2007-10-29

Alterações Climáticas

Devido ao aquecimento global, a temperatura média da água do mar têm subido. Isto leva a uma maior evaporação à superfície e por acréscimo precipitação elevada junto ao Litoral. Não é demais relembrar o que aconteceu no ano passado, por volta de esta altura. Tipicamente, é no final de Outubro, por estes dias, e até à Primavera, que a precipitação aumenta consideravelmente, de uma média total mensal de 70 mm de precipitação acumulada em Setembro, para 200 mm no final de Outubro e 250 mm em Novembro.


Precipitação Elevada: "São fenómenos de difícil previsão, que provocam rapidamente inundações urbanas (habitações e estabelecimentos, ruas e estradas), pela dificuldade de os colectores drenarem as águas pluviais que se concentram muito rapidamente. Podem ainda causar deslizamentos de solos e sérios prejuízos na agricultura e danos no ambiente." in site da Protecção Civil

É da responsabilidade das Câmaras Municipais e Freguesias os planos de prevenção, manutenção dos sistemas de drenagem e acções correctivas de modo a minimizar o impacte de uma situação desta natureza.

Distrital de Lisboa - III

O "caminho" percorrido por cada candidatura nestas campanhas para a Distrital de Lisboa têm sido diferenciador e um bom indicador da "qualidade" que nos espera se uma ou outra ganhar.

Enquanto a candidatura da Helena Lopes da Costa, partindo de uma posição desfavorável e minoritária, tenta a todo o custo arranjar apoios - leia-se votos de militantes - nem que para isso tenha que prometer o que não está ao seu alcance, a outra candidatura de Carlos Carreiras vai ganhando uma considerável vantagem ao consolidar diferentes lideranças, algumas das quais, recentemente tidas como adversárias e inconciliáveis.

Encaro este último facto, como um momento extremamente positivo, dentro da Distrital de Lisboa, muito diferente do sentimento que imperava nos últimos anos, onde "dividir para reinar" era a máxima utilizada, acabando por se instalar um modelo de cedências, lugares e favores, pagos "à la carte" consoante o número de votos arregimentados a cada facção.


Helena atira-se para baixo enquanto Carlos sobe a parada.

Nota-se que a candidatura "Voltar a Ganhar", mete a tónica do discurso político no facto de querer ganhar sem explicar muito bem o que pretende fazer quando estiver no poder. Remete a elaboração do programa de candidatura à participação dos militantes. A uma semana da votação, admitem publicamente que ainda não sabem o que vão fazer quando estiverem na Distrital. Mas pretendem "resolver o problema de Oeiras, também ele resultante de decisões persecutórias da anterior liderança do partido". Provavelmente referia-se ao facto de Marques Mendes ter "perseguido" Isaltino Morais, arguido na altura e presentemente acusado de corrupção e abuso de poder. Se fosse ela a mandar...

Por contraste, a candidatura "Lisboa Positiva", após ter apresentado num folhetim uma abordagem do programa, já têm "online" no website Joomla as suas linhas programáticas, assentando as bases da candidatura na Mobilidade, Emprego e Competitividade, Saúde, Educação, Segurança, Ambiente, Cultura, Acção Social. Apresenta as etapas, os passos a tomar, o papel da Distrital no "ecossistema político", e propostas claramente definidas e possíveis de realizar. Afirma que para a candidatura, a "conquista do poder é assumir a obrigação de servir bem e com honra o distrito de Lisboa". Uma frase sonante que ambiciona dar de volta o "brilho" à política.

Do perfil público dos candidatos, nota-se uma outra diferença. Helena exerceu sempre a actividade política como pilar central da sua vida profissional. Carlos fez o contrário, só recentemente, em 2005, assumiu cargos de representação pública, na Câmara Municipal de Cascais. Da actividade pública dos dois candidatos, Helena têm contactado directamente os media locais, regionais e nacionais para publicidade da sua candidatura. Um ponto importante no marketing político de uma candidatura que Carlos têm descurado. Ambos têm investido numa estratégia de aproximação aos militantes. Vamos ver o que isso vai dar.

2007-10-26

Distrital de Lisboa II - Continuação

"Lisboa Positiva" é assim que se chama a campanha de Carreiras. Lembra-me a campanha da Galp, na altura liderada por António Mexia, a “Energia Positiva”. Espero que não pague direitos de autor. Mas é interessante um movimento de candidatura ir buscar campanhas de marketing de empresas privadas que tiveram sucesso. Não será a política, hoje em dia, um jogo de marketing mais sofisticado?

Esta 5º feira foi o dia escolhido para a apresentação da candidatura de Carlos Carreiras. Mas quem é Carlos Carreiras? Actual vice-presidente da C.M. Cascais, com o pelouro do PDM, ambiente, urbanismo e juventude, entre outras competências, também é o presidente da iniciativa DNACascais, uma empresa participada pela C.M.Cascais que pôs este concelho no mapa global do empreendorismo. Também é gestor profissional, e um militante veterano do PSD, desde os tempo da Jota.

Das críticas que se pode fazer a Carreiras, constato que grande parte delas têm como "pano de fundo" o simples facto de ser competente e acima de tudo um profissional, sem necessidade de viver da política, o que o torna dificilmente manipulável nos tempos que correm. E se calhar, é isto mesmo que o torna o special one.

Na Sala Roma do Altis, vão preparando o show. Dou dois dedos de conversa ao director da apresentação, também ele de Cascais. Carreiras já chegou a algum tempo, e vai esperar mais um pouco. São 21:15 e os militantes continuam a chegar. A esta altura, entre dois copos de scotch e um café olho à minha volta e reconheço caras novas e outras antigas que põem a conversa em dia.

Pelas 21:30 começamos a entrar e Carreiras presta-se ao papel de anfitrião, cumprimentando um a um todos os que entram na sala. Agradável surpresa, a candidatura elaborou um programa, distribuído em folhetos, e um vídeo inaugural para contextualizar a candidatura. Coisa que a outra candidatura não fez, nem uma nem outra.

Reparo na palavra “cidadão”, repetida. É clara a mensagem. A campanha não é virada só para os militantes e para o próprio partido. Assume-se como tendo contas a apresentar do que quer fazer a todos os cidadãos do distrito de Lisboa. Não é uma campanha hermética, escondida, fechada. Têm uma missão que ultrapassa os meros interesses partidários. Não quer só ganhar, quer ganhar e merecer por ganhar.

A equipa de Carreiras apresenta ter uma boa organização, e o programa revela ser estruturado, sólido e mostra inteligência. Mas não previu a enchente de pessoas. O resultado foi acabarmos por ter vários militantes que ficaram de pé, a assistir, durante uma hora.

O mandatário avança. Arlindo de Carvalho, apoiante de Menezes, está presente. Diz bem de Carrreiras. Que “nunca fez inimigos na política”. Que sempre soube separar os conceitos de “adversário político” e “inimigo pessoal”. Difícil de acreditar nos tempos que correm, mas percebo porquê. Carreiras sempre colocou a sua profissão em primeiro lugar, como Cavaco Silva. Um “não-político”? Talvez. Um verdadeiro político, diferente dos que usam a política para auto-promoção? É provável. Muito provável.

Lisboa é a maior distrital do país, com 2 milhões de habitantes, grande parte deles potenciais votantes. Dirigir uma distrital em Lisboa, é uma tarefa de enorme responsabilidade e um cargo de elevada visibilidade. Qual o melhor perfil para um lugar desta natureza? Penso que Carreiras terá menos dificuldade que a Helena nesta posição. Está muito menos fragilizado e não têm o seu nome envolvido em quaisquer processos em investigação. É um outsider das confusões que desabaram a Câmara de Lisboa.

Carreiras avança. Fala bastante. Um candidato a líder com um humor especial. É uma primeira, para mim. A terceira, para ele, mas desta vez à Distrital. Diz que o país “olha muito para Lisboa”. Que o que se passa na capital, têm reflexos pelo país fora. Quem me dera que assim não fosse. Sempre soube estar nas empresas e participar na política. E afirma que estas eleições vão ser as mais importantes. As Autárquicas, as Europeias, as Legislativas. As campanhas políticas vão com certeza desgastar a máquina partidária.

Consciente disso, apela à mobilização dos militantes. Que um partido não pode ser só o líder a falar. Promete uma Lisboa leal à Direcção do partido, mas autónoma. Autónoma q.b. Afirma que não é um político puro. Mas é democrata. Anteriormente candidatou-se duas vezes. Esta é a 3º vez. Mas não insulta os seus adversários. Nem os anteriores, nem os presentes.

“Só se perde quando se desiste!”, diz. É o que personifica os verdadeiros sociais-democratas. Relembra que o PSD sempre foi constituído pelos melhores cidadãos, honrados, sérios, trabalhadores, aqueles que estavam verdadeiramente aptos para exercer um cargo de confiança, de serviço público. E isso é o que o PSD deve voltar a ser.

Vê o voto do cidadão como um “contrato de confiança”. Confiança no candidato mas que não lhe dá o direito de fazer tudo o que quiser. Não é um “cheque em branco”. Ganhar não é tudo. O que realmente importa é o que vai acontecer depois. Senão, a credibilidade, a “sustentabilidade política” do partido é afectada.

Não vai falar de PINs, de PUKs, de Quotas. Não vai ofender os seus adversários. Tenciona agregar os militantes, e que a altura para tal chegou. Por isso, quer que todas as secções sejam mais activas, vivas. Que as forças políticas que representam o PSD sigam um caminho onde outros também queiram percorrer, com valores, princípios e respeito democrático. Se não nos respeitarmos, quem é que nos vai respeitar?

Quer um PSD vivo e saudável no distrito de Lisboa. Pretende unir e respeitar o maior património do PSD, os seus militantes. E que quer virar a página à forma de como a política é vista, sempre de uma forma negativa. Numa reflexão sobre o pelouro de urbanismo de Cascais, sob a sua responsabilidade, afirma que “Na maior parte das vezes, ser político não dá currículo … dá cadastro!” Imagino o que se passa por Cascais.

Pretende ir buscar os Homens bons do concelho, para que representem com dignidade o PSD. Quer tornar um verdadeiro acto de cidadania o facto de uma pessoa militar num partido. Pede que se debata verdadeira política, e não boatos, mentiras, insinuações. Quer ajudar os homens e mulheres que deram a cara pelo PSD, em autarquias, assembleias, em municípios, em freguesias, e que – nas palavras dele – não foram devidamente apoiados.

Quer ter os futuros autarcas bem preparados e que sejam capazes de prestar um bom serviço aos seus concidadãos. Quer quantidade - número de autarcas eleitos - e qualidade - para aguentar o barco e não deixar que casos como o de Lisboa aconteçam outra vez. Não quer autarcas pára-quedistas. Eu também gostaria que os deputados também não o fossem. Mas acho isso impossível de acontecer.

Quer tornar realidade um sonho, o de tornar o distrito de Lisboa como o mais competitivo da Península Ibérica. Com projectos, com boas estratégias de desenvolvimento. Quer ganhar, mas com um propósito, para que se saiba porque é que o PSD quer governar.

A organização esmerou-se. Carreiras bebe um copo de água. Este não está vazio. Já lá vai meia-hora e os presentes já mostram sinais de cansaço.

Foca a sua candidatura em 4 eixos de desenvolvimento para o distrito de Lisboa. Melhor coesão social. Mais sustentabilidade ambiental. Maior mobilidade e transportes. Sistema de Governo em democracia participada, onde os seus eleitos (autarcas, deputados) têm uma relação mais próxima com os seus cidadãos.

Acusa o PS de grande insensibilidade social, e que o PSD deve ser justamente o contrário. Afirma que a sua palavra, e de cada um de nós, deve ser o nosso atributo mais valioso.

Acima disto tudo, gostei mais de ouvir isto: “Passou o tempo do PSD de seguir a voz do dono. Todos são chamados a participar na vida do partido.” E termina, felizmente, pelas 22:35, afirmando que é só mais um militante como os outros, do que outra coisa qualquer. A sala vibra!

Posso, com toda a certeza, afirmar isto: Nessa hora que passou, Carlos Carreiras contribuiu mais pela auto-estima e prestígio interno do PSD do que os últimos dois anos de Helena Lopes da Costa como deputada na bancada parlamentar. Dá que pensar!

Previsões

Aplicando um pouco de econometria ao jogo da política, acabamos por encontrar características determinantes que nos permitem estimar o resultado eleitoral de 8 de Novembro:
  • 85% dos resultados eleitorais são determinados pelo share investido em publicidade. A grande maioria de votantes escolhem o seu candidato, não pelo conteúdo das suas ideias, mas como elas são apresentadas ao público.
  • 65% da performance individual explica-se não pela actual posição, mas pela sua capacidade de fazer networking, dos conhecimentos do meio ambiente e contacto próximo com as pessoas.
  • 45% dos resultados são influenciados pelos objectivos anteriormente propostos e alcançados pelo próprio ou não. Mas a taxa de insucesso é ainda maior se é a primeira vez.
Em conclusão, a percentagem de êxito mede-se pelo capital inicial investido, das capacidades pessoais e da experiência anterior do candidato.

2007-10-25

Distrital de Lisboa II

Desloquei-me ao Hotel Altis hoje à noite para assistir ao arranque da campanha "Lisboa Positiva". Foi uma hora a ouvir o Carlos Carreiras.


A sala encheu. Ficou gente de fora. Mais de uma centena lá dentro. 200 talvez. Não os contei a todos. Só sei que aquilo foi enchendo, enchendo até não dar mais.

À partida, estas candidaturas têm enormes diferenças entre elas, seja no caminho que vão percorrer durante os próximos 15 dias, ou na maneira como pretendem alcançar os seus objectivos.

Escreverei mais tarde as minhas primeiras impressões sobre o candidato e a campanha.

2007-10-23

Distrital de Lisboa I

Hoje aproveitei estar a passar por Lisboa e dei um saltinho à Junqueira, onde fica a Distrital de Lisboa para ouvir a Helena Lopes da Costa.

Entrei na sala, preparada para o evento, algo apertada para as cerca de 45 pessoas metidas lá dentro. As paredes encontravam-se com infiltrações e a precisarem de uma nova pintura. A residência já é antiga, as janelas mal fecham e nas traseiras temos um quintal abandonado. A Distrital do PSD está a precisar de obras.

Vejo pessoas bem vestidas mas a maior parte são reformados - os que chegaram mais cedo - e um ou dois militantes jovens, de bairros sociais. A média das idades ronda os 50 anos. Sinto-me um puto lá dentro a olhar para um circo. A fera entra, sorridente. Aplausos e o hino do PSD, "Paz, Pão, Povo e Liberdade" volta a tocar em altos decibéis. Algo caduco, digo isto em off aqui entre nós, mas continua a ser o hit preferido da maioria dos presentes.

Escrevo pacientemente o que pretendo que um candidato à distrital do PSD assuma e lute por isso:

1) Proximidade entre os militantes e simpatizantes e os deputados do PSD. Actualmente essa proximidade não existe. Os deputados são eleitos, mas deixa de haver contacto à posteriori.
2) Suporte aos Autarcas do PSD na Área Metropolitana de Lisboa em coordenação de matérias políticas que sejam de natureza inter-municipal. Actualmente, é cada um por si a puxar a brasa à sua sardinha.

Helena fala. O público escuta e aplaude quando o parágrafo chega ao fim. Martins da Cruz é o seu mandatário na candidatura à Distrital de Lisboa, mas este não se encontra presente por motivos profissionais. Não interessa. Também, esta gente não veio para o ver falar.

Promete promete uma grande mudança na Distrital de Lisboa. Assume a divergência com as orientações da anterior Distrital e Direcção Nacional. Que as críticas directas foram feitas nos locais apropriados, questionando os "métodos e opções estratégicas do PSD". Quer voltar às vitórias. Lembra a derrota de Lisboa. E desvaloriza o papel da anterior Direcção nas últimas eleições autárquicas, onde a reeleição se deveu mais ao trabalho feito pelos autarcas do PSD do que a própria campanha. 2 anos depois, é fácil dizer isto, especialmente na situação aonde o PSD se encontra.

Quer cursos de formação para os militantes. Mas quem serão os professores? Quer mais actividades do Gabinete de Estudo. Mas será que o Pedro Lynce quer voltar às lides partidárias?

Insurge-se contra as filiações sem critério - lembra-me as confusões que houve em Algés no tempo do Amaral Lopes, da expulsão dos militantes do PSD que concorreram nas listas do Isaltino - Algés e Oeiras outra vez, e das guerras internas que resultaram num show muito hardcore. A política não é para meninos.

Não se arrepende de ter feito o que fez, da exposição na praça pública que houve da vida interna do partido. Fez o que teve que fazer para ganhar, e faria tudo outra vez da mesma maneira.

Critica "a outra candidatura", critica aqueles que foram "os rostos da derrota" em Lisboa, de se aliarem com o mesmo candidato com quem se aliou no assalto ao poder da Distrital de Lisboa à cerca de 1 ano. Falhou a Mesa por 200 votos nessa altura. Será que faz o pleno, agora?

O objectivo da sua campanha é o de ganhar a confiança para ganhar em Lisboa. Pretende sarar as feridas internas do PSD, para unir o partido. Mas só se ganhar a Distrital. Não disse o que faria num cenário de derrota. Nem o deve fazer. Assumir a possibilidade de derrota quebra o espírito de entourage.

Diz que é militante há cerca de 30 anos. Eu não duvido disso. Diz que se habituou sempre a ganhar. E aqui vai o soundbite desta apresentação de candidatura:

"Quero vitórias eleitorais. Não quero vitórias morais."

É preciso ter muita coragem e confiança numa vitória para afirmar isto. É de facto uma afirmação muito churchilliana. Mas isto não é a Inglaterra e não estamos em plena 2º guerra mundial.

Quer um partido orgulhoso da sua causa reformista, capaz de pensar, reflectir e produzir pensamento político. Provavelmente quer dar espaço a que surjam novos intelectuais e que ocupem o espaço pensante das actuais elites. Pretende voltar às bases, apelar à inclusão, desenvolver espaços de reflexão e debate nas concelhias. Pretende levar a comissão distrital de Lisboa a todas as secções de militantes. Promover um "Fórum Autárquico". E coloca a fasquia bem alto. Só fica se ganhar a C.M.Lisboa. Também, não estou a ver a Helena continuar se não vencer essa batalha.

Quer mais mandatos de vereação e alcançar 5 câmaras do PSD na área metropolitana de Lisboa. Se Oeiras passar para o PSD até é uma grande ajuda. Diz que não contem com ela para "ajustes de contas" ou "pequenas vinganças". Acredito que ela, por si, dá conta do recado.

Promete que serão os militantes a decidir a aprovação das listas dos deputados pelo Distrito de Lisboa, além do dever de estes lhes prestarem contas. Eu não aceitaria menos do que isto. É por isso que o que temos hoje em dia se chama Democracia Representativa.

Depois de meia-hora de discurso, sou um dos primeiros a abandonar a cena de cumprimentos. Vêem-me à memória o filme "O Padrinho II". Os corredores estão cheios. Uns a entrar, outros a sair.

A Jota de Algés grita palavras de apoio, no fundo do corredor. Na saída, reparo que o tecto do Hall de entrada está desfeito, esventrado. A distrital de Lisboa está mesmo a precisar de obras.

2007-10-21

Corrida do Tejo 2007

2007-10-18

2007-10-14

Ensinamentos do Tao

Tal como o Yin e o Yang, a cortesia e a severidade deverão andar par-a-par. Um pode ser doce, o outro amargo. Um pode ser sedutor, o outro guerreiro. Um pode estar defensivo, o outro no ataque. Mas um não pode viver sem o outro.

A guerra não é motivo de regozijo e a vitória não deve ser objecto de ambição. Aqueles que se regozijam com a guerra, perecerão. Aqueles que ambicionam a vitória, encontrarão a desgraça.

A vitória advém do fruto da necessidade, da opção realista, da alternativa que faz a diferença e se mostra de forma superior e confiante.

No momento de fazer a guerra, não devemos atacar quando temos dúvidas.

O fortalecimento da milícia, através da sua formação, tornará o exército pronto para as batalhas que se avizinham.

Para sermos credíveis e reconhecidos como líderes, devemos ser dignos de confiança.

As recompensas são utilizadas para premiar os vitoriosos. Os castigos são usados para corrigir a desordem, impondo o respeito pela autoridade. Mas os dois não são suficientes para alcançar uma vitória.

Os soldados comuns são o necessário apoio para a conquista da vitória, mas quem decide a vitória são os comandantes hábeis na arte da guerra.

Os colaboradores próximos devem estar em harmonia connosco se queremos ser vitoriosos.

Aqueles que arregimentarem maior número de adeptos também serão vitoriosos.

A liderança apoia-se em três desígnios: transmitir confiança, merecer a lealdade e incutir a vontade nos subordinados.

Quem trava sucessivas batalhas com a ânsia de ganhar tudo, só sobreviverá por uma questão de sorte.

Numa batalha, deve-se moldar a forma do movimento, definir a estratégia, e se fôr igual ao oponente redundará num impasse ou num fracasso. É da surpresa causada por um movimento diferente do adversário que se alcança a vitória.

Promover quem não é digno nem capaz leva à descredibilização interna. A hierarquia deve ser ocupada pelos que têm mérito e só assim se consegue assegurar a eficácia das hostes.

Quem é injusto perde a dignidade. Quem perde a dignidade, perde o carisma. Quem perde o carisma, perde a virtude.

Quem perde a humanidade, perde a eficácia. Sem eficácia, deixa de ocupar o centro.

Quem perde a integridade, perde o poder. E sem poder, não vale a pena continuar.

Quem perde a confiança, perde a união. E sem união, o êxito não será possível.

Quem não mostra inteligência, perde a firmeza. E sem firmeza, será rapidamente aniquilado.

Entre o Céu e a Terra, nada é tão nobre como a Humanidade.

Sun Bin

O macroscópio está-lhe a dar com uma força...

Macroscopio: Marcelo, Meneses e Santana: uma troika calamitosa

Vale a pena ler.

As coisas já não estão a correr tão bem, pois não???

Menezes falha maioria do Conselho Nacional

A lista do líder do PSD ao Conselho Nacional, encabeçada por Mota Amaral, elegeu 20 representantes, falhando a maioria dos 55 lugares efectivos daquele órgão, tal como tinha acontecido ao anterior presidente social-democrata, Marques Mendes.

Menezes conseguiu 254 votos, elegendo menos três membros do que aqueles que o seu antecessor tinha conseguido no congresso da Póvoa do Varzim, em Maio de 2006. Nessa ocasião concorriam onze listas, contra as nove que desta vez foram apresentadas.

A segunda lista mais votada para o Conselho Nacional foi a encabeçada pelo presidente da Câmara de S. João da Madeira e antigo secretário de Estado de Cavaco Silva, Castro Almeida, que conseguiu 212 votos e elegeu 17 representantes.

A lista de Castro Almeida, apoiante de Marques Mendes nas directas de 28 de Setembro, elegeu, entre outros o porta-voz da candidatura do ex-líder social-democrata, o autarca de Tavira, Macário Correia.

Seguiu-se a lista encabeçada pelo deputado Pedro Duarte, que conseguiu eleger nove conselheiros, enquanto a lista liderada por Miguel Goulão conquistou cinco lugares.

A lista, encabeçada por Ângelo Pereira elegeu dois representantes, tal como a lista liderada por Fernando Luís Vales. A lista de Paulo Moreira elegeu apenas um representante.

in Público

2007-10-12

Para os Militantes que se querem desfiliar...

Já começou a corrida à sede do PSD para entrega do cartão e entrada do processo de desfiliação. Avisa-se que os serviços centrais não estão a aceitar a entrega em mão do cartão com carta de desfiliação. O processo administrativo de desfiliação passa por carta enviada pelo correio com aviso registrado.

Aconselha-se os militantes que se quiserem desfiliar, o de não passarem este processo para as Secções e/ou Distritais do PSD. Há militantes que tiveram as quotas pagas pelos presidentes de Secção, que não querem ver reduzido o número de militantes de Secção, conseguindo desta maneira maior número de lugares de representação nos congressos do PSD, e por conseguinte, maior poder de decisão.

Alguns dos comentários da parte de futuros ex-militantes do PSD foram:
  • "O PSD tornou-se num clube de futebol, com as mesmas coisas que se passam no mundo da bola."
  • "Foi uma vergonha o que se passou nestas eleições e já não me revejo no PSD".
  • "Isto devia voltar ao tempo de Sá Carneiro, onde se discutiam ideias e não lugares".
  • "Pagaram-me as quotas sem eu as ter pago, e a única maneira de evitar que mas paguem é desfiliar-me do PSD".
  • "Este já não é o meu PSD, aturei durante muito tempo algumas coisas, mas fartei-me".

XXX Congresso PSD

Começa hoje pelas 18:00, dia 12 de Outubro de 2007, na ExpoTorres de Torres Vedras, o 30º congresso do PSD, com transmissão em directo.

2007-10-01

A Firma

O bloguitica acabou, o abrupto recebe ataques diários porque o seu autor, desde que virou a bandeira do PSD ao contrário, um sinal de perigo universal, têm sido alvo sistemático dos menezistas que o querem correr do partido, e os media começam a tomar o partido pró-menezes onde o DN assume a dianteira, não fosse ele claramente socialista. Antes havia tolerância e respeito, agora isso acabou. Curioso serem aqueles que apelavam a uma maior democraticidade interna, serem justamente os mais desejosos de violar os regulamentos do partido. Enganem-se quem acha que isto é o voltar à matriz popular dos primados do PSD e às suas vitórias. Isto é o vale-tudo, uma ruptura ideológica com a social-democracia e a afirmação do radicalismo primário que caracterizam os estados e partidos defuntos, onde a captura do poder é um fim onde todos os meios são válidos. O PSD, tal como ele existiu antes, acabou. No lugar dele, teremos uma sociedade privada, por quotas, onde o director-geral se sobrepõem à missão do partido e este deu lugar a uma Firma.