2007-11-17

Uma desgraça nunca vêm só.

No relatório sobre Portugal a revista levanta dúvidas sobre os números do Governo e espera que o défice fique acima do previsto. A unidade de "research" da revista britânica "The Economist" considera que eleição de Menezes foi a vitória do populismo no partido e que a prova disso foi o regresso de Santana Lopes como líder parlamentar. No relatório sobre Portugal conhecido esta sexta-feira, levanta ainda dúvidas sobre os números do Governo e espera que o défice fique acima do previsto.

A Economist Inteligence Unit (EIU), a unidade de "research" da revista britânica 'The Economist', faz uma análise bastante crítica do actual momento do PSD.

"A eleição de Menezes representa a vitória da ala mais populista do PSD", escreve a EIU no relatório sobre Portugal. A prova disso é a "decisão do anterior líder do partido, Pedro Santana Lopes, de concorrer ao lugar de líder do grupo parlamentar do PSD em Outubro".

O ex-primeiro ministro é considerado o "responsável pela pesada derrota do PSD em 2005" nas eleições que Jorge Sampaio antecipou por causa do seu "comportamento errático". A EIU considera mesmo "surpreendente" o seu rápido regresso depois de uma "menos que dignificante saída".

Também para o Governo há alguns recados. A EIU não acredita nas previsões das Finanças e aponta para défices superiores. Para o próximo ano espera 2,6% do produto interno bruto (PIB), duas décimas de ponto acima dos 2,4% do valor inscrito no Orçamento do Estado para 2008. Para 2009, o valor esperado é de 2,3%, ou seja, bem acima dos 1,5% previstos no Programa de Estabilidade e Crescimento enviado a Bruxelas.

O documento refere ainda, que poderão ser tomadas menos medidas impopulares com a aproximação das eleições, podendo haver alguns aumentos de despesa até lá porque "é provável que a reforma da Administração Pública venha a ter mais atrasos devido à resistência dos sindicatos". A EIU sublinha, no entanto, que o aperto de cinto continuará e que Portugal vai atingir a meta que se comprometeu de conseguir um défice inferior a 3% em 2008.

in Expresso