2007-03-12

A Terra Prometida

No passado dia 10 de Março fui ao congresso do PSD na FIL e no meio dos dirigentes do partido, dirigentes de concelhia e deputados, lá fui revendo o "estado da nação". Portugal é de facto, a terra onde se fazem mais promessas. Será esta a "Terra Prometida" ou a "Terra das Promessas"?

1º constatação: começou (e acabou) a horas. Facto inédito em todos os encontros partidários que assisti. Ena!

2º constatação: sala cheia de personagens promissoras e que terão num futuro próximo responsabilidades de governação. O PSD é dos partidos que têm maior número de quadros - políticos e técnicos - qualificados.

A primeira parte - após a exposição do filme "tesourinhos deprimentes" - uma explicação completa do estado da nação, do que foi prometido e do que foi feito pelo governo socialista. Este governo, embora faça as reformas à muito necessárias - e para isso conta com uma maioria absoluta - continua a imprimir o cunho a que todos nos habituámos - demasiado centralizador, racionalista, impessoal e com muita propaganda à mistura.

De todas as apresentações, gostei mais a do deputado José Eduardo Martins, na área do Ambiente. Têm bons dotes de comunicação, e aliando um pouco do saber com o espectáculo, lembrou-me o filme do Al Gore, "Uma verdade Inconveniente". Até podemos resumir toda esta apresentação como isso - um conjunto de "Verdades Inconvenientes", do que foi prometido e do que se acabou por fazer, à revelia do programa inicial e que foi sufragado pelos portugueses nas últimas eleições legislativas.

A segunda que mais me interessou foi a apresentação da área da Educação, do deputado Pedro Duarte. Portugal é quem está na cauda da Europa. E a Educação, como todos sabemos, é um reflexo do futuro. Sem competências, sem valências organizacionais, Portugal afunda-se e continuará a se afundar, com esta política educativa. Sem uma maior autonomia cada escola não se poderá adaptar à realidade local. Globalmente, temos que pensar no amanhã e agir hoje, a nível local, para assegurarmos o futuro das nossas gerações.

Na 2º parte, tivemos o discurso do líder do PSD, Luís Marques Mendes, ao qual pode ser lido na íntegra no site do PSD, aqui.

Gostei das medidas propostas do abaixamento do IVA e do IRC. Os portugueses já pagam demasiados impostos elevados, para os rendimentos e qualidade de vida que têm. Temos um dos mais baixos crescimentos económicos europeus, 1/3 do da Espanha. A Europa já acordou, mas a nossa economia, em grande maioria sustentada pelas PME, ainda não arrancou. A dívida pública aumentou assustadoramente. É cada vez mais difícil nascer e cada vez mais fácil morrer em Portugal, com o estado a que se chegou.

A única coisa que discordei foi da sua posição sobre a Ota - eu estou claramente a favor, por ser a melhor alternativa que menos impacte ambiental têm, das apresentadas e estudadas nos últimos 40 anos. Mas não tenho problemas nenhuns em que se façam novos estudos sobre esta solução, atendendo a que:
  1. Têm que ser profissionais qualificados e ainda activos na área - opiniões de pessoal técnico reformado ou quadros com ligação ao PSD não servem.

  2. Experiência quanto baste e craveira reconhecida internacionalmente nessa área - sugiro o grupo de engenharia de aeroportos da F.A.A.

  3. Publiquem o relatório e indiquem, como todos os estudos efectuados e financiados nos Estados Unidos, os patrocinadores de tal estudo.

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