As questões ambientais, o desenvolvimento socio-económico da região, a colisão com aves, a distância a Lisboa e a inserção no eixo Lisboa-Porto favorecem a Ota, segundo a Naer.
Carta Navegação Aérea com indicação de áreas Reservadas/Restritas/Proibidas
"As localizações divulgadas configuram meras sugestões, sem qualquer fundamentação em estudos técnicos, mas apenas em documentos muito preliminares", considera a empresa do Novo Aeroporto de Lisboa (Naer) em declaração ao Expresso e reagindo ao estudo preliminar sobre o Poceirão hoje divulgado.
Segundo a empresa, "as condições geo-estruturais da Ota são mais favoráveis que as de Rio Frio" e desconhecem-se, porque não foram estudados, os custos de consolidação dos terrenos naquela zona. O risco sísmico na Ota também será menor, pois embora todas estejam em área de risco máximo, a localização a norte do Tejo "está mais perto" de um zona de menor risco.
Contestando a pouca relevância dada à presença de aves na margem Sul, a Naer afirma que "a dimensão e gravidade do impacte para a operação aeronáutica colocado por uma ave, em trânsito esporádico, é muito diferente daquele que terá um bando migratório de várias centenas de aves, formando uma verdadeira barreira, conflituando directamente com as aproximações, aterragens e descolagens das aeronaves na proximidade do aeroporto".
Sobre a existência de recursos hídricos entre o Tejo e o Sado, no subsolo do Poceirão, a Naer insiste em que aquela é a maior reserva de água doce da península ibérica, a qual se estende de Abrantes a Grândola. "Todas as localizações estudadas na margem Sul, estão sobre este aquífero. Seria este também o caso da localização Poceirão", afirma a empresa em comunicado.
Sobre a existência de recursos hídricos entre o Tejo e o Sado, no subsolo do Poceirão, a Naer insiste em que aquela é a maior reserva de água doce da península ibérica, a qual se estende de Abrantes a Grândola. "Todas as localizações estudadas na margem Sul, estão sobre este aquífero. Seria este também o caso da localização Poceirão", afirma a empresa em comunicado.
A favor da Ota, argumenta-se ainda com o reforço do eixo Lisboa-Porto, "principal estrutura demográfica e económica de Portugal" e, por a zona de Rio Frio ter "uma estrutura urbana constituída por um elevado número de aglomerados dispersos de pequena ou muito pequena dimensão que não têm peso demográfico-económico para atrair e rentabilizar a dinâmica económica que se pretende fomentar na área envolvente do aeroporto".
A Naer refere que Poceirão e Marateca estão mais longe de Lisboa que a Ota, e que "uma localização na margem Sul não permite a ligação ao eixo de alta velocidade de Lisboa-Porto, que constitui o eixo fulcral do país, onde reside 77% da população de Portugal Continental. Uma localização na margem Sul, nomeadamente Poceirão, penaliza a acessibilidade do eixo Cascais-Sintra, um dos mais importantes em termos populacionais e do turismo nacional. Essa mesma localização, sendo excêntrica em relação à área em que se encontra a maioria da população da área metropolitana de Lisboa, penaliza também as condições de acessibilidade, designadamente ferroviárias."
Por Helder C. Martins e João Garcia, EXPRESSO
2 comentários:
Três debates depois, um deles com o ministro a levar uma tareia e a esconder-se no não tenho conhecimento de tal estudo, não tenho conhecimentos técnicos para debater... Acho que o debate de Segunda Feira foi bastante esclarecedor.
Saudações
Pelo menos foi honesto na parte do "não tenho conhecimentos técnicos". É claro que como político não vai dar a mão a torcer e está a omitir ter tido conhecimento daquele estudo da NAER. Ninguém faz isso. Isso é perder a face.
Gostava de ter visto o José Manuel Viegas explicar como é que uma rota de aproximação ao aeroporto acaba por passar numa área de fluxo migratório de aves, no Tejo e no Sado.
Eu não apoio lobbys do turismo - SONAE - Troia e Melides - nem os ligados ao desenvolvimento ferroviário - ADFER. Sou piloto e a mim faz-me impressão ter que aterrar num aeroporto internacional onde tenho que fazer a aproximação por cima de uma reserva ecológica e andar a evitar bandos de aves que se atravessam à minha frente. É uma questão prática, técnica, não política.
A Ota é uma das soluções menos piores. Se tivesse que tomar uma decisão sem ter que "aturar" interesses privados, punha-a a 150 km de Lisboa, mais para o Centro do país. Isto não funciona em Portugal porque andam todos a puxar a brasa à sua sardinha e são incapazes de integrar os diferentes modelos de transporte.
Os TGVs são uma excelente melhoria no sistema de transporte (menor consumo energético, menores emissões CO2, com modelos em investigação eléctricos que atingem velocidades de 560 km/h em França) - o que quer dizer que eu não estou contra o transporte ferroviário, estou contra é o lobby ferroriário querer meter-se em questões de planeamento aeronáutico e se analisados seriamente, as suas recomendações acabam por ser um perigo para a aviação.
"We need to view airports as "travel ports", where one can access air service for longer distance flights and high-speed commuter and intercity rail and bus service for shorter trips."
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