2007-03-30

Concurso Especial

Beriev B-200 estacionado em Monte Real, num dia de nevoeiro de 2006.

A empresa AeroNorte, sedeada em Espanha mas com representação em Portugal, foi a que serviu de intermediário para a vinda dos 2 Beriev B-200 para Portugal. Concurso feito à medida para este aparelho pelo MAI, onde poucos aparelhos são os que têm a capacidade de realizar "scooping" e ter uma capacidade de descarga de 10.000 litros de água, é já vencedor à partida.

Devido à falha do negócio entre o Governo e a Beriev, na compra destas aeronaves, a possibilidade de elas estarem operacionais este verão - previsto ser o mais quente da última década devido ao fenómeno associado ao El Nino e com impacto global - teve que ser atingida recorrendo a um concurso público especial.

Não ponho em causa a vinda destes aparelhos. São aviões de combate a incêndios excelentes e mais tarde ou mais cedo, serão adquiridos e colocados ao serviço da futura Empresa de Meios Aéreos (EMA), que ainda não saiu do papel. Muita contestação foi lançada, veiculada pelos meios de comunicação social, para que esta escolha fosse preterida e outros aviões, mesmo sem serem bombardeiros pesados, como é o avião anfíbio Canadair, fosse o escolhido. Estavamos em 2006. Após um ano de "show" por todo o país, o Beriev chegou e venceu a concorrência. Cá estará em 2007.

Já está com o símbolo dos Bombeiros pintado e tudo, ena pá!

Não devemos descurar o sacrifício de todos os profissionais envolvidos, dos pilotos aos planeadores de missão, das forças de segurança aos bombeiros - grande parte deles voluntários e que arriscam a vida para que outros vivam - entre outros. Do esforço conjunto resultou uma área ardida muito inferior ao dos anos anteriores. Se tivesse que "apontar o dedo a alguém", seria a estes senhores.

Pondo estas questões meritórias de parte, gostaria de vir a saber quanto é que a AeroNova acabou por ganhar com este concurso "super-especial". A bem da transparência e rigor financeiro. É que este negócio é e continua a ser muito lucrativo para as empresas que alugam as aeronaves. Razão pela qual o Estado Português, passados vários anos de governação PS e PSD, em que se tinha decidido em alugar a frota de combate a incêndios florestais (IF), "ganhou juízo", ouviu os técnicos, deixou-se de "chapeladas" e de "amiguismos" e avançou para um plano de aquisição de frota própria, operada e mantida sob a responsabilidade do Estado Português.

As fundamentações, para os mais cépticos - há também aqueles que por razões profissionais nunca desistirão de tentar "queimar" esta decisão para que os seus interesses sejam satisfeitos, no mundo empresarial, vale tudo, mesmo tirar olhos - estão presentes no relatório da comissão especial de avaliação formada por técnicos qualificados.

E pergunto eu, e se todas as decisões políticas fossem fundamentadas sempre por este processo, como acontece na Finlândia, em que a avaliação técnica é sempre publicada por técnicos da administração pública altamente qualificados? Será que Portugal seria um país Diferente? Fica a observação.

1 comentário:

Anónimo disse...

Portugal merece mesmo os Beriev, mas por ter os politicos mais totós da Europa. Vamos ser famosos na União Europeia...teremos os galinheiros mais caros do mundo!