2007-11-29

Seminário Transportes e Mobilidade


PROGRAMA

14h: Os objectivos do Seminário e a agenda da decisão pública sobre o novo aeroporto.
José Reis (Prof. Universidade de Coimbra)

14:15h – 17h: Painel: As questões técnicas e políticas da localização do novo aeroporto.
João Cravinho (Engenheiro)
Paul Willis (Consultor em navegação aérea)
Artur Ravara (Engenheiro)
Manuel Porto (Prof. Universidade de Coimbra)
Fernando Santana (Prof. Universidade Nova de Lisboa)

17:15h: Mesa Redonda
Fernando Lopes Cardoso (Conselho Empresarial do Centro)
Fonseca Ferreira (Presidente da CCDR-LVT)
Alfredo Marques (Presidente da CCDRC)
Paulo Caldas (Presidente da Câmara Municipal do Cartaxo)
José Palma (Ex-Presidente da Quercus)
Henrique Neto (Empresário)


Não aconselhável a quem não pensa pela sua própria cabeça!

2007-11-25

Reportagem

Galileo vs Futebol

O projecto Galileo, o GPS europeu, foi aprovado na presidência portuguesa. Graças à negociação habilidosa dos 'Tugas', e com um pouco de sorte, Portugal conseguiu desbloquear um projecto que estava parado há uma data de anos.

O projecto Galileo vai revolucionar a maneira como gerimos o espaço aéreo europeu, melhorar a segurança no ar e no mar, fazer o seguimento das embarcações, permitindo um melhor combate à poluição, gerir com eficiência os transportes terrestres, aumentar a segurança interna e a independência tecnológica da Europa em relação ao sistema GPS americano ou sistema GLONASS russo. Tudo isto graças a 30 satélites que permitem um serviço de geo-referenciação avançado.


O projecto, para poder ser concluído, precisava de 3.5 mil milhões de euros. Arranjámos mil milhões de euros pelas vias normais. Depois fomos buscar 1.6 mil milhões à redução de subsídios atribuídos à agricultura comunitária europeia para este ano devido à escalada dos preços de produtos alimentares pelo aumento da procura por países asiáticos.

Depois, mais 200 milhões de reafectação (flexibilização) de programas-quadro comunitário da mesma área tecnológica, 400 milhões do programa-quadro de investigação (EuroAtom, etc) e 300 milhões do Instituto Europeu da Tecnologia. Conseguimos fazer o que todas as outras presidências, desde 1999, falharam. Porra, somos bons ou não somos? Somos os maiores.


E por cá em Portugal, alguém veio a saber disto pela comunicação social, a TV, rádio, internet, blogs (sem ser aqui)? Não, o que importa era o futebol, o caso Maddie, o futebol, o caso Esmeralda, mais o futebol, o caso Casa Pia, e ainda o futebol. Falar de um marco alcançado na Presidência Europeia, ainda por cima a Portuguesa? Para quê?

A notícia teve destaque no horário "prime-time". Nas televisões estrangeiras. Por cá, os interesses editoriais são outros. Meia-hora de política nacional mais meia-hora de desporto - futebol claro está. Em todos os canais nacionais.

Da análise que faço dos media - e são um óptimo barómetro para auferir a qualidade da nossa democracia - o que nos falta em representatividade, conseguimos compensar com participação pública de várias associações emanadas da sociedade. Mas falta-nos aquele "extra", o conseguir ir mais além.

É o tornarmo-nos numa "sociedade inteligente", com "reservas" de "conhecimento puro", capaz de difundir entre nós aquilo que é a "democracia cognitiva" e a única forma de democracia que traz qualidade e participação da sociedade civil na definição das políticas públicas, com uma capacidade de analisar e decidir o que é melhor para Portugal num horizonte alargado.

Ou seja, um país com uma sociedade desenvolvida, que discute política a sério, e não quem fica com aquele ou outro cargo. Que exige acima de tudo qualidade no desempenho do trabalho e que deixe de olhar para o salário mínimo mais baixo na EU15 como um vantagem competitiva. E que toma atenção a projectos que têm um impacto económico ou com significado político importante a nível europeu.

No fundo, acho que somos um povo ressabiado consigo próprio, com falta de visão e desconexado da realidade fora de Portugal. Um povo que gosta de culpar e que com isso pensa que consegue alguma coisa. Que se "vicia" nos escândalos, tragédias, "circos" do Parlamento e espectáculos de futebol. Depois, não se admirem de termos o país e os políticos que merecemos.

Só para lembrar...

... um post que escrevi a 1 de Outubro de 2007:

2007-11-23

Actualização dos Ficheiros de Militantes

O Partido Popular (CDS/PP) encontra-se numa fase de actualização dos dados dos militantes.

Da página alojada no servidor do CDS/PP, referem que "é hora de fazer um balanço sobre as questões organizacionais internas", pretendem "modernizar a trave mestra do CDS-PP, que é a sua militância, que são os seus ficheiros", e que com esta medida "pretende-se credibilizar uma estrutura política, que ao longo destes 33 anos se tem tornado pesada, pouco funcional e dispendiosa", criando "condições para uma efectiva participação na vida do nosso Partido".

Também referem que o "CDS-PP ... não poderá viver mergulhado na ilusão dos nossos ficheiros, na ilusão de uma militância que já não existe, com pessoas que não passam de meros números" e que "temos de criar mecanismos de actualização periódicos, para que no futuro saibamos sempre saber quem somos".

À partida, isto faz sentido. Mesmo para um pequeno partido como o CDS-PP. Então porque é que o Partido Social Democrata não faz o mesmo? Fica o apelo, já que estão numa de reorganizar o partido.

2007-11-21

O Ataque à Razão

Al Gore fez um relato fidedigno do estado político actual da Nação mais poderosa do Mundo. Desde o 1º ao 9º capítulo, aborda temas complexos com uma clareza profundamente necessária nos dias que correm. Democracia, o passado, presente e futuro. O papel da Internet na defesa dos valores democráticos. Alterações climáticas e o Katrina. Os Jogos Sujos do Poder. A Política externa e interna. Da Casa Branca até ao Iraque. Desde os tempos de Jefferson, passando por Martin Luther King, até hoje. Imperdível.

2007-11-19

O pinhanços não faz erros ortográficos! Fónix!

Meus caros companheiros,

Se porventura vos seleccionassem para serem assessores do futuro órgão de suporte na definição de políticas da direcção do PSD (já que os tipos não têm qualidade suficiente para o cargo a que foram eleitos, portanto vão ter que fazer "outsourcing" de "massa cinzenta"), vocês aceitavam?

Vá lá, mandem "bitaites", do tipo:

a) Nem que me pagassem.
b) Onde é que eu assino?
c) Quanto é que pagam? Não aceito recibos verdes.
d) Isto cheira-me a esturro.

O que é que acham da medida de profissionalização dos futuros "ideólogos" do PSD? Deve-se ou não deixar cair o voluntarismo e entrar-se num modelo de negócio gerador de ideias, um "think-tank", com pessoal a "full-time", 8 horas por dia, 5 dias por semana?

1) É uma proposta arrojada.
2) Já fazem isso lá fora nos Estados-Unidos.
3) É a decadência de um partido que passou a encarar os eleitores como clientes.
4) Não faço a mínima, já entreguei o cartão de militante.

Eleições Distrital de Setúbal

No Sábado passado, fui convidado a ir à apresentação da candidatura de Bruno Vitorino. Como não tinha mais nada para fazer, lá fui eu até Setúbal. A apresentação começou pelas 16:45, no Novotel, logo à saída da Autoestrada. Estiveram presentes militantes de todas as Secções, incluindo Montijo e Setúbal. Durou até às 18:00.

O mandatário é Miguel Frasquilho, que não vira a cara ao Bruno e à sua equipa e mantém-se presente, ao serviço do PSD e do distrito de Setúbal - foi eleito pelo círculo de Setúbal e têm participado em várias iniciativas da C.P.D.Setúbal.

Estas eleições são determinantes, convocadas pela própria C.P.D.Setúbal, porque legitimam o mandato desta comissão por mais dois anos, e "afogam" as críticas que o actual presidente têm recebido, especialmente das Secções de Montijo e Setúbal.

São as tais intrigas ou "tricas" partidárias, andam sempre a guerrear-se uns com os outros, à procura de uma oportunidade para alcançar mais poder de influência dentro do partido. Pois então, aqui vai um olhar crítico sobre esta natureza comum a todos os partidos...

Este poder de decisão, numa distrital, reflecte-se de uma maior importância nesta altura, quando há três eleições que caem dentro do mandato da distrital. Isto quer dizer que os protagonistas na escolha de deputados pelo círculo de Setúbal, será a C.P.D.Setúbal e em parte, a C.P.Nacional. É assim que são as coisas.

O seu adversário, Luís Rodrigues, anterior presidente da Distrital e presentemente deputado no Grupo Parlamentar, embora fosse parte da lista que elegeu Bruno Vitorino à cerca de 1 ano e 3 meses, viu agora a oportunidade de voltar a ser presidente da Distrital de Setúbal e avançou, "agarrando" Fernando Negrão, actual vereador na C.M.Lisboa, um cargo com mais prestígio que o anterior e que saiu da C.M.Setúbal, cheia de dívidas.

Ou seja, as "elites" - entenda-se anteriores militantes que exerceram cargos políticos relevantes pelo PSD - estão, grosso modo, contra Bruno Vitorino. Têm "medo" dele - entenda-se receio de perderem o cargo de deputado na Assembleia da República. E isso significaria uma longa travessia no "deserto".

O Grupo Parlamentar "marginalizou" Luís Rodrigues nos últimos tempos, por ter metido a "pata na poça" no referente ao dossier Novo Aeroporto de Lisboa. Vendo a sua progressão na A.R. em risco, pensou melhor e resolveu voltar às lides partidárias, não discutindo política e ideias, mas apresentando-se, pronto para a liça, e "quem quiser que o compre". Esta atitude não faz o meu gosto.

Luís Rodrigues está-se a candidatar, não porque Bruno Vitorino tenha feito um "mau trabalho" à frente da C.P.Distrital Setúbal, mas porque quer manter o "status quo" dentro do PSD. Curiosamente, com a "ajuda" de Secções de Montijo e Setúbal, esta última a passar por um mau bocado.

Dentro da Secção de Setúbal, o actual presidente da Secção, Paulo Valdez, está em risco de perder a presidência e a vereação da C.M.Setúbal - como foi eleito há dois anos presidente da comissão política de secção de Setúbal, teve logo "direito" a cargo de vereador assegurado na lista para a Câmara Municipal. Foi condenado recentemente num processo-crime e a própria Secção debate-se com lutas internas.

A aposta destas "elites" em Luís Rodrigues reveste-se de uma singular natureza, típica dentro do PSD. Eu chamo-lhe a guerra da sucessão. A substituição dos mais velhos e experientes, por uma geração mais nova, oriunda também da JSD, e que têm percorrido um caminho mais ou menos profissional, com um pé dentro da política e outro fora.

Ou seja, não desempenham cargos políticos a tempo inteiro. Pode-se classificar a lista de Bruno Vitorino como deste tipo, cheia de malta jovem, embora tenham outras pessoas mais veteranas, para a lista da mesa de assembleia distrital, e para delegados da assembleia.

Da impressão que fiquei, grande parte das secções do Distrito de Setúbal, pelo menos as mais numerosas e com mais votos, a do Barreiro e a de Almada, vão apoiar Bruno Vitorino. À partida, a sua re-eleição está assegurada.


Adenda:
Não sabia que o Pedro Afonso Paulo, vice do Carreiras, era engenheiro...
Ao menos isso, que de advogados e senhores doutores está o PSD cheio!

2007-11-17

Uma desgraça nunca vêm só.

No relatório sobre Portugal a revista levanta dúvidas sobre os números do Governo e espera que o défice fique acima do previsto. A unidade de "research" da revista britânica "The Economist" considera que eleição de Menezes foi a vitória do populismo no partido e que a prova disso foi o regresso de Santana Lopes como líder parlamentar. No relatório sobre Portugal conhecido esta sexta-feira, levanta ainda dúvidas sobre os números do Governo e espera que o défice fique acima do previsto.

A Economist Inteligence Unit (EIU), a unidade de "research" da revista britânica 'The Economist', faz uma análise bastante crítica do actual momento do PSD.

"A eleição de Menezes representa a vitória da ala mais populista do PSD", escreve a EIU no relatório sobre Portugal. A prova disso é a "decisão do anterior líder do partido, Pedro Santana Lopes, de concorrer ao lugar de líder do grupo parlamentar do PSD em Outubro".

O ex-primeiro ministro é considerado o "responsável pela pesada derrota do PSD em 2005" nas eleições que Jorge Sampaio antecipou por causa do seu "comportamento errático". A EIU considera mesmo "surpreendente" o seu rápido regresso depois de uma "menos que dignificante saída".

Também para o Governo há alguns recados. A EIU não acredita nas previsões das Finanças e aponta para défices superiores. Para o próximo ano espera 2,6% do produto interno bruto (PIB), duas décimas de ponto acima dos 2,4% do valor inscrito no Orçamento do Estado para 2008. Para 2009, o valor esperado é de 2,3%, ou seja, bem acima dos 1,5% previstos no Programa de Estabilidade e Crescimento enviado a Bruxelas.

O documento refere ainda, que poderão ser tomadas menos medidas impopulares com a aproximação das eleições, podendo haver alguns aumentos de despesa até lá porque "é provável que a reforma da Administração Pública venha a ter mais atrasos devido à resistência dos sindicatos". A EIU sublinha, no entanto, que o aperto de cinto continuará e que Portugal vai atingir a meta que se comprometeu de conseguir um défice inferior a 3% em 2008.

in Expresso

2007-11-11

Outono

Poder = Informação = + Poder

Do artigo do Expresso: "Ordem para Digitalizar", pergunto-me a mim se isto teria sido possível na América. Se tal acontecesse na terra do "Tio Sam", estaríamos a ver logo pela manhã na televisão o Paulo Portas, vestido com um fato-macaco laranja, com um número impresso nas costas, ladeado por dois agentes do F.B.I., a entrar para uma carrinha de transporte de prisioneiros para uma penitenciária no Estado da Virginia.

Mas como estamos num país de brandos costumes, aceitamos com alguma naturalidade que Paulo Portas escreva 24 documentos (?) à mão por dia durante 2 a 3 anos, que digitalizem estes e outros documentos, que Paulo Portas mantenha o cargo de deputado para manter a imunidade de actos praticados no exercício das suas funções, que se veja envolvido em escutas do processo Portucale a referir que o financiamento para pagar a factura virá da campanha do partido, e que sobre o processo, é preferível falar particularmente. Tudo normal, num país de brandos costumes.

Quando se alcança o cargo de ministro do Estado, é lógico que Paulo Portas tenha querido recolher material de trabalho para um livro futuro com as suas memórias. E também para manter a informação que teve acesso em casos como o negócio dos Submarinos. É óbvio que quem têm informação, têm poder. E Paulo Portas, anterior jornalista e director do semanário Independente, sabe isso melhor que ninguém.

Para se digitalizar os documentos (cerca de 62 mil páginas), esta operação foi feita à noite, num Sábado, para maior liberdade de movimentos dos empregados. Cada pessoa que teve acesso ao piso 6 deveria ter sido identificado. Se não o foi, é uma falha de segurança. Depois admiram-se de se encontrarem equipamentos de escuta nas salas de altos funcionários do Estado e não sabem quem foi.

Em seguida, as matérias abordadas teriam informações de natureza confidencial, sobre negócios do Estado. Recibos, acordos, protocolos, cópias de fax, nº de telefones, actas de conversas nos gabinetes. Não entendo porque é que as pessoas contratadas para manusear este tipo de informações (digitalizadas para suporte informático, portanto fáceis de copiar ou de enviar pela Internet) não foram credenciadas. O GNS, logo no 8º piso, devia ter sido chamado a intervir. Como era uma iniciativa do próprio Ministro, deve ter pensado que era melhor não ter nada a haver com isso. Demitiu-se das suas responsabilidades.

Depois, a desculpa de Paulo Portas de que os documentos tinham informações sobre o partido põe a nu uma triste realidade. Existe promiscuidade no desempenho de um cargo de ministro e cargos partidários. Porque é que essas notas com informações do CDS não foram digitalizadas na sede do Partido? Porque é que estavam no gabinete do Ministro da Defesa Nacional? Tal facto, por si, revela até onde se pode chegar.

Acesso sem regras a documentos com matérias classificadas, tráfico de influências, acordos secretos, financiamento
do partido por instituições financeiras off-shores , atribuição de cargos em empresas públicas do sector financeiro a altas individualidades ligadas ao CDS, sem critérios de competência ou mérito.

Utilização do know-how-and-who, recolhidas durante o exercício do cargo governamental, em acções de consultoria, fazendo-se pagar por bom preço, mesmo que seja um incompetente como o Pedro Santana Lopes, que ainda não percebi que raio anda a fazer no gabinete jurídico da EDP e que disse numa entrevista em público que iria trabalhar como "consultor" para empresas que tivessem negócios com o Estado.

Mas estamos num país de brandos costumes e toda a gente acha isto normal. Eu não!

A política em Portugal está cheia deste tipo de gente. Ninguém me pode garantir, depois do que se sabe, se Paulo Portas não passou os dados em suporte informático a alguém que esteja interessado em saber informações sobre determinados negócios da Defesa.

Toda esta história cheira-me muito mal, e, como já disse anteriormente, devido à permissibilidade que grassa dentro do Estado, estas coisas acontecem e vão voltar a acontecer. Andamos todos a brincar com coisas sérias, desejosos de levar "troféus" para casa, com matérias classificadas que até podem ser documentos pessoais com detalhes que podem prejudicar os interesse do Estado Português.

Ninguém verificou se os documentos que sairam do MDN em formato digital (cerca de 62 mil documentos dá muito trabalho de ver e aprovar) tinham ou não informação que fosse "perigosa" se posta a circular no domínio público ou em circuitos não-autorizados.

Reina o facilitismo e o medo de afrontar o poder político, reagindo este quando ameaçado com estratégias de vitimização, perseguição política e restrição de liberdades "fundamentais" - entenda-se, a liberdade de enriquecer facilmente pelo facto de ter desempenhado cargos políticos. Até quando?

Até quando?



Referências:
1 - Expresso - Ordem para digitalizar

2007-11-09

Cenas do quotidiano

...nos bastidores do PSD...

DC - Ah... e tal... e o que achas da situação actual na Distrital de S.?
AC - Pois, já estão todos num alvoroço a preparar as listas.
DC - E o que achas dos candidatos?
AC - ... O L. é muito melhor do que o B. Têm mais formação e experiência política.
DC - Achas que o B. têm feito um bom trabalho?
AC - Não sei.
DC - Mas têm-se mexido muito, não é? Têm andado em muito sítio ... e tal...
AC - Sim, pois. Deve ganhar por causa disso.
DC - E vais-te meter nas eleições à Distrital?
AC- Sim ... convidaram-me para ingressar numa lista como delegada para lugar elegível e aceitei.
DC - A lista do L.?
AC - Mas estás parvo ou quê? Entrar numa lista que vai perder? Isso é que era bom!!!


...Tirem as vossas conclusões...

Quem ganhou?

Carlos Carreiras ganhou estas eleições à Distrital do PSD. Era um resultado mais que esperado pela congregação de apoios e de militantes nos últimos tempos.

Helena ganhou em Algés e em grande parte das secções de Sintra. Provavelmente algumas em Lisboa. Fez tudo o que pode. Placards, Cartas, SMS, tudo e mais além do que seria imaginável. Carreiras ganhou na Secção A, Oeiras, Cascais - lógico, porque é o concelho onde é vereador, e mais umas quantas que no total fizeram a diferença.

Para quem desconhece a realidade da Distrital do PSD em Lisboa, têm 10 concelhos, cada um subdividido em várias secções, exceptuando Cascais - salvo erro - que é o único concelho que têm uma secção para todo o município.

Entre estar e comemorar a vitória com Carreiras, preferi ir ao Solplay ver Helena Lopes da Costa - e mais uns quantos notáveis de Oeiras e de Braga - e ouvir o seu discurso. Não por gozo ou por sentir algum prazer nisso. Mas para conhecer melhor a realidade que existe no Distrito de Lisboa.

É caso para me sentir indignado vir a saber que existem centenas de militantes arregimentados por "alguém" na Secção A de Lisboa que votou massivamente em Carreiras, e que neste dia de votação tenha havido segurança e polícias à porta. Preferia um jogo limpo mas isso não existe nas disputas pelo poder dentro do partido. Provavelmente também se pode afirmar o mesmo em outras Secções cujo voto pendeu para Helena. Mas saber que há dezenas de militantes a morar na mesma habitação? Carrinhas alugadas por um "antigo notável" para trazer militantes a votar numa secção?

Acho bastante degradante esse tipo de situações, que provavelmente aconteceram nos dois lados, e que leva à descredibilização de todos os militantes e à instalação de um sentimento generalizado de que "é a vida", "não há nada a fazer, é assim mesmo", " se não fazes o mesmo, arriscas-te". Esse sentimento é um cancro dentro do partido.

Militantes que vivem da política, de um e de outro lado. Secções controladas, em número de votos, pela JSD em Lisboa, que assim têm uma oportunidade para se tornarem "quadros" numa "autarquia" ou "empresa pública". Estes foram os factos relatados e que carecem de confirmação. Se assim fôr, isso justifica os cerca de 900 contratados por avença à CML no tempo de Pedro Santana Lopes, que, tal como Helena Lopes da Costa, teve que dar o braço a torcer. E neste caso, é provável que venha a acontecer o mesmo.

A Distrital de Lisboa, se estes factos forem verídicos, precisa de uma limpeza urgente nos seus ficheiros. Acho que quer um lado quer outro - e deu para conhecer a "máquina" dos dois lados - deram o máximo para ganhar esta distrital. Havia muito em jogo e muita coisa ficou decidida - entenda-se dividida - para os próximos 2 anos.

Uma palavra de apreço pela dureza, sentido de estar e acutilância de Helena Lopes da Costa no momento da derrota. Esteve melhor que Marques Mendes no momento da despedida.

Carlos Carreiras terá muito que fazer. À 3º foi de vez. Agora, ao trabalho.

2007-11-08

Votação Distrital Lisboa

As urnas já abriram - o processo de votação começou pelas 19:30 - e encerram entre as 23 e as 23:30.

Em princípio, devido a ser necessário o envio dos resultados à sede da Distrital ou Nacional se houver problemas técnicos, por fax e assinado pelos elementos presentes na mesa de cada Secção a atestar a regularidade de todo o processo eleitoral, a contagem final deve ser comunicada entre a meia-noite e a 1 da manhã, salvo irregularidades.

Podem ir afixando e comentando os resultados de cada secção do Distrito de Lisboa, sujeito a confirmação final pela Mesa da Assembleia Distrital de Lisboa.

Boa sorte às duas candidaturas - tenho companheiros a concorrer em ambas as Listas.

Bruxelas processa Portugal

A Comissão Europeia iniciou esta quarta-feira um processo de infracção contra Portugal pela falta de apresentação dos planos de acção de eficiência energética no prazo estipulado, tendo enviado uma notificação de incumprimento.

Além de Portugal, também a Bélgica, Eslováquia, Eslovénia, Estónia, França, Grécia, Hungria, Letónia, Luxemburgo, Malta e Suécia não entregaram os respectivos planos de acção de eficiência energética até o dia 30 de Junho último.

Os planos em causa devem conter as estratégias nacionais para economizar pelo menos 9% no consumo de energia até final de 2016, conforme estipulado na directiva 2006/32/CE.

Dados de Bruxelas indicam que o consumo energético na União Europeia (UE) é "cerca de 20% superior ao que pode ser justificado por razões económicas".

Em Março de 2007, os líderes da UE sublinharam a importância de alcançar o objectivo de uma economia de energia de 20% até 2020, de acordo com o plano de acção da Comissão Europeia para a eficiência energética.

in Expresso.


O aumento da eficiência energética só se consegue com a modificação dos processos energéticos que levem a uma alteração da visão de negócio, passando este a incluir, in loco, os custos energéticos.

Um exemplo simples: Ao comprar uma "resma de papel", onde a sua produção leva ao consumo de elevadas quantidades de energia e de recursos como a água para tratar a polpa de madeira em pasta de papel, o consumidor teria uma ideia, por comparação com outros produtos iguais ou alternativos ao seu dispôr, de como a empresa investiu em tecnologias mais eficientes e competitivas e que mostram, além de uma preocupação ambiental, a sua eficiência energética do processo produtivo que deu origem à "resma de papel".


Agora, apliquem isto tudo a todos os produtos, processos de fabrico, sistemas de transporte e porque não, cidades inteiras que consomem energia. É uma autêntica revolução, comparável a mudarmos todos os nossos hábitos mentais aquando da transição de escudos para euros. Por isso, devido à dificuldade desta tarefa, era já esperado que muitos países não conseguissem cumprir o objectivo. Contudo, ele é necessário de modo que nos próximos 20 anos, se dê lugar a uma segunda revolução industrial, onde o primado não é só produzir, mas fazê-lo com 20% menos de custos energéticos, de modo a compensar o aumento da factura energética.

A eficiência energética não pode ser vista como uma moda, mas um factor que é crítico para a nossa competitividade. Afecta tudo e todos, e a um aumento de custo de utilização de energia, a nível da sua produção ou a nível da sua distribuição e aproveitamento, é óbvio que quem paga acaba por ser sempre o consumidor.

A nível global, o petróleo ainda constitui a primeira fonte de energia, não-renovável, em Portugal. E com a alta de preços já a níveis do máximo atingido durante o choque petrolífero de 1973, devemos ter razões para nos preocuparmos. E mais, para nos prepararmos do que se avizinha.

O aumento do preço do transporte público e privado é uma certeza. Por arrasto, a inflação - aumento dos preços por acção do mercado livre - aumentará, e o défice financeiro irá agravar-se. Mesmo com um aumento salarial na ordem dos 2%, o aumento do custo da vida dos Portugueses será maior. Com isso, a quebra no consumo imediato é uma certeza.

A utilização de energias renováveis encarece a factura energética. Actualmente, a única fonte de energia mais barata que o carvão, gás ou petróleo, é a energia nuclear, posta de parte por falta de capacidade tecnológica e vontade política. Mesmo que se quisesse avançar para um processo de produção de energia nuclear em Portugal, levaria 20 anos a desenvolvermos a expertise e segurança necessária para termos um sistema desses a funcionar.

Será a micro-geração, a responsabilidade de sermos nós mesmos a produzir a energia que precisamos, uma certeza futura? E quais terão que ser os passos intermédios a lá chegar? Se de facto for assim, desenvolver uma estratégia e preparar uma região para os desafios energéticos do séc. XXI é um item prioritário na agenda de uma força política que se queira impor numa área metropolitana.


Referências:
  1. Eficiência Energética
  2. DGGE

2007-11-05

O Dever de Prestar Contas

Isto de um político ter que "Prestar Contas" deve levar com certeza a alguns dos estimados leitores a um sorriso malandro e a pensar: "Que ingénuo, os políticos o que querem é o voto dos eleitores e depois fazem o que têm a fazer". Pois. E se houvessem excepções à regra? E se nos deparássemos com uma situação que quebra a normalidade esconsa da política partidária e nos leva a pensar: "Epá, era isto que os gajos deviam andar a fazer!"???

A história passa-se assim. A Comissão Política Distrital de Setúbal resolveu elaborar um panfleto de 12 páginas onde fazia o balanço do seu mandato, de 1 ano. Convocou eleições recentemente devido a acusações de aproveitamento financeiro do presidente, de seu nome Bruno Vitorino, por ter aceite um pelouro numa câmara em que foi eleito, no distrito de Setúbal. Ou seja, os seus críticos acharam mal que o presidente, político profissional, fosse remunerado pela Câmara por assumir funções no executivo, com a argumentação de que Bruno estava na oposição e portanto o papel que teria que ter seria o de criticar, criticar, criticar o executivo em funções. Penso que esta argumentação é válida do ponto de vista de lutas internas partidárias, mas nula em termos políticos e que só prejudica os eleitores que votaram no PSD nessa câmara.

Arrábida

Ora, ao longo das 12 páginas, mostram o trabalho que fizeram à frente da Distrital de Setúbal:

- Sessões conjuntas de militantes com deputados eleitos pelo Distrito, com Miguel Frasquilho, sobre o Orçamento de Estado e impactos a nível do Distrito da política governamental do PS, como o adiamento de obras públicas, centros de saúde, esquadras de polícia, escolas, etc.
- Formação de autarcas sociais-democratas, com uma 1º Reunião Geral de Autarcas do Distrito que teve a presença de Ribau Esteves, Vice-Presidente da ANMP.
- Colaboração com os eleitos nas freguesias e câmaras e promoção de encontros anuais.
- Criação de um Conselho Estratégico para fins consultivos com altas personalidades.
- Combate à política de Saúde e médicos de família do Governo do PS no Distrito.
- Combate ao Desemprego, apelando a maior investimento.
- Protecção do Turismo e Ambiente e apelos a melhor gestão da orla litoral.
- Avanço da 1º Academia Política da JSD para formação de dirigentes políticos e jovens autarcas.
- Assembleias Distritais descentralizadas para contacto próximo com os militantes.
- Estudo comparativo do trabalho feito pelos autarcas do PSD no distrito a nível de Grandes Opções dos Planos e Orçamentos através de Grupo de Trabalho especializado para sinergias entre autarquias.
- Luta contra a co-incineração (a cimenteira no parque da arrábida é actualmente a única que se encontra embargada de prosseguir com a co-incineração de resíduos industriais perigosos).
- Luta contra a discriminação e esquecimento - desertificação - do Distrito de Setúbal (Grândola, Santiago do Cacém, Vila Nova de Santo André, entre outros) pelo PS.
- Alerta ao aumento de criminalidade, falta de efectivos policiais e de infra-estruturas condignas.
- Site na Internet da Distrital de Setúbal funcional e actualizado.
- Apresentação de Moção no 30º congresso, com abordagem aos temas do Aeroporto de Lisboa, TGV, 3º travessia do TGV Chelas-Barreiro, educação, desemprego, saúde, ambiente, turismo.

Chamo a atenção ao facto que grande parte delas não foram promessas eleitorais como agora as que estão a ser feitas nas candidaturas à Distrital de Lisboa. Foi o que a actual Distrital de Setúbal fizeram num ano de mandato. Digamos que grande parte da CPDSetúbal é "malta com espírito jovem" e não são nenhuns notáveis, nem têm altos cargos governamentais. Se calhar, o facto de não terem altos cargos governamentais é garantia de que fazem trabalho e dão-se ao trabalho de prestar contas. E Lisboa, o que é que têm feito nos últimos tempos?

Tenho a impressão que a Distrital de Lisboa se têm remetido ao papel de ajudar o PSD a ganhar votos mas não têm olhado para o distrito como uma entidade autónoma e que têm uma realidade própria e distinta do que se passa na Assembleia da República e na Capital. Fazendo as contas, muita coisa ficou por fazer do programa proposto por Paula Teixeira da Cruz. Houve o problema da Câmara de Lisboa, e a Distrital foi abaixo. Que eu saiba, há 9 outros concelhos no Distrito de Lisboa. E na minha opinião, foram completamente secundarizados ao longo do actual mandato. Até me parece que nem existem num plano político.

Eu não exijo aos candidatos que ganhem eleições, quer sejam autárquicas, legislativas ou europeias. O que pretendo é que pelo menos tornem o PSD no Distrito de Lisboa, activo, e não um mero centro de transferência de competências entre presidentes de comissões políticas de secção e uma lista de deputados ao círculo de Lisboa. O PSD, em Lisboa, de certeza que fica mais bem servido. E porque não, comecem a prestar contas aos militantes do distrito de Lisboa do que fizeram ao longo do mandato. É o mínimo que devem fazer e uma prova de consideração e respeito pelo voto dos eleitores.

IC 10 X-1

O maior buraco negro, constelação de Cassiopeia, a 1.8 milhões de anos-luz da Terra.

Resolução

Um amigo de longa data da minha família veio a Portugal. Jack, nome fictício, é inglês. Para comemorar a sua passagem, os seus amigos fizeram uma festa onde todos os seus conhecidos, mais próximos, estiveram presentes. É uma festa de despedida.

Jack está bastante magro. Mal consegue caminhar. Há algum tempo contraiu Mesotelioma, uma forma de cancro do pulmão, devido a exposição ao Amianto. Trabalhou durante décadas num edifício onde se usava Amianto como revestimento de tecto. A segurança social do Reino Unido paga-lhe todas as despesas médicas.

Há algum tempo que a sua filha meteu licença com vencimento pago pela seguradora da empresa onde trabalha, em Bruxelas, para apoiar Jack, nos últimos meses de vida que lhe restam. Jack quer morrer em casa junto dos seus e não num hospital.

Todas as noites, Jack sofre. Têm que dormir numa cama especial. Conta os tormentos e a dificuldade que passa todos os dias. Carlos, nome fictício, é médico. E um amigo. Compreende-o. Sabe que Jack vai passar muito mal nos seus últimos dias. A morte vêm por asfixia ou sufocamento, quando os pulmões deixam de trabalhar. É uma das mortes mais dolorosas que uma pessoa pode ter.

Jack veio despedir-se dos seus amigos. A sua intenção é muito clara. Irá pôr fim ao seu sofrimento, num país onde a eutanásia é legal. A morte faz parte da sua vida e da vida dos seus. Não têm complexos em partilhá-la com os que lhe são mais próximos.

Uma colega de trabalho disse-me que na vida, resolve-se tudo, excepto a morte. Mas Jack conseguiu resolver a última etapa da sua vida. Adeus, Jack.

2007-11-03

Isto começa a ser engraçado...

Então a Helena telefona-me a dizer que está a contar comigo...

Epá, quando eu disse medidas extremas, não estava a pensar nisto!

Ela está a esforçar-se. Reconheço isso...

Enfim...

2007-11-02

Distrital Lisboa IV

Alguns dos apoios da candidatura de Carlos Carreiras:


... e também Pedro Lynce, Ângelo Correia, António Capucho, Carlos Pimenta, Conceição Monteiro, José Ministro dos Santos, Pedro Passos Coelho, Adolfo Reis, Ana Sofia Bettencourt, António Prôa, António Matos, Alda Lima, Álvaro Carneiro, Bruno Ventura, Carlos Silva, Fernando Ferreira, Filipe Abreu, Filipe Santos, João Lacerda Tavares, Luís Newton, Luís Patrício, Pedro Afonso Paulo, Pedro Campilho, Rodrigo Saraiva, Rui Caeiro, Rui Rocha, Sérgio Azevedo, Sérgio Lipari.

A candidatura de Helena Lopes da Costa ainda não publicou os seus apoios. Vai ter que apostar em medidas extremas para contrariar a "etacombe" (hecatombe!!!) que se avizinha.


Hecatombe (Espãna):

1. f. Catástrofe o desastre con numerosas víctimas y grandes pérdidas: hecatombe nuclear.
2. Gran mortandad: el desastre de Annual fue una hecatombe.
3. Sacrificio de animales que hacían los antiguos a sus dioses: en la hecatombe se sacrificaban cien víctimas.

Mais de um milhão de pessoas afectadas pelo mau tempo

As cheias no sul do México afectaram mais de um milhão de pessoas. Na última semana, a chuva não parou de cair e encheu os rios que galgaram as margens. A situação já é comparada à vivida nos Estados Unidos com o furacão "Katrina".
Na capital de Tabasco, Villahermosa, vive-se o caos. As populações estão sem comida, água potável ou gás e os hospitais estão sem capacidade de resposta. Pelo menos 80% do estado está coberto de água.
Para prevenir o risco de epidemias, cerca de 400 médicos e socorristas foram enviados para a região. Até ao momento as cheias causaram pelo menos um morto.
"Villahermosa encontra-se numa situação semelhante à que se viveu em Nova Orleães com o 'Katrina'” disse o Governador de Tabasco, Andrés Granjer.
O presidente já admitiu que esta é a pior catástrofe natural da história do país e apelou à solidariedade de todos os mexicanos.

in Sic Online


O.K., o México não é um país tão poderoso como os E.U.A., o impacto mediático é reduzido, mas a dimensão humana da catástrofe é igual ou superior. Do ponto de vista económico, a exploração de petróleo na bacia do México foi afectada, e um dos resultados mais imediatos que vamos assistir é a escalada do preço de petróleo que vai ultrapassar o máximo histórico de 1980, a preços corrigidos pela inflação. O cliente que se prepare para preços a rondar os 1.5 € por litro de gasolina, até ao Natal.