2007-03-14

Estado do PSD em Oeiras

Sim, li o artigo do "Sol" sobre o PSD de Algés e Oeiras. E sim, conheço grande parte das pessoas referidas no mesmo. Agora, o que não vou fazer é política de terra queimada e dizer mal de quem lutou lado-a-lado com o PSD e que perdeu. Sejamos claros. Se a Teresa Zambujo tivesse ganho - elegeu o mesmo número de vereadores que a lista afecta ao Isaltino - a história seria completamente diferente. Ninguém gosta de perdedores na política. E quem diz mal hoje em dia estaria silencioso ou então a apoiar efusivamente o seu desempenho na autarquia.

As duas secções do Concelho de Oeiras, a de Algés e a de Oeiras, têm sofrido uma fuga lapidante de militantes dos seus quadros activos. Como explicar que 1200 militantes, de um momento para o outro, chegam a meia centena que vão votar para as eleições da concelhia de Oeiras? Ou dos cerca de 1800 militantes de Algés, só meio milhar acabaram por votar? De que maneira estes militantes se revêm nas secções locais, depois do que se passou nas últimas autárquicas?

A posição pública de Teresa Zambujo no artigo do "Sol" clarifica o que se passa nas duas secções. É uma luta partidária, pelo poder político, tentando minar o terreno do adversário. Em ambas as secções, em ambos os lados. É inovador no PSD termos um eleito que se comporta politicamente à parte do executivo das duas secções do seu partido. Mas porquê?

O que não é suficientemente explorado no artigo do "Sol" é o facto de o executivo da Secção de Oeiras descender da mesma família política que apoiou Isaltino e que tentou cortar as pernas à Teresa Zambujo, com pedidos de suspensão ilegais ao Tribunal Constitucional com vista a dar cabo da representatividade local de Teresa Zambujo no Concelho, com direito a emissão na SIC Notícias e tendo como pano-de-fundo a Câmara Municipal de Oeiras - alguém me explica porque é que um representante do PSD resolveu pôr a C.M.O. como pano de fundo para defender a sua quinta, como que se fosse a sua própria casa?

Também não é referido nesse artigo a utilização à revelia do PSD da base de dados de contactos dos militantes do PSD/Oeiras por parte dessa comissão política, presidida pelo Alberto Martins da Luz - actual assessor de Isaltino e que retorna às lides partidárias, jubilando a prestação da secção de Oeiras no I Fórum do PSD/Oeiras - e apoiada pelo presidente da mesa da assembleia de secção, Pedro Afonso de Paulo - este acabou por suceder-lhe ao cargo. Nem do uso da Secção do PSD/Oeiras como ponto de trabalho para traçar estratégias contra o próprio partido - o que Sá Carneiro teria pensado disto tudo se ainda fosse vivo?

Bem vista a situação, não esperava outra coisa que o divórcio litigioso que se seguiu entre a Teresa Zambujo e o executivo das secções de Algés e Oeiras.

Como não há bom-senso no partido, é de lamentar que os próximos 2 a 3 anos o Conselho de Jurisdição Nacional venha a estar cheio de trabalho para dar vazão aos múltiplos processos disciplinares colocados a militantes que usam e abusam do partido para atingir os seus propósitos pessoais. Isto não se trata de atitudes pidescas ou de montar um gabinete de acompanhamento ad-hoc com o intuito de aniquilar a concorrência - esta é salutar e deve ser encorajada, porque permite a renovação e assegura o futuro, mais ou menos próspero, do partido. Trata-se simplesmente de pôr ordem na casa. Porque sem regras e o seu cumprimento, não há democracia que resista por muito tempo.

E garanto-vos que não andam a dormir. Estão bem acordados.

2 comentários:

Anónimo disse...

Isto é uma vergonha o que se está a passar na Secção de Algés. A presidenta devia ter vergonha e demitirse e levar todos os outros canalhas com ela atras.

Tenha VERGONHA sra. Helena!

Anónimo disse...

Está tudo minado. A Lista que ganhou em Algés é a lista do Isaltino - Helena Lopes da Costa, Armando Soares, Nuno Costa.................