Embora haja fortes assimetrias no panorama da saúde em Portugal, nem tudo vai mal. Também é importante - cada vez mais nos dias que correm - mostrar os bons exemplos.
É o caso da empresa portuguesa MNI - orgulhem-se disso, caramba! - que ganhou notoriedade internacional, dedicada à investigação e implementação de soluções digitais para ambientes clínicos.
Desenvolveu uma solução revolucionária, a ALERT PFH, que consiste em vários módulos integrados num hospital que permitem a digitalização de toda a informação clínica, aumentando a eficácia e a eficiência do mesmo. Os seus resultados são no mínimo espectaculares, recebendo a atenção de hospitais a nível internacional que estão interessados em adquirir a sua solução, além de prémios a nível nacional e europeu pelo carácter de inovação e aplicação de novas tecnologias na área da saúde.
Dois hospitais em Portugal implementam ou estão em vias de implementar esta solução, o Hospital Distrital de Chaves e o Hospital do Espírito Santo em Évora. Mais se seguirão, em breve.
Não é só na inovação tecnológica que se ganha. A criação de novos serviços, adaptados ao contexto regional melhora a utilidade da unidade hospitalar.
"...em Portugal é possível inovar em Saúde e conseguir excelentes resultados. Nos mais variados domínios: em Chaves, o hospital que elimina os papéis das suas consultas; no Algarve, o CHBA poupou 25 mil euros só num ano com uma gestão inteligente da sua farmácia; o Serviço de Cardiologia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra (HPC) faz aparecer consultas de Cardiologia pediátrica e outra de diagnóstico pré-natal especializadas em outros hospitais da região, sem mais custos para o Estado. Vimos como o Hospital Curry Cabral (HCC) consegue incrementar a motivação do seu principal activo: os recursos humanos. E como o Hospital Distrital da Figueira da Foz proporciona a aquisição de competências familiares na preparação para o parto, demonstrando como o encerramento de um bloco de partos em nada deve afectar a continuidade deste tipo de serviços. Enfim, vimos como a Câmara Municipal do Fundão pôs a funcionar uma Unidade Móvel de Saúde para responder às necessidades de uma população com 25% de idosos, uma mostra bem viva de como as Autarquias podem ter um papel prepoderante em Saúde. Também a Santa Casa da Misericórdia de Campo Maior mostrou como fazer «Renascer a esperança» junto da população de terceira idade desse concelho, com respostas tecnológicas e um call-centre dedicado."
Lá fora também se têm investido em novas soluções que possibilitem o acompanhamento e monitorização do paciente, desde o momento que entra no hospital até quando recebe alta. É o caso do hospital interactivo em Copenhaga, Dinamarca.
Um sistema destes, "user-centric" e nascido de um projecto computacional evita grande parte das falhas médicas, por esquecimento do pessoal médico, má informação ou intervenções incorrectas. Também possibilita estender à escala nacional, a situação operacional das unidades hospitalares, os recursos utilizados e os disponíveis, de modo a facilitar a coordenação e prestação de serviços médicos.
Pessoalmente, fez-me impressão vir a saber que uma portuguesa, doente de cancro, teve que recorrer aos serviços médicos no país vizinho, em Navarra, porque não os conseguia encontrar cá em Portugal, tal era a falta de informação, não obstante este ser um problema cada vez mais grave, com o aumento de casos de cancro nos últimos 30 anos.
Depois de ter feito as operações, que a salvaram, ainda recebeu em casa a notificação para se dirigir a uma consulta de especialidade no hospital de oncologia em Lisboa, para ser diagnosticada e tratada, 1 ano depois.
Se houvesse uma saúde mais inteligente em Portugal, não teria acontecido.
2 comentários:
'Nós' somos bons. Andamos apenas mal 'geridos. Leia-se governados.
[] s-d.
Este, e os que abordam a saúde e a protecção civil, são dos meus posts mais importantes. Os outros são algo periféricos.
"Um bom governo não precisa de aparecer no telejornal ou ser capa de notícia de um semanário."
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