2006-09-25

Social Democracia 2, parte II

A social-democracia é humanista por natureza. O seu objectivo é o bem comum. Já era humanista antes de Sá Carneiro, e sempre o será.

Por vezes, questiono-me como seria o PSD se Sá Carneiro não lhe tivesse dado forma. Seria predominantemente liberal? Socialmente inconsciente? Um reduto católico, fechado a outras confissões? Estas questões levam-me a confrontar o que é e o que gostaria que fosse o Partido. E o que seria minimamente aceitável, como partido de ideologia social-democrata. E leva-me a concluir o mais óbvio, o que não é.

Não é um partido pequeno. A sua influência, ou geist, é bem patente em toda a sociedade portuguesa. Arrisco dizer que é o partido mais português de todos.

Não é um partido inerte. Têm sabido adaptar-se à volubilidade da esfera sócio-económica, renovando a sua linha programática.

Não é um partido liberal. Valoriza esse aspecto, importante num mundo em que a economia de mercado é global, mas onde a societas global está na sua infância secular e é necessário protegê-la.

O PSD pode tomar muitos rumos a partir desta génese balizadora. O que não pode, é deixar que critérios tendo como fim os estritamente económicos, suplantem a natureza delicada da nossa sociedade.

PostScriptum:
Crítica ao "Compromisso Portugal", lobby político por excelência, que dá passos maiores que as nossas pernas podem acompanhar, levando-nos a recear as suas propostas, embora cumpram o seu propósito - atrevermo-nos a sonhar com um Portugal melhor.

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