode-se explicar este facto pelo que, se o paciente for socorrido horas depois, os danos já estarão feitos, a eficácia da intervenção médica será muito mais reduzida e a hipótese de sobrevivência do traumatizado é diminuta.

Um cirurgião norte-americano especializado em cuidados médicos de emergência, Dr. Donald Trunkey, estipulou que aplicar a regra da "Hora Dourada" implicava que se transportasse o paciente para o sítio certo (centro de trauma capaz) no tempo certo (o mais rápido possível).

O centro de trauma é um local de resposta aos serviços de emergência médica, equipado para as fazer face. Para tal, deve ter pelo menos cirurgiões com especialidade neurocirúrgica, ortopédica, além dos especializados na área de cuidados críticos de saúde, queimados e cirurgia de emergência para operações como a angioplastia, na maior parte dos casos necessária para prestar assistência em casos como o - link não aconselhado a pessoas sensíveis - enfarte agudo do miocárdio, a principal causa de morte.

Se houvesse um centro de trauma de nível 2, acredito que a vítima de Odemira que faleceu de ataque cardíaco passadas 4H30 após declarada a urgência, teria maiores hipóteses de sobrevivência. Mas devido à falta de pessoal especializado no Hospital de Beja, a sua transferência para Lisboa era necessária. A essa altura já era tarde demais.

Mas não é só a existência de centros de traumas, a menos de uma hora, que possibilita a redução da mortalidade nestes casos. A existência de profissionais de assistência médica de primeira linha, na área de resposta às emergências médicas, bem formados e aptos a responder a estes casos, são muito importantes.

Distribuídos pelo INEM, Bombeiros, Cruz Vermelha e outras empresas privadas, existem à volta de 45000 profissionais de saúde na área de emergência médica, totalmente dedicados ou em regime de voluntariado, e têm sido o garante do socorro de doentes e sinistrados. Será a estes que se deve investir na sua formação profissional, educação, treino e avaliação, de modo a estarem aptos para este serviço.

INEM a prestar assistência a vítimas de um incêndio de um lar de idosos na Buraca

Para além do investimento em "capital humano", também era bom acabar de vez com os corporativismos, personalizado neste Sindicatos dos Enfermeiros, que chamam a si e só a si a responsabilidade de prestação de cuidados médicos de emergência com vista a arranjar mais umas vagas "por decreto" para a sua classe profissional, descurando que eles próprios, os enfermeiros, não podem estar em todo o lado. Portugal não precisa deste tipo de comportamentos e atitudes. Já é hora de acabarem, não acham?

2007-01-18

MACE - Meios Aéreos Civis de Emergência

EC-HFD - INEM - Tires

Além dos 2 helis indicados anteriormente do SNBPC e INEM, existem mais 2 indicados aqui, totalizando 4 aeronaves.

O INEM opera 2 aeronaves aeromédicas especiais para esse fim
em Tires e em Matosinhos, da HeliSul, pertencentes à frota espanhola Helisureste que gere mais de 17 helis para todo o serviço de emergência médica no território de Espanha - foi através de uma das suas aeronaves a jacto que se procedeu à evacuação médica de uma jornalista portuguesa do médio-oriente.

No ano de 2006 tiverem mais de 600 ocorrências, uma média de 2 activações de helis por dia, devido ao anterior crescimento da área sobre responsabilidade dos vários CODUs, totalizando perto de 6000 € o custo por cada activação. Não é caro, se compararmos com o preço médio de 9000 € por vôo em 2002 - perguntem lá quem é que os operava...

Os bombeiros, ou melhor, o comando da Protecção Civil porque os GIPS do MAI/GNR também entram na história toda, além dos 2 helis em Loulé e Santa Comba Dão, estes também
da HeliSul, irão receber mais 10 helis, como indicado num post anterior, para combate aos fogos através de um novo contrato com a HeliPortugal. Com a entrada da GNR, também será possível no futuro montar dispositivos aéreos de segurança policial além do combate aos incêndios. A atribuição do comando e controlo destas operações aéreas dará pano para mangas neste verão turbulento que se avizinha...

O INEM não gere estes 2 helis presentemente afectos aos serviços de busca, resgate e salvamento da Protecção Civil. Embora estes estejam equipados com um kit mini-hospital, célula sanitária e portanto aptos ao transporte aéreo de doentes, e com tripulação médica on call, não estão inseridos no dispositivo normal de pronto-socorro do CODU da área respectiva. Talvez por falta de coordenação, ou sem capacidade de operar com tripulação médica em turnos H24 ou mesmo por não estar preparado para o transporte de doentes em estado grave como o era naquele caso.

Desde 1997 que o INEM têm conduzido operações em ambulâncias aéreas, no qual o Hospital São Francisco Xavier foi o percursor. A vontade de criar um dispositivo separado e independente dos Bombeiros criou alguns amargos de boca. Toda a gente gosta de defender a sua "dama" cá em Portugal.

O que se passou em Odemira foi normalíssimo cá dentro em Portugal, segundo o Ministro da Saúde. Por uma questão de procedimentos - a história repete-se como na Nazaré - e falta de equipamento especializado no heli estacionado em Loulé, recorreu-se ao de Tires. O tempo de activação e vôo seriam menores se se tivesse utilizado o heli de Loulé. Foi preterido por razões técnicas - não estava devidamente preparado para o transporte do acidentado grave. E também por não pertencer ao dispositivo controlado pelo INEM.

Esta não foi uma situação única. Já em 2006, a utilização mais eficiente dos meios aéreos teria sido útil para salvar vidas, como está patente no comunicado da ANTEPH.

Acho este tipo de situações incompreensível e só admissível para quem não sabe como um serviço MACE funciona lá fora, onde o tempo de activação é de 5 minutos após a comunicação da ocorrência à central, e o tempo de vôo está tabelado para um máximo de 15 minutos, com tempos de warm-up entre 5 e 10 minutos. Continua...


CS-HFJ - SNBPC - Loulé

Escândalo!

CS-HEZ - SNBPC - Santa Comba Dão

A emergência médica aérea em Portugal é um escândalo! Depois de uma investigação a esta temática, fiquei enojado! Temos falta de meios aéreos coordenados e recursos humanos, e ainda por cima os bombeiros e o INEM andam às turras uns com os outros. Portugal têm
quintas espalhadas por tudo quanto é sítio! Continua...

EC-JLH - INEM - Matosinhos

2007-01-15

A emergência médica em Portugal


Fruto de mais um acidente na estrada, no concelho de Odemira, veio mais uma vez a público as deficiências estruturais dos nossos serviços de emergência médica. Apresento de seguida as medidas propostas pelas associações técnicas desta especialidade, tornadas públicas, à margem do poder político vigente, num comunidado conjunto.

10 medidas para optimizar a capacidade de Emergência Médica em Portugal

1) Criação de uma Lei que consagre o direito do Cidadão a acesso a Suporte Avançado de Vida em tempo útil (10-15 minutos).
2) Criação da Especialidade de Medicina de Emergência, tanto na Carreira Médica como na Enfermagem.
3) Integração da Emergência Médica nos Curricula da Formação Médica como valência própria facilitando assim o recrutamento de Médicos.
4) Criação de um grupo de trabalho para definição de uma carreira técnico-profissional de Técnico / Bombeiro Especialista em Socorro Pré-Hospitalar, integrando I.N.E.M., S.N.B.P.C., Liga dos Bombeiros, Ordem dos Médicos e de Enfermagem, Associação Portuguesa de Medicina de Emergência (APME), Associação dos Enfermeiros de Emergência Pré-Hospitalar (APEEPH) e Associação Nacional de Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (ANTEPH).
5) Instituição de cursos de Emergência Médica multidisciplinares em estabelecimentos de ensino credenciados para optimizar a interligação entre os vários intervenientes.
6) Definição legal da V.M.E.R. e da composição da equipa e resolução das inoperacionalidades existentes, como proposto em documento da Associação Portuguesa de Medicina de Emergência (APME) entregue ao Ministério da Saúde.
7) Complementação das Ambulâncias I.N.E.M. com um terceiro elemento, (cumprindo a Lei) que poderá ser recrutado no âmbito dos cursos de TAS (formando / voluntário) sem custos adicionais.
8) Fiscalização determinada e punição severa das ilegalidades supracitadas.
9) Reestruturação do Socorro Aeromédico e colocação de Equipa Médica INEM nos Helicópteros do S.N.B.P.C. / Loulé e Santa Comba Dão 24/24 h.
10) Consagração legal, tal como proposto pela ordem dos Médicos, da Desfibrilação Automática por pessoal não-médico.


Depois de ter ouvido o programa FórumTSF de esta manhã com a participação de deputados de todas as forças políticas (Zita Seabra, etc), ficou patente que Portugal é ainda um país em vias de desenvolvimento. Não temos riqueza - meios e pessoas - para manter um sistema de emergência médica com qualidade.

Faltam médicos, viaturas, tripulações de ambulância, sistema de comunicações de emergência, isto é, toda uma infra-estrutura que assegure o pronto-socorro rápido em todo o país. É certo que esse problema não se coloca em Lisboa ou Porto, ou em capitais de distrito. Devido à racionalização dos meios, perdeu-se a eficácia no pronto-socorro em regiões mais isoladas do país, acabando esta medida política por custar vidas.


Em breve apresentarei o exemplo da REGA de como funciona o sistema de socorro nacional na Suiça.