2007-03-20

Ordenamento Costeiro, que Futuro?

Um quinto da costa da Europa está em erosão devido ao mar e as cada vez mais frequentes tempestades e inundações não ajudam ao cenário. Em média, as costas europeias estão em retracção entre 0.5 e 2 metros ao ano, chegando a 15 metros em alguns casos extremos. O resultado são casas que caem no mar e estradas costeiras que colapsam.

O maior risco de erosão situa-se em zonas de praias arenosas, junto a rios ou sujeitas a correntes e ondulações fortes. A alteração dinâmica dos efluentes do rio, devido a barragens ou desvios do seu percurso, acabam por diminuir a taxa de sedimentação de materiais arenosos ao longo da costa, quebrando o ciclo de reposição do mesmo e acelerando a erosão costeira. Se não há material a ser levado, o mar avança. O equilíbrio natural acaba por estar afectado pelo desenvolvimento costeiro e não só.

Para terem uma ideia, a nível europeu, 100 milhões de toneladas de areia são utilizadas na construção civil, areia essa que deixa de substituir o material arenoso levado pelo mar. Arranjar um substituto para este material não é fácil, já que mesmo a reciclagem dos resíduos sólidos oriundos de demolições ou operações de terraplanagem não são os mais indicados para o grau de qualidade e segurança da construção que se quer numa zona com risco sísmico moderado, caso de Portugal.

Com as mudanças climáticas e o aumento do nível do mar, a situação piora. O custo financeiro - há também os custos sociais de ter que deslocar populações para sua salvaguarda - a nível europeu para combater a erosão costeira continua a subir, com dados de 2004 - que já não reflectem a realidade - a chegar a montantes de 3.2 mil milhões de € por ano.

Como há cada vez mais pessoas a viver ao pé da costa - estima-se uma concentração de 50% da população portuguesa a viver a menos de 50 km da costa - teremos um maior impacte social devido à erosão costeira. A nível europeu, 16% da população habita em zonas costeiras. Estamos a falar de 70 milhões de cidadãos europeus, que podem vir a ser afectados por este problema, em algum aspecto das suas vidas.

De facto, o governo actual, que tão bem disse do Ambiente, deveria ser mais enérgico nesta matéria, quer na protecção das vidas humanas, quer nas infraestruturas e no estabelecimento de uma matriz de planeamento urbano que reflicta as novas realidades do ordenamento da orla costeira. O ambiente também é um dos objectivos propostos por Marques Mendes, na apresentação da estratégia do PSD como alternativa ao rumo actual que o governo do PS têm tido.

1 comentário:

O Cu de Oeiras disse...

"2006 é o prazo previsto para a conclusão de todas as obras do projecto Polis para a Costa de Caparica. O próximo Verão marca o início dos trabalhos, segundo anunciou aos jornalistas a arquitecta Valentina Castro da administração da sociedade responsável pelo projecto de requalificação urbana e valorização ambiental da vila. Trata-se, segundo o presidente da Junta de Freguesia da Costa de Caparica, "da recuperação dos esporões ou dos pontões da frente de praias, em especial de S. João e Cova do Vapor"."

Foi este o calendário previsto pelos técnicos do "Costa Polis", em 2003, em declarações ao "Setúbal na Rede".
E eu que vi o Pseudo Engº dar corda ao relógio da Costa da Caparica, no Século passado? afirmando então, que com ele as Obras são mesmo para serem feitas, e que serão para cumprir os "Orçamentos e Prazos"!.
A quem é que vai crescer o nariz???