2007-10-29

Distrital de Lisboa - III

O "caminho" percorrido por cada candidatura nestas campanhas para a Distrital de Lisboa têm sido diferenciador e um bom indicador da "qualidade" que nos espera se uma ou outra ganhar.

Enquanto a candidatura da Helena Lopes da Costa, partindo de uma posição desfavorável e minoritária, tenta a todo o custo arranjar apoios - leia-se votos de militantes - nem que para isso tenha que prometer o que não está ao seu alcance, a outra candidatura de Carlos Carreiras vai ganhando uma considerável vantagem ao consolidar diferentes lideranças, algumas das quais, recentemente tidas como adversárias e inconciliáveis.

Encaro este último facto, como um momento extremamente positivo, dentro da Distrital de Lisboa, muito diferente do sentimento que imperava nos últimos anos, onde "dividir para reinar" era a máxima utilizada, acabando por se instalar um modelo de cedências, lugares e favores, pagos "à la carte" consoante o número de votos arregimentados a cada facção.


Helena atira-se para baixo enquanto Carlos sobe a parada.

Nota-se que a candidatura "Voltar a Ganhar", mete a tónica do discurso político no facto de querer ganhar sem explicar muito bem o que pretende fazer quando estiver no poder. Remete a elaboração do programa de candidatura à participação dos militantes. A uma semana da votação, admitem publicamente que ainda não sabem o que vão fazer quando estiverem na Distrital. Mas pretendem "resolver o problema de Oeiras, também ele resultante de decisões persecutórias da anterior liderança do partido". Provavelmente referia-se ao facto de Marques Mendes ter "perseguido" Isaltino Morais, arguido na altura e presentemente acusado de corrupção e abuso de poder. Se fosse ela a mandar...

Por contraste, a candidatura "Lisboa Positiva", após ter apresentado num folhetim uma abordagem do programa, já têm "online" no website Joomla as suas linhas programáticas, assentando as bases da candidatura na Mobilidade, Emprego e Competitividade, Saúde, Educação, Segurança, Ambiente, Cultura, Acção Social. Apresenta as etapas, os passos a tomar, o papel da Distrital no "ecossistema político", e propostas claramente definidas e possíveis de realizar. Afirma que para a candidatura, a "conquista do poder é assumir a obrigação de servir bem e com honra o distrito de Lisboa". Uma frase sonante que ambiciona dar de volta o "brilho" à política.

Do perfil público dos candidatos, nota-se uma outra diferença. Helena exerceu sempre a actividade política como pilar central da sua vida profissional. Carlos fez o contrário, só recentemente, em 2005, assumiu cargos de representação pública, na Câmara Municipal de Cascais. Da actividade pública dos dois candidatos, Helena têm contactado directamente os media locais, regionais e nacionais para publicidade da sua candidatura. Um ponto importante no marketing político de uma candidatura que Carlos têm descurado. Ambos têm investido numa estratégia de aproximação aos militantes. Vamos ver o que isso vai dar.

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