2006-09-13

Esquerda ou Direita?

Devemos classificar a Social-Democracia como uma força política de esquerda ou de direita? Ou será que a dicotomia esquerda-direita já não faz sentido nestes tempos em que a política não têm côr nem sabor?

Originalmente, a Social-Democracia nasceu a partir da doutrina marxista-leninista, e evoluiu para uma força política assente em ideais que não tentam isolar ou restringir a liberdade das pessoas. Em prol de uma sociedade aberta à economia de mercado e capaz de mudar, evoluir, transformar-se ao longo dos tempos. Com estas características, percebe-se que é parte da sua identidade, o ideal liberal e reformista.

Temos claros exemplos de forças políticas que não souberam modernizar-se, calando os reformadores ou críticos internos do partido. O PCP continua a defender os mesmos ideais, mantendo-se coerente com uma doutrina do século 19, não sendo capaz de se modernizar, preferindo rejuvenescer os seus quadros a renovar a sua política, permanecendo fechado e continuando a idolatrar o legado de Marx, Lenine e Estaline.

Por isso, para que uma força política se mantenha saudável, deve continuar a analisar e encontrar as melhores soluções para resolver os - graves - problemas que padece a nossa sociedade:

  • Atraso tecnológico.
  • Pouca rentabilidade dos sistemas produtivos.
  • Inadequação do sistema educativo a uma sociedade em constante mudança.
  • Assimetrias regionais fortes, impedindo o desenvolvimento sustentável das regiões interiores.
  • Falta de visão estratégica, pouca apetência pelo risco e incapacidade de pensar a longo prazo.
  • Injustiça social que marginaliza os mais pobres, fruto de um sistema de segurança social inadaptado às actuais pressões sociais.
Estes problemas não são novos. Contudo, têm solução. Essa solução não pertence à esquerda nem à direita do espectro político, mas numa metodologia assente em processos, que despoletem mudanças e concretizem as reformas planeadas.

Seria irresponsável não contribuir para a melhoria da situação actual, escudando-se na falta de representatividade no Parlamento, vitimizando o próprio partido. Seria inconsciente combater sempre uma política, do governo ou de um outro partido com assento na Assembleia da República, só porque são adversários.

Há um longo caminho a percorrer, no que toca ao consenso, e no que toca à aceitação da sociedade da ideia positiva de haver pactos entre forças políticas.

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