2008-09-11
Mudança
Nos últimos anos tenho investigado a fundo o fenómeno político que é o PSD.
Do que descobri, fiquei com a ideia assente de este partido ser uma organização política não assente numa ideologia social-democrata, mas numa linha política pragmática, conflituosa, com clima interno de guerrilha permanente, com vista a conquistar o poder, mas que não sabe muito bem o que fará com ele, é chegar lá e depois logo se vê.
É verdade que o partido está amplamente segmentado, e essa é uma das muitas razões que me levam a sair do Partido Social Democrata.
O PSD pode ter um futuro promissor desde que passe a respeitar o conceito do que deve ser um partido político, um espaço institucional que não vive do Estado nem serve para alimentar meia-dúzia de esfomeados de carreira política.
O serviço público não deve ser utilizado para que se sirvam dele.
A nível autárquico, constato que se procedeu a inúmeras purgas partidárias internas que acabam por redondar em fracasso, porque é assim que a máquina do partido está construída. Os mais fortes não são necessáriamente os mais justos, e esse é um mundo com o qual eu não me identifico.
A nível regional, não posso com a atitude impassível de uma direcção nacional que não condena publicamente e não avança com um processo de expulsão do partido a uma pessoa que se porta como o Rei da Madeira, que publicamente ameaça criar um novo partido. As razões que explicam a inércia do PSD nacional é que Alberto João Jardim é um Histórico do PSD, e é o líder político dessa região. Interpreto isso como sinal de uma atroz cobardia e uma "cuspidela" nos valores e doutrina do PSD, só porque querem manter uma lança do partido na Madeira.
A nível nacional, nem por sombras me identifico com esta Direcção, nem com a sua líder. Parece-me que quando vejo a Manuela Ferreira Leite a discursar, estou a assistir a mais um episódio da "TV Rural" - que para quem não sabe, acabou no século passado.
Aderir a um partido para mim não foi uma acção com vista a agarrar um "tacho", obter um lugar numa empresa pública, andar de BMW ou ter viagens ao estrangeiro pagas pelo erário público. Fui sempre movido por uma intenção idealista - humanismo, progresso, reforma do Estado, liberalização da economia, equilíbrio e justiça, modernidade.
Ganhei nos últimos tempos uma enorme descrença na capacidade do PSD em se tornar o motor de Portugal para o Séc. XXI .
Não é por causa de outros partidos ou da esfera social-comunicacional desta Sociedade da Informação. É pela realidade político-partidária que constatei, in loco, dentro dos órgãos de concelhia e distrital do partido.
E venha de lá mais um congresso.
2008-09-08
Estado Contido
Está-me mesmo a apetecer entrar em estado de contenção. Quando me perguntarem o que é que o PSD têm de melhor em relação ao PS... silêncio. Estou contido. Quando me questionarem sobre as propostas do PSD... silêncio. Estou contido. Porque sou muito austero, responsável e rigoroso.
Já deu para perceber, não é? Temos um "animal político" na liderança que não está para entrar em corridas. Vai a passo de trote. E muito contida.
2008-07-12
30 anos depois
Recentemente houve uma manifestação de pessoas que estavam descontentes com o projecto. São os "resistentes". Tomando agora conhecimento "integral" do que se pretende fazer, e graças às novas tecnologias de informação, com previsões rigorosas e simulações por vídeo do ambiente, uma obra que beneficiará muitos terá primazia sobre a contestação de poucos.
2008-07-05
Suspeita de sítio maligno!
Quando abri o "site" do PSD, em http:/www.psd.pt, aparecia a seguinte informação no meu "Browser":
Mesmo quem aceda ao dito "site", não se livra do "banner"vermelho, a avisar de, supostamente, más intenções de quem têm o domínio deste "site":
Quem o terá feito? Denunciado este "site malévolo" à "Google", ligada ao sistema de browsing do Firefox?
Não posso deixar de pensar que isto esteja relacionado com as anteriores declarações homofóbicas e ortodoxas de Manuela Ferreira Leite. Mas adiante. Pesquisando o Google do porquê do motivo de eles terem colocado este site na lista de suspeitos, descubro a razão.
Foi detectado pelo Google um "script" inserido no site do PSD que é considerado malévolo. Terá alguém conseguido "hackar" o "site" do PSD?
Mais tarde, os administradores acabaram por se dar conta de que havia um "script" instalado por eles ou por uma terceira parte que era considerado "intrusivo" e lesivo para os visitantes do "site". Esse "script" acabou por ser retirado, mas a suspeita manteve-se nos sites da "Google".
A resposta completa da empresa é a seguinte:
Safe Browsing
Diagnostic page for www.psd.pt/
What is the current listing status for www.psd.pt/?
Site is listed as suspicious - visiting this web site may harm your computer.
Part of this site was listed for suspicious activity 1 time(s) over the past 90 days.
What happened when Google visited this site?
Of the 44 pages we tested on the site over the past 90 days, 6 page(s) resulted in malicious software being downloaded and installed without user consent. The last time Google visited this site was on 07/04/2008, and the last time suspicious content was found on this site was on 07/04/2008.
Malicious software includes 1 scripting exploit(s). Successful infection resulted in an average of 3 new processes on the target machine.
Malicious software is hosted on 7 domain(s), including portwbr.com, tid62.com, lokriet.com.
2 domain(s) appear to be functioning as intermediaries for distributing malware to visitors of this site, including portwbr.com, tid62.com.
Has this site acted as an intermediary resulting in further distribution of malware?
Over the past 90 days, www.psd.pt/ did not appear to function as an intermediary for the infection of any sites.
Has this site hosted malware?
No, this site has not hosted malicious software over the past 90 days.
How did this happen?
In some cases, third parties can add malicious code to legitimate sites, which would cause us to show the warning message.
Next steps:
* Return to the previous page.
* If you are the owner of this web site, you can request a review of your site using Google Webmaster Tools. More information about the review process is available in Google's Webmaster Help Center.
2008-06-22
O circo (perdão, o congresso)!
De todos os discursos, o que mais gostei foi o do Ângelo Correia, em jeito de despedida de Presidente da Mesa de Assembleia do partido. Será que teremos mais militantes com a fibra combativa dele? Espero bem que sim.
Pedro Passos Coelho manteve a sua posição de 2º candidato à liderança. Como todas as situações, em véspera de ano de eleições, é natural que se façam alianças no momento, para preparar as próximas listas de deputados e assegurar "simpaticamente" os lugares do poder local.
Quanto ao "outro" Pedro, entrou, portou-se como se estivesse cercado pelo inimigo dentro da mesma sala e saiu, como se tivesse ganho alguma coisa. Admito, claramente, que com ele o PSD ganhou derrotas, ganhou desrespeito pela sociedade portuguesa, ganhou polémicas, ganhou câmaras falidas, ganhou atitudes comiseráveis com os adversários políticos, ganhou um populismo que até me faz comichão. Não o suporto, é um tremendo vaidoso. Sinto um ultraje por ele se portar como uma vítima, agora, acusando os outros de coisas que fez às escondidas aos seus adversários. Não sabe assumir responsabilidades, para isso, estão lá os outros. Isso é sempre um sinal de má liderança.
Mete-me um terrível "nojo" ouvir desta pessoa a palavra "ética". Ética para ele, só serve para ser referida quando tudo já se perdeu. Que ética teve ele quando depois de sair do governo, têm o desplante de dizer publicamente que irá aproveitar os seus conhecimentos ganhos no governo para arranjar trabalho como consultor? Que ética podemos esperar de uma pessoa que afirma estar disponível para aceitar cargos, ao qual a Manuela lhe diz claramente "não, obrigado!" e que depois toma a posição de que se encontra indisponível para aceitar qualquer cargo? Até parece uma birra!
"Ética?". "The show must go on!"
2008-06-18
2008-06-11
2008-06-08
2008-06-06
Mindless Menace of Violence
Remarks of Senator Robert F. Kennedy to the Cleveland City Club, Cleveland, Ohio, April 5, 1968
This is a time of shame and sorrow. It is not a day for politics. I have saved this one opportunity to speak briefly to you about this mindless menace of violence in America which again stains our land and every one of our lives.
It is not the concern of any one race. The victims of the violence are black and white, rich and poor, young and old, famous and unknown. They are, most important of all, human beings whom other human beings loved and needed. No one – no matter where he lives or what he does – can be certain who will suffer from some senseless act of bloodshed. And yet it goes on and on.
Why? What has violence ever accomplished? What has it ever created? No martyr’s cause has ever been stilled by his assassin’s bullet.
No wrongs have ever been righted by riots and civil disorders. A sniper is only a coward, not a hero; and an uncontrolled, uncontrollable mob is only the voice of madness, not the voice of the people.
Whenever any American’s life is taken by another American unnecessarily – whether it is done in the name of the law or in the defiance of law, by one man or a gang, in cold blood or in passion, in an attack of violence or in response to violence – whenever we tear at the fabric of life which another man has painfully and clumsily woven for himself and his children, the whole nation is degraded.
"Among free men,” said Abraham Lincoln, “there can be no successful appeal from the ballot to the bullet; and those who take such appeal are sure to lose their cause and pay the costs.”
Yet we seemingly tolerate a rising level of violence that ignores our common humanity and our claims to civilization alike. We calmly accept newspaper reports of civilian slaughter in far off lands. We glorify killing on movie and television screens and call it entertainment. We make it easy for men of all shades of sanity to acquire weapons and ammunition they desire.
Too often we honor swagger and bluster and the wielders of force; too often we excuse those who are willing to build their own lives on the shattered dreams of others. Some Americans who preach nonviolence abroad fail to practice it here at home. Some who accuse others of inciting riots have by their own conduct invited them.
Some looks for scapegoats, others look for conspiracies, but this much is clear; violence breeds violence, repression brings retaliation, and only a cleaning of our whole society can remove this sickness from our soul.
For there is another kind of violence, slower but just as deadly, destructive as the shot or the bomb in the night. This is the violence of institutions; indifference and inaction and slow decay. This is the violence that afflicts the poor, that poisons relations between men because their skin has different colors. This is a slow destruction of a child by hunger, and schools without books and homes without heat in the winter.
This is the breaking of a man’s spirit by denying him the chance to stand as a father and as a man among other men. And this too afflicts us all. I have not come here to propose a set of specific remedies nor is there a single set. For a broad and adequate outline we known what must be done. “When you teach a man to hate and fear his brother, when you teach that he is a lesser man because of his color or his beliefs or the policies he pursues, when you teach that those who differ from you threaten your freedom or your job or your family, then you also learn to confront others not as fellow citizens but as enemies – to be met not with cooperation but with conquest, to be subjugated and mastered.
We learn, at the last, to look at our bothers as aliens, men with whom we share a city, but not a community, men bound to us in common dwelling, but not in common effort. We learn to share only a common fear – only a common desire to retreat from each other – only a common impulse to meet disagreement with force. For all this there are no final answers.
Yet we know what we must do. It is to achieve true justice among our fellow citizens. The question is now what programs we should seek to enact. The question is whether we can find in our own midst and in our own hearts that leadership of human purpose that will recognize the terrible truths of our existence.
We must admit the vanity of our false distinctions among men and learn to find our own advancement in the search for the advancement of all. We must admit in ourselves that our own children’s future cannot be built on the misfortunes of others. We must recognize that this short life can neither be ennobled or enriched by hatred or revenge.
Our lives on this planet are too short and the work to be done too great to let this spirit flourish any longer in our land. Of course we cannot vanish it with a program, nor with a resolution.
But we can perhaps remember – even if only for a time – that those who live with us are our brothers, that they share with us the same short movement of life, that they seek – as we do – nothing but the chance to live out their lives in purpose and happiness, winning what satisfaction and fulfillment they can.
Surely this bond of common faith, this bond of common goal, can begin to teach us something. Surely we can learn, at least, to look at those around us as fellow men and surely we can begin to work a little harder to bind up the wounds among us and to become in our hearts brothers and countrymen once again.
Robert F. Kennedy, running for Presidential Office of U.S.A., was shot in 5th June and died in 6th June 1968.
2008-05-18
Ex-líder parlamentar Duarte Lima apoia Pedro Passos Coelho
O social-democrata argumenta que o ex-líder da JSD é o melhor candidato "pelas suas propostas programáticas já conhecidas, experiência política, moderação e equilíbrio e também por ser uma alternativa completamente nova, sem qualquer responsabilidade na governação do PSD nos últimos anos". Pedro Passos Coelho, concluiu, é quem "melhor pode trazer ao PSD uma lufada de ar fresco, um discurso novo, reconquista do centro político perdido e ser um candidato vencedor em 2009".
O antigo presidente do grupo parlamentar do PSD, quando Cavaco Silva era líder e primeiro-ministro, explica que a sua opção por Passos Coelho em vez de Ferreira Leite ou Santana Lopes, que apoiou em congressos anteriores. "Essa opção não envolve nenhum juízo de menor consideração pessoal ou política pelos outros dois principais candidatos, o dr. Santana Lopes e dra. Manuela Ferreira Leite. Ambos são dois dos políticos com o maior relevo na vida do PSD", disse.
Além disso, "embora todos os militantes do PSD tenham obrigação de ser solidários com o passado do partido naquilo que teve de positivo e negativo", esta eleição "não é o momento para ajustar contas com o passado".
As eleições directas para a liderança do PSD realizam-se a 31 de Maio e há cinco candidatos: Pedro Passos Coelho, Manuela Ferreira Leite, Pedro Santana Lopes, Mário Patinha Antão e António Neto da Silva.
in Lusa.
Eu apoio o Pedro Passos Coelho. Pelas razões apontadas por Duarte Lima, pelo Futuro do PSD e mais outras.
Não suporto o populismo de Santana, que quer vender aos militantes e portugueses, "gato por lebre" e que vê o exercício de um cargo político de primeiro-ministro como uma oportunidade para mais tarde desempenhar cargos de consultoria em empresas privadas - e foi o próprio que o disse numa entrevista televisiva. Representa o presente demasiado presente do PSD.
Não aguento o ar pesado, bafiento e "cheiro a naftalina" da Manuela Ferreira Leite. Congrega em si o passado do PSD. Está fora de moda. Concordância com uma Ministra da Educação que aumentou de sobremaneira as propinas nas universidades públicas? Com uma Ministra das Finanças que aumentou os impostos aos portugueses? O que é que acham que vai ser o resultado eleitoral com uma personagem destas à frente do PSD? Igual ou pior que o das últimas legislativas!
2008-05-11
Artistic 2
2008-05-04
Nos Açores
Bancos não dão crédito ao PSD e situação é "muito delicada".
Partido sem dinheiro para pagar multa do processo Somague
A coima aplicada ao PSD no âmbito de um financiamento ilegal [VERGONHA] realizado pela empresa Somague poderá ser paga até 2010, em quatro prestações, sem juros. O presidente do Tribunal Constitucional (TC) foi sensível aos argumentos de que o partido se encontra mal financeiramente [OOOOOooohh] e sem hipótese de conseguir crédito junto da banca [como não meteram o Cadilhe no BCP, o que é que estavam à espera?]. Os restantes condenados no processo tiveram dez dias para liquidar a coima e já o fizeram.
O procedimento do juiz Rui Moura Ramos está previsto no regime das contra-ordenações e foi usado noutras situações semelhantes, relativas a multas aplicadas a partidos.
O presidente do TC recebeu uma carta do secretário-geral do PSD, datada de 3 de Abril, onde José Ribau Esteves alegava que caso o partido liquidasse o montante em causa (268.415 euros), neste momento, a sua sobrevivência [HAHAHAHA]e a da própria democracia [é para rir, não é?] estariam em risco.
No documento, que se encontra junto ao processo arquivado no TC, o número dois de Luís Filipe Menezes começava por "expressar conformação com as sanções aplicadas", adiantando que as pretende cumprir.
Mas depois acrescentava: "Contudo, dada a muito delicada situação financeira que o PSD atravessa de momento e a indisponibilidade de crédito, revela-se-lhe da maior dificuldade - sob pena de afectar seriamente ao desempenho de funções democráticas que constitucional e legalmente lhe estão cometidas [almoçaradas, jantaradas, comissões de agências de comunicação, borlas, gasóleo, portagens] - assegurar o cumprimento imediato das sanções."
Ribau Esteves solicitou, assim, autorização para o pagamento em quatro prestações de 67.103 euros [mas alguém acredita que o PSD vai conseguir pagar isto em quatro prestações?], a primeira das quais a ser liquidada a 31 de Agosto deste ano. E pediu que fosse "sustido qualquer provimento executivo" até à decisão relativa ao requerimento.
Não foi acrescentado ao processo qualquer documento que pudesse atestar das dificuldades financeiras do PSD [as contas nunca foram públicas e não eram agora que o seriam, ter que justificar movimentações de 1.800 milhões de euros é bastante chato]. A actual e a anterior liderança do PSD têm vindo a avançar diferentes valores relativamente às dívidas do partido (ver texto nesta página). Miguel Macedo, ex-secretário-geral, garante que deixou um passivo bancário menor do que o que encontrou, que se situará nos dois milhões de euros. A direcção de Luís Filipe Menezes avançou, após ser eleita, que existia um passivo de 13,5 milhões de euros, a que se deveriam somar 15 milhões de dívidas a terceiros [ventos de Gaia...].
1.ª prestação em Agosto
O presidente do TC respondeu no dia 10 de Abril à carta de Ribau Esteves, aceitando exactamente os termos e as datas de pagamento sugeridas pelos sociais-democratas, e indicando as referidas guias dos pagamentos: 31 de Agosto de 2008, 30 de Janeiro de 2009, 31 de Julho de 2009 e a última a 31 de Dezembro de 2009.
Nesse mesmo dia, Rui Moura Ramos notificava a Somague, bem como os outros condenados no processo, de que teriam dez dias para cumprir as penalizações. José Vieira de Castro, o ex-secretário-geral do PSD, condenado a pagar dez mil euros, foi o primeiro a fazê-lo. E, no dia 24 de Abril, quer a Somague (600 mil euros), quer o seu administrador na altura, Diogo Vaz Guedes (dez mil euros), também o fizeram.
O regime de contra-ordenações estabelece que uma autoridade pode autorizar o pagamento em prestações de multas, não podendo a última delas ir além dos dois anos após o trânsito em julgado da decisão e implicando a falta de pagamento de uma prestação o vencimento de todas as outras.
O PSD foi condenado a pagar, em Fevereiro deste ano [e dois meses depois o Ribau responde ao TC], 35 mil euros de multa (um quarto do valor máximo previsto por lei, para uma infracção de financiamento ilegal de partido), a que acresceu o valor do donativo indirecto, pago pela Somague, no âmbito das autárquicas de 2001 (233.415 euros).
Este montante foi facturado à Somague pela empresa de publicidade Novodesign, e é uma verba 20 vezes superior ao limite máximo imposto pela lei, cerca de dez mil euros, para donativos a partidos políticos.
O caso surgiu depois de a Direcção-Geral dos Impostos ter enviado à Entidade das Contas e Financiamentos Políticos (integrada no Tribunal Constitucional) o resultado de uma inspecção à Novodesign feita em 2006. Durante essa diligência, foi apreendida uma factura emitida à Somague, mas relativa a material de propaganda do PSD.
Quer o então secretário-geral do partido, José Luís Arnaut, quer a empresa que produziu o material de propaganda e os seus administradores, foram pronunciados pelo Ministério Público, mas acabaram por ser ilibados pelo TC [muito conveniente].
Se a maior parte da população portuguesa não dá crédito ao PSD, então eram os bancos que iriam dar crédito por eles? E ainda falam que a banca não está com o povo...
2008-04-30
Passos Coelho propõe mais liberdade na vida pública, económica e privada
A pessoa é o primeiro dos dez valores da candidatura de Passos Coelho, que rejeita "os 'ismos' que, em nome de ideologias, sacrificam as pessoas e promovem a existência de uma burocracia sem rosto". "Defendo o indivíduo na plena posse dos seus direitos e deveres, marca essencial da matriz social-democrata", declara no documento, que exalta o mérito e a iniciativa individual.
O segundo valor afirmado pela sua candidatura é a liberdade: "mais liberdade no espaço público, mais liberdade na actividade económica, mais liberdade na vida privada, mais liberdade no exercício pleno da cidadania".
Passos Coelho sublinha que quer "uma liberdade responsável, onde cada um possa viver com a consequência das suas decisões".
Como terceiro valor, o ex-presidente da JSD elegeu a verdade. "Falaremos verdade", promete na sua carta de valores, considerando que "em democracia uma escolha falseada é uma escolha ferida de morte". "Recuso a política das meias palavras determinadas pela mera vontade de somar votos ou pelas conveniências da conjuntura. A verdade é para mim um imperativo ético e um compromisso de honra", reforça.
A confiança, a esperança e a mudança são outros dos dez valores da candidatura, que ambiciona promover "uma mudança profunda no PSD" e "uma nova evolução para Portugal".
"Há momentos em que é preciso assumir a coragem de mudar", defende Passos Coelho, que assume "a exigência de reconstruir a base programática da social-democracia, de restituir ao PSD um rumo claro e ajustado à sociedade dos nossos dias, reflectindo os anseios e as ambições das novas gerações".
O candidato defende ainda os valores da união, mas "na diversidade", da autoridade, embora recusando "sem hesitar todo e qualquer autoritarismo", e um país com "justas oportunidades para todos".
Quando afirma o mérito e a iniciativa individual como valores, Passos Coelho aponta o exemplo da sua candidatura: "Esta candidatura é a expressão de uma iniciativa individual, sem temer dificuldades e sem quaisquer garantias prévias de adesão. Por isso dou valor ao empreendedorismo".
2008-04-28
Manuela volta a encher sede do PSD
Manuela Ferreira Leite garantiu que a sua campanha não será uma campanha de espectáculo, que diz não saber fazer, mas foi num clima quase de comício que a sua candidatura foi anunciada na sede nacional do partido. Depois de um primeiro discurso numa sala a abarrotar de militantes, Ferreira Leite fez um "bis", de microfone na mão, no alto das escadarias do edifício para o pátio de entrada da sede onde largas dezenas de militantes sociais-democratas, que não chegaram a entrar, esperaram para ouvir.
"Isto foi uma encenação enorme", comentava um jovem do partido reconhecendo, no entanto, que a capacidade de mobilização voltou a tocar no PSD. Depois de um longo jejum de encontros vitoriosos, que, nos últimos tempos, deixou a sede do partido às moscas, o anúncio da candidatura da ex-ministra das Finanças conseguiu, com mais ou menos produção, ensaiar o regresso aos grandes momentos.
Pôr fim "à desistência e conformismo" e recuperar "o crédito do PSD junto da opinião pública", foram, aliás, as duas principais razões invocadas pela candidata para se disponibilizar para este combate.
"Estou aqui a pedir o vosso apoio, não por uma ambição de poder ou de vaidade pessoal, mas por um sentido de responsabilidade face ao meu país e ao meu partido", afirmou Ferreira Leite, garantindo que "esta foi, talvez, a decisão política mais difícil" que tomou até hoje.
Num discurso exclusivamente virado para os militantes de base que a candidata sabe não ser fácil congregar numa corrida disputada a cinco, Ferreira Leite mostrou-se "muito incomodada com a falta de respeito com que começam a tratar-nos" e mostrou-se disposta a pôr termo "às manifestações de autoritarismo e intimidação que o PS vem crescentemente revelando". Alertando que tal só é possível porque o PSD não tem tido força nem credibilidade a ex-ministra anunciou que "a palavra essencial" que diz ser para deixar ao partido é de "estímulo e confiança quanto ao futuro". "Quero um partido forte, capaz de oferecer aos portugueses políticas diferentes, credíveis e sólidas, em relação as que o governo socialista mostra ser incapaz de conceber e executar" acrescentou avisando os militantes sociais-democratas de que "o resultados destas eleições é decisivo para o nosso futuro".
Numa nota de dramatização do que está em causa, mais virada para os homens que defendem o partido no terreno, Ferreira Leite lembrou que "um maior descrédito nas eleições legislativas poderá ter um efeito contágio nas eleições autárquicas". Dirigindo-se sobretudo aos militantes de base que são quem vai escolher, directamente, o próximo líder do PSD, a candidata tentou jogar no afecto: " Sei que os militantes me conhecem, quer através da minha vida pública, quer através dos contactos que sempre convosco mantive".
Além das dezenas de militantes anónimos que responderam à chamada - alguns confessando ter recebido dois e três telefonemas para estarem presentes -, compareceram na sede social-democrata muitos dos rostos que se mantiveram afastados durante a liderança de Luís Filipe Menezes. Leonor Beleza, Alexandre Relvas, Rui Rio, José Luís Arnaut, António Borges, António Capucho, José Pedro Aguiar Branco, Nuno Morais Sarmento e Pacheco Pereira são apenas algumas das referências do PSD que quiseram associar-se ao momento. Paulo Mota Pinto, filho do ex-líder do partido, Carlos Mota Pinto, e Santos Silva, cunhado de Cavaco Silva, também marcaram presença.
2008-04-21
Crónicas do PSD
Clarificação precisa-se
Não. Resulta de uma amálgama de correntes representativas de grupos com visões diferentes entre eles das políticas a defender na governação de Portugal. O facto de se chamar Partido Social-Democrata é enganador. A sua prática política é mais orientada à liberalização progressiva, diminuição das despesas do Estado com a "emancipação" de responsabilidades sociais, pondo em risco o ideal social-democrata, o "Estado Social".
Vivendo uma grande mentira
Não acredito que o actual PSD consiga alterar a sua linha programática, virando à esquerda. O caminho cada vez mais nítido, por mais que as novas direcções do partido o tentem esconder, é o ataque ao Estado Social, conversão de parcerias público-privadas em entidades autónomas com capital privado e progressiva redução de impostos para os Portugueses. É liminarmente impossível tentar garantir maior protecção social, ou um serviço à altura dos países verdadeiramente "social-democratas", com uma baixa de impostos, redução de capacidade de serviços públicos e sua deslocação para o sector privado. Portugal ocupa a meia-tabela em termos de peso dos impostos no orçamento familiar, entre o México e a Finlândia. Não se fazem omeletes sem ovos.
Que elites ditam o futuro do PSD?
Existe um cancro dentro do PSD e que vai acabar por ser o responsável pela sua transformação num partido liberal. Esta têm sido a corrente defendida pela ala intelectual barrosista, com vista a permitir o enriquecimento rápido da sociedade portuguesa. Isso resultaria numa sociedade anglo-saxónica (UK, USA, Austrália), mas por cá, não acredito. Isto porque o nosso mercado não têm dimensão suficiente e a existência de grandes empresas acabam por impôr um modelo corporativo que atrasa o desenvolvimento social generalizado.
Onde entram as bases do PSD?
Não entram na definição do rumo a seguir pelo PSD. Mas entram, pagando quotas e quando este ganha eleições, na sua nomeação para o desempenho de cargos públicos na junta, na autarquia, no Estado, em serviços administrativos ou executivos de empresas públicas. É a fonte mais provável de recursos humanos. Não há ninguém no PSD que esteja lá por convicção ideológica, e se houver, são poucos. Exemplo disso é a postura "carreirista" de muitos que se auto-silenciam de maneira a que não sejam vistos como "demasiado radicais", "instáveis", "politicamente incorrectos". Há muita cobardia à solta dentro do PSD. Se houvessem mais "Rui Rio"´s, o PSD seria um partido exemplar, credível, em que ostentar o cartão de militante do PSD seria motivo de orgulho e não de chacota. Porque são exactamente as bases, nas Secções, e que elegem as Distritais, que fecham os olhos aos casos de corrupção, abuso de poder, crimes económicos, sem a mínima preocupação em "limpar o bom-nome do Partido".
O PSD é um partido?
Quando Pacheco afirma que a ideologia, a esquerda e a direita, são "coisas do passado", reflecte a rendição ao pragmatismo e ausência de políticas bem definidas pelo próprio partido. Se definirmos um partido como um grupo de pessoas que se associaram com vista a implementar um projecto político para Portugal com teor nacional, o PSD falha - por pouco - esta definição. O que se pode enquadrar o PSD é num partido-programa, qual agenda que o eleitor folheia e se entretém, imaginando a estabilidade e o futuro risonho que o partido-empresa lhe promete. É mais acertado chamar-lhe o partido das empresas (da Somague, da Etermar, da Lusoponte), dos empresários, dos empreendedores (o que até é positivo), do que propriamente um partido social-democrata.
2008-04-17
Dança, MENEZES!
Os olhos embargados
Cheios de medos teus
Pediste que te levasse a mágoa
E que te tocasse a alma olhando para os meus
Apertei-te contra ao peito, num abraço perfeito.
A rua como companhia
Às vezes escura e fria
Dura realidade
Ninguém olha p'ra ti
Com olhos de gente
Até mesmo indiferente
A quem és de verdade
Esquece o teu mundo lá fora
É hora de ir dançar!
Esta noite dança só p'ra mim
Que esta dança nunca tenha fim
São asas que me dás
Levam alto p'ra longe
Esquece o teu mundo lá fora
É hora de ir dançar!
Esta noite dança só p'ra mim
Que esta dança nunca tenha fim
São asas que me dás
Levam alto
E esta noite dança só p'ra mim
Que esta dança nunca tenha fim
São asas que me dás
Levam alto p'ra longe
Até de mim
Até de mim!
2008-03-31
Cantigas de Amor - Rádio Macau
Que te pintasse o mundo de outra cor
Que te pusesse aos pés um mundo bom
Que te jurasse amor, o eterno amor
Querias que roubasse ao sete estrelo
A luz que te iluminasse o olhar
Embalar-te nas ondas com desvelo
Levar-te até à lua para dançar
Que a lua está longe e mesmo assim
Dançar podemos sempre, se quiseres
Ou então, se preferires, fica aí
Que ninguém há-de saber o que disseres
Talvez até pudesse dar-te mais
Que tudo o que tu possas desejar
Não te debruces tanto que ainda cais
Não sei se me estás a acompanhar
Que a lua está longe e mesmo assim
Dançar podemos sempre, se quiseres
Ou então, se preferires, fica aí
Que ninguém há-de saber o que disseres
Podia, se quisesses, explicar-te
Sem pressa, tranquila, devagar
E pondo, claro está, modéstia à parte
Uma ou duas coisas, se calhar
Que a lua está longe e mesmo assim
Dançar podemos sempre, se quiseres
Ou então, se preferires, fica aí
Que ninguém há-de saber o que disseres
2008-03-22
VITÓRIA
MEP no Porto
Sessão pública de apresentação - Hotel Tuela
Rua Arquitecto Marques da Silva, 200 – Porto
(perto do Shopping Cidade do Porto, em frente ao café Convívio)
Eu vou fazer os possíveis por lá estar. Quero conhecer este novo partido do centro. E se gostar, mudo mesmo de partido. Com o que se passa no PSD, com uma direcção que acha natural receber donativos anónimos sem limite financeiro, com uma distrital de Lisboa que considera apoiar Isaltino Morais à Câmara Municipal de Oeiras, acusado de corrupção e abuso de poder... assim não vale mesmo a pena!
Referências:
www.mep.pt - site do MEP
2008-03-20
O próximo
Proença reconhece maior competência para governar a José Sócrates que a Luís Filipe Menezes. Alías, não está sozinho, parte do eleitorado social-democrata, de centro e que luta pela justiça e protecção social (os "verdadeiros" sociais-democratas), votarão no PS nas próximas legislativas sem problemas de consciência. O PS tornou-se o partido do centro, com políticas reformistas do Estado. Estes últimos 3 anos foram férteis em grandes mudanças. Estas a meu ver são necessárias. Pode-se questionar o processo e outras questões laterais, mas os objectivos não.
No meio disto, tudo, o PSD passa a pior altura da sua história, com o escândalo do Casino Lisboa a estender-se ao governo de Durão Barroso e Santana Lopes.
2008-03-13
18º Meia Maratona Lisboa
As inscrições já estão esgotadas. Isto vai ser bonito!
Fotos e vídeo também disponíveis no site do Expresso.
2008-03-10
Rui Rio (...)
10-3-2008
Rui Rio: alterações aos regulamentos do PSD "abrem porta à lavagem de dinheiro"
Rui Rio, presidente da Câmara Municipal do Porto e antigo secretário-geral do PSD, classifica de "graves e perigosas" as alterações aos regulamentos internos do partido, aprovadas ontem em conselho nacional, considerando que abrem a “porta à lavagem de dinheiro"[e de facto, é assim que vai ser].
"Para quem dela necessitar, o pagamento das quotas em notas e sem controlo centralizado abre uma primeira porta à lavagem de dinheiro ao nível do financiamento partidário", afirmou o autarca, em declarações à Lusa.
Esta é a segunda vez que Rui Rio critica abertamente a liderança de Luís Filipe Menezes, depois de ter questionado as posições do PSD quanto à alteração da lei eleitoral autárquica.
O antigo secretário-geral do PSD, autor das reformas que levaram à criação dos regulamentos financeiro e de admissão de militantes, o pagamento das quotas em numerário “só pode ser ilegal em face da lei vigente”.
Contudo, adverte, “no estado de degradação em que o regime se encontra, não deverá ser muito difícil à direcção do PSD encontrar uma zona de convergência com alguns sectores do PS para mudarem a lei”. Se tal acontecer, acrescenta, isso contribuirá para “um regresso ao passado”.
Para Rio – que esteve à frente da estrutura social-democrata durante a liderança de Marcelo Rebelo de Sousa (1996-97) – o passo dado pela direcção social-democrata inverte a tendência “de rigor e transparência” das recentes revisões da lei do financiamento dos partidos.
O autarca explica que “para haver transparência no financiamento dos partidos é preciso que todas as verbas que entram tenham um registo que identifique perfeitamente a sua proveniência”. “Quando a entrega é em dinheiro pode-se sempre declarar a proveniência que muito bem se entender porque não é possível provar o quer que seja”, defende Rui Rio [e têm razão].>
Entre as várias alterações aprovadas ontem no conselho nacional, está uma disposição que repõe a possibilidade de os militantes pagarem as quotas em dinheiro e permitir que as quotas em atraso possam ser pagas até ao dia das eleições. A medida foi abertamente criticada numa carta assinada por dez antigos secretários-gerais, que exigiram um debate sobre a matéria e o adiamento da votação – recusado pelo conselho nacional.
L.A. responde:
A DEGRADAÇÃO NÃO COMEÇOU AGORA, JÁ EXISTIA À MUITO E NÃO É COM O BOTA ABAIXO QUE SE ELIMINA A DEGRADAÇÃO. ESTA É UM ESTADO MENTAL DE MUITA GENTE DENTRO DO PSD, QUE MESMO ASSIM NÃO LARGA OS TACHOS A QUE DEITARAM A MÃO E QUEREM CONTINUAR A USUFRUI-LOS. hIPOCRITAS. aLGUMA VEZ SE VIU UM SOCIAL DE MOCRATA COMO O ANTERIOR PRESIDENTE? ESSE ERA UM EQUILIBRISTA CONCEITUADO, VIVE DOS TACHOS E DOS CONHECIMENTOS E FAVORES QUE PEDIA. O POVO NÃO SE DEIXOU ENGANAR, AINDA BEM. HÁ QUE VASSOURAR A CASA, QUEM NÃO ESTIVER BEM QUE SE MUDE, AS PORTAS ESTÃO ABERTAS. aCHO MUITO BEM AS MEDIDAS DO ACTUAL PRESIDENTE DO psd. QUEM TEM MEDO? OS DITOS MORALISTAS DO PARTIDO, OS TACHISTAS? COITADOS. o PROBLEMA DE ALGUNS É QUE GOSTAM DE TER PODER, CONTROLA-LO INDIRECTAMENTE E NÃO DAR A CARA. PORQUE QUE O POVO NÃO OS RECONHECE? SÃO TÃO BONS, GRANDES SOCIAIS DEMOCRATAS, DEFENSORES DO BEM ESTAR DO POVO ATRAVES DOS GRANDES LOBIES, DAS GRANDES CONTAS BANCARIAS, GRANDES CARREIRAS INDIVIDUAIS, A PASSAREM FOME COMO O POVO QUE ENGANAM, COITADOS!.... DEIXAM-ME PENA. o SALAZAR ERA MELHOR E NÃO ROUBAVA O POVO.
TAKE 2
11-3-2008
Rui Rio não quer "alimentar uma guerra com a direcção do PSD"
Rui Rio afirmou hoje que não pretende "alimentar uma guerra com a direcção nacional do PSD", admitindo que nunca lhe "passou pela cabeça" um processo no Conselho de Jurisdição do partido, que quer ouvir o social-democrata no seguimento das declarações que fez sobre as alterações aos regulamentos do partido.
A Comissão Permanente do PSD chamou Rui Rio a prestar esclarecimentos ao Conselho de Jurisdição Nacional do partido "face às gravíssimas declarações" do presidente da Câmara do Porto, cujo teor considerou "absolutamente inaceitável e intolerável".
O autarca social-democrata defendeu, anteontem, que as alterações aos regulamentos do partido, aprovados sábado, são "graves e perigosas" por abrirem uma "porta à lavagem de dinheiro ao nível do financiamento partidário". "Confesso que um processo no Conselho de Jurisdição Nacional foi coisa que realmente ainda não me tinha passado pela cabeça", admitiu Rui Rio, citado pela Lusa.
O presidente da Câmara do Porto disse ter apenas emitido "opinião sobre um tema que a direcção do partido decidiu colocar na agenda do dia ao convocar um Conselho Nacional para o efeito". "O tema em causa tem mais relevância política do que aparenta. Trata-se do funcionamento interno dos partidos, que são um elemento decisivo para a qualidade da democracia. São eles que escolhem os deputados, os autarcas e os próprios candidatos a primeiro-ministro", considerou.
Rui Rio defendeu ainda que tinha o dever de fazer um alerta para alterações regulamentares que potenciam ainda mais a degradação e descredibilização da vida interna dos partidos, com inequívocos reflexos ao nível do rigor e da transparência". "Alterações que, inclusive, não são praticáveis em face da lei vigente no país", acrescentou.
Garantindo que não vai "alimentar uma guerra com a direcção nacional do PSD, por muito que ela o possa desejar", Rui Rio frisou: "As minhas declarações só tinham linhas, não tinham entrelinhas".
2008-03-05
TTT
Porque é que querem fazer uma nova ponte? Devido ao TGV. E porque é que o TGV têm que ir até Lisboa? Porque esta é a capital do país (pffff!). E como o TGV está indicado para unir as principais capitais da Europa, lá terá que ser. Também é um desígnio político. Fica bem à máfia apanhar um TGV e 4 horas mais tarde ir almoçar à Moncloa ou a Madrid, ou ir passear pelo Escorial.
Também é uma oportunidade de renovar o tecido urbano na zona este de Lisboa, amplamente degradado e em termos de especulação imobiliária, muito pouco explorado.
Depois de auscultar as propostas debatidas, aquela que mais senso tinha era do Francisco Ferreira (o tipo com óculos, da Quercus, um porreiraço, pá). Não fazer mais pontes, aumentar a utilização dos transportes públicos rodo-ferroviários, expandir o Metro Sul do Tejo, por exemplo.
Do outro lado da barricada, tinhamos os consultores de transportes. Fiquei com a impressão que estes últimos estavam a defender obras públicas para justamente terem mais uma oportunidade de ganhar bastante dinheiro, com projectos de consultoria e estudos.
Existem vantagens e desvantagens entre as duas opções em discussão, Chelas-Barrreiro e Bispo - Montijo. Esta última desagrada-me por entrar na área militar da base aérea do Montijo. Estou surpreendido com as afirmações da TIS, como que esta proposta não interfere com a BA6. Uma nova rodovia passa por terrenos da base militar junto às pistas e não "chateia" as operações aéreas? Devem estar a brincar.
Poderiam ter feito a ponte directamente entre Barreiro e o fim da circular de Montijo, um dos terminos da futura CRIPS, para evitar a base aérea. Mas fizeram-na mesmo entre o nó da ponte Vasco da Gama e a cidade de Barreiro. Se a BA6 tivesse que sair dali, eram mais terrenos para prédios de habitação, uma marina, etc, etc.
As objecções à ponte Chelas-Barreiro foram desonestas. Isto se compararmos com o que é preciso fazer com a proposta da TIS. É provocador defender que a Chelas-Barreiro é uma má opção porque a população do Barreiro está em decrescimento, quando se sabe que a construção da ponte Vasco da Gama melhorou as acessibilidades do Montijo e como tal, todo o eixo Montijo-PinhalNovo-Setúbal sofreu um aumento populacional. Aumenta-se as acessibilidades, aumenta-se a atractividade do local.
Tentar legitimar a opção deles, socorrendo-se de um menor impacto urbanístico, com a opção deles, é de uma desfaçatez... Então Montijo-Poço do Bispo também não têm impactos urbanísticos na zona de Lisboa? Além de requerer novas pontes a unir Barreiro/Montijo?
A proposta da TIS é um exercício intelectual desprovido de concretização real. Porque raio é que querem fazer mais e mais pontes? Porque dá mais dinheiro! Simples.
É de uma terrível miopia esquecerem por completo a opção de instalar o TGV no tabuleiro da Ponte Vasco da Gama. Mesmo que se necessite de expandir e reforçar o tabuleiro, além de construir um ponto de entrada e saída na margem do Montijo e de Lisboa para responder às características do transporte de TGV ou de Mercadorias, esta à partida apresenta-se como a solução mais económica, podendo vir a se instalar a estação de TGV na zona do RALIS em Lisboa.
Nunca pensaram nisto porque a orientação política até agora têm sido o de construir a TTT a partir do Barreiro. Se puseram o comboio na Ponte 25 de Abril, porque não fazer o mesmo na Ponte Vasco da Gama?
Se aumentarmos as ligações entre as margens de Lisboa e Península de Setúbal, estaremos a promover o crescimento do sector imobiliário e as deslocações pendulares. A via a seguir é o de diminuir este tipo de migrações diárias, especialmente com o elevado custo do transporte pessoal hoje em dia. Isso só se consegue com a restrição à sua utilização e à instalação de indústria ou serviços na margem a Sul do Tejo para melhorar a oferta de emprego nesta zona, tornando a zona AMLisboa "independente" da zona AMSetúbal.
2008-02-29
O petróleo está caro?
- Andar a pé - ando 10 minutos a pé todos os dias do carro para o trabalho.
- Pedalar a bicicleta - o que é obrigatório para quem faz BTT XCountry.
- Usar transportes públicos - especialmente o Alfa Pendular quando tenho que ir ao Norte.
- Mudar os hábitos de trabalho e pessoais - faço algum teletrabalho e férias com o mínimo de deslocações.
- Adquirir veículos híbridos eléctricos que gastam menos 25% de gasolina - embora ainda sejam muito caros.
- Converter o carro a gasolina para GPL, com poupança de 30% e recuperação do investimento em 1 ano - uma alternativa embora use compostos mais pesados que o Gás Natural e tenha restrições de estacionamento.
- Adquirir um carro bi ou tetra-fuel, como os novos Fiat "Natural Power" que chega a mais de 40% de poupança e que não têm restrições em PARQUES de ESTACIONAMENTO - ora aqui está uma boa opção, só falta é haver uma bomba de Gás Natural aberta ao público aqui na AML. Olha, que chatice, não há!
O poder político - e incluo a oposição porque devia ter um papel a desempenhar - devem realizar as necessárias mudanças que incentivem a utilização de mobilidades alternativas e diminuam a dependência do petróleo - é difícil imaginar que 60% da energia gasta na área metropolitana de Lisboa, e que inclui Oeiras, é da responsabilidade de Transportes Terrestres a gasolina e a gasóleo. Mas é verdade. A poupança seria brutal.
A Suécia e a Suíça estão no bom caminho. Através de incentivos à população e de CONSENSO político, puseram em marcha a revolução verde nos automóveis. E nós andamos distraídos com insignificâncias e insultos partidários. Deve ser isto a que está reduzida a dimensão política nacional. Mas que democracia é esta? "For the politics" em vez de ser "For the people"?
Porque não uma política local que dá descontos de 50% em parques municipais a quem têm carros híbridos, a bio-diesel, eléctricos ou a gás natural? Implementar em parceria pública-privada uma rede de abastecimento de gás natural e bio-diesel aberta ao público, como há em Braga, com um custo de 55 cêntimos + IVA por metro cúbico? Reduzir o IUC para quem converter o seu carro para combustíveis alternativos menos poluentes? Ou mesmo subsidiar a sua conversão? Lá se ia o cartel do petróleo a operar em Portugal.
Mais novidades:
P.S.: Se não há hipótese em mudar para um veículo mais ecológico, aqui vai um exemplo como se pode poupar no ambiente, em casa. Desde que mudei de um T6 com fachadas viradas a Nascente e a Poente para um T3 virado completamente a Sul e com boa exposição solar, deixei de ter que usar aquecedores eléctricos o ano inteiro, o que cortou para 50% a factura eléctrica anual. Desde que mudei a iluminação para lâmpadas economizadoras, ter instalado tomadas com interruptores gerais para os equipamentos eléctricos e mudado o frigorífico para um novo e mais eficiente, o consumo eléctrico diminuiu mais 35%. Desde que realizei a manutenção do esquentador doméstico, o consumo de gás diminuiu 10%. Com painéis solares térmicos a poupança chega aos 70%. Desde que instalei ponteiras novas para as torneiras e um novo autoclismo, o consumo de água diminuiu 25%. A facturação passou a ser electrónica, com medições automáticas e sem papel. Com a separação de resíduos, vou só uma vez por semana ao ecoponto/contentor de lixo. É fácil poupar na factura energética, na carteira, no ambiente e ter mais tempo livre. É só querer.
2008-02-24
2008-02-19
Financiamento ilegal relativo às autárquicas de 2001
O Tribunal Constitucional divulgou hoje que decidiu multar o PSD numa coima de 35 mil euros, no caso do financiamento ilegal realizado pela Somague, nas eleições autárquicas de 2001. A este valor acrescem os 233.415 euros que o PSD recebeu de apoio indirecto daquela empresa, através do pagamento de material de campanha, e que terá de entregar ao Estado. Quanto à Somague foi condenada a pagar 600 mil euros.
No que respeita à responsabilização individual, o Tribunal Constitucional, que deliberou a 13 de Fevereiro sobre o assunto, condenou José Luís Vieira de Castro[independentemente de ser militante do meu partido, não faço confusões, não me ponho a dizer que o respeito muito, que o tenho em elevada consideração, acho que foi um mau profissional e foi responsável pelo financiamento ilegal. Não me ponho a "dar palmadinhas nas costas" só porque ele está a passar um mau bocado, uma pessoa que comete uma ilegalidade destas não deve ter lugar no meu partido, ponto final], secretário-geral adjunto para a área administrativa e financeira do PSD, fixando-lhe uma multa de 10 mil euros, o mesmo montante que Diogo Vaz Guedes, presidente do Conselho de Administração da Somague terá de pagar.
José Luís Arnaut, secretário-geral do PSD na altura, embora tenha sido acusado pelo Ministério Público, viu o TC retirar-lhe qualquer responsabilidade no caso.
Este é o primeiro caso de financiamento ilegal de um partido político[e mais irão de vir, de 2005]
Coimas poderiam ter sido mais elevadas
O TC num acórdão de Junho passado afirmava terem sido confirmados, de forma cabal, os indícios de que o PSD havia recebido um donativo indirecto – e ilegal – por parte da Somague, através da liquidação de uma despesa de 233.415 euros à firma Novodesign, que produziu diverso material propagandístico para o partido [vocês nem imaginam o trabalho por trás para provar isto, e foi quase por acaso, no âmbito de outro processo a correr em paralelo].
As coimas agora fixadas poderiam ter sido bem mais elevadas. A lei admite uma multa máxima, para processos semelhantes, no caso do PSD, de 139.200 euros, mais o montante do donativo, no caso 233.415 (o que perfaz um total de 372,615 euros). No respeita à Somague esse valor poderia ascender a 1.167.075 euros.
O tribunal decidiu arquivar o processo movido contra a Brandia Central – Design e Comunicação, actual denominação da Novodesign, e contra o seu administrador, contra José Luís Arnaut Duarte e José Manuel de Matos Rosa [não houve provas], nomeado secretário-geral adjunto para a área financeira do PSD em 23 de Abril de 2002, bem como Luís da Silva Santos e Nuno Ribeiro da Silva, ambos administradores executivos da Somague, no ano de 2002.
Eu sou mais radical, preferia que o partido que recebesse uma condenação destas não fosse multado, mas proibido de concorrer nas próximas eleições como força partidária - é que 250 mil euros são "rapidamente" recuperados após estar no poder... É uma medida extrema, mas obrigaria a que todo o financiamento partidário fosse transparente e de um modo profissional. É uma questão de Estado. Não se pode colocar no governo uma entidade que vai prestar um serviço público e que para chegar a tal, quebrou a lei.
Não acredito nas explicações da actual direcção do PSD. Seguem pelo mesmo caminho. Antes defenderam sem um pingo de vergonha que as Secções deveriam ter "rédea solta" no que concerne ao "auto-financiamento" - entenda-se o recebimento de donativos financeiros de empresas e o pagamento arbitrário de todas as quotas dos militantes - esta última foi a medida que deu mais nas vistas, mas a outra é principalmente aquela que cobre os gastos partidários das Secções.
Eu não viro a cara a estas questões. Não tenho problema nenhum em admitir que o PSD actualmente é o partido que menos mexe no campo ideológico. Possivelmente, será o partido mais corrupto e com mais corruptos em Portugal. De nada vale estar a esconder ou a apontar o dedo aos outros partidos. Ou o PSD muda de vida ou sou eu que me vou embora.
2008-02-16
2008-02-05
Política Suja
Da minha experiência como cidadão exercendo uma consciência política activa - isto é, não sou nenhum idiota que acredita em tudo o que lhe dizem nem ando a viver de tachos - os políticos têm um percurso cheio de episódios amargos. Até me parece um autêntico calvário. Admito que há pessoas com qualidades políticas bem superiores à maior parte dos que andam por aí nos gabinetes do poder, mas que acabam por desistir prematuramente porque não se sintonizam com a máquina partidária.
Quanto aos políticos, esses, há sempre maus exemplos, como os que recorreram ao Tribunal Constitucional apelando ao seu direito de privacidade e violando dessa maneira o desígnio da lei de combate à corrupção, para que não tenham que tornar público quanto têm, quanto ganham, durante os anos que exercem uma actividade política, pública e sujeita a discriminação por outrem. Ser político não é uma actividade profissional normal. Uns quantos acham que ser político é ser líder. Outros refugiam-se no gabinete e esquecem-se que foram eleitos com base num projecto. Um ou outro, dificilmente continuariam no lugar que estão se não apresentassem resultados. E por incrível que pareça, estes dependem mais dos outros do que deles próprios.
Não há segurança neste "emprego", embora conheça bastantes casos em que há sempre alguém que arranja um lugar numa empresa privada ou mesmo pública, no concelho ao lado para quem perdeu as últimas eleições. As remunerações e a pensão de reforma são absolutamente extraordinárias em comparação com a média praticada em Portugal, face às responsabilidades (não) assumidas e trabalho (pretensamente) efectuado. Para bem de Portugal.
Depois há os que abraçam a vida pública com todas as suas nuances, conseguem - ou não - marcar o seu lugar na arena política. E por isso são vítimas de inveja, perseguições, calúnias, etc. Isto vêm com o território e parece-me que não há volta a dar. Mesmo.
Um exemplo é Macário Correia. Veio hoje a público que um processo contra ele foi arquivado pelo Ministério Público. Só agora é que se revelou o porquê do processo de coacção e a história por trás que motivou um outro de assédio sexual, estando tudo em segredo de justiça, sob investigação, blá blá blá, até agora. Nada que evite ser atacado por causa disso. Lembro-me vividamente que durante as directas do PSD, por ser apoiante de Luís Marques Mendes, foi publicamente atacado. Fazer isto é mais baixo que um golpe baixo. É desprezível, miserável, abjecto. Não importa se era um processo sem pernas para andar. O que importava eram os danos que se podia causar na candidatura adversária. Mesmo que seja uma mentira muito conveniente.
É por isso que acho que os princípios foram derrotados quando Menezes ganhou o PSD. No momento que este tipo de comportamentos são tolerados internamente, toda a classe política fica desprestigiada. E também é por isso que compreendo quando me dizem que os políticos são "todos a mesma merda".
O Ministério Público arquivou um processo por alegados maus-tratos e coacção a um trabalhador da Câmara local contra Macário Correia, liderado pela mesma advogada que acusa o autarca de assédio sexual a uma funcionária, soube hoje a Lusa.
Em despacho datado da passada quinta-feira, o Ministério Público de Tavira considera que não ficou provado que o autarca tivesse maltratado um fiscal da câmara, que o acusava também de injúria, ameaça e abuso de poder.
O fiscal é defendido pela advogada Vera Thellier, causídica que, num outro processo, defende uma antiga jurista da Câmara, Teresa Sequeira, que acusa o presidente da Câmara de Tavira de abuso sexual.
Em declarações à Lusa, Macário Correia associou os dois casos, dizendo-se "alvo de injúrias, calúnias e difamação ao mais pequeno pretexto" por parte da advogada, que acusa de ter "uma prática ilegal e comportamentos anti-sociais".
O autarca sustenta que a associação da advogada aos dois casos é uma tentativa de vingança pelo facto de a Câmara ter embargado uma obra ilegal em seu nome, em Novembro de 2005, que, adiantou, deverá ser demolida nos próximos dias.
"A forma de vingança é arranjar os mais ínfimos pretextos para que funcionários da Câmara ponham em andamento processos contra mim, pelas mais variadas razões", disse.
O autarca manifestou-se "triste e revoltado" com a "atitude persecutória" da advogada, que "vai buscar situações sem qualquer fundamento, como o presente, alvo de arquivamento pelo Ministério Público".
O caso arquivado remonta a Novembro passado, quando o fiscal queixoso e uma sua colega se recusaram a deslocar-se à estrada de acesso às instalações de uma empresa, no sítio de Vale Caranguejo, que se encontraria enlameada.
Os fiscais justificaram a desobediência com o facto de no dia anterior já se terem deslocado àquele local, relevando informações da sua chefe, segundo as quais o caminho estava mesmo sujo de lama.
Perante a recusa dos fiscais em obedecer a uma ordem sua, a responsável máxima dos serviços de fiscalização da Câmara levou o caso ao presidente, acompanhado por fotos tiradas por si.
No mesmo dia, Macário Correia despachava uma informação em que acusava os fiscais de "incompetência e falta de profissionalismo" e ameaçava os funcionários de procedimento disciplinar se em 24 horas não fosse feita uma informação "digna e correcta".
Ainda no mesmo dia, e perante uma ordem de Macário Correia em que se ordenava a execução de um auto à empresa em causa, o queixoso faz nova informação, que considera um eventual auto de notícia um acto ilegal e por isso nulo", razão pela qual se recusa a obedecer à ordem "sob pena de estar ele próprio a infringir a lei".
O queixoso informa ainda que, "contendo a ordem uma ameaça e coacção à pessoa do signatário, tomou já este as medidas necessárias para defesa dos seus direitos, tendo entregue o assunto à sua advogada Dra. Vera Thellier, a qual já está a diligenciar na conformidade".
Perante a assumida desobediência, Macário Correia ordenou então a abertura de um processo disciplinar.
No despacho de 31 de Janeiro, o Ministério Público considera sem fundamento a acusação segundo a qual Macário proferiu injúrias, bem como de que tenha havido maus-tratos ou crimes de ameaça e coacção.
Quanto à acusação de abuso de poder, alega o procurador-adjunto do Ministério Público de Tavira que, "no dia em que o superior hierárquico não puder instaurar um procedimento disciplinar a um subalterno que em 'letras gordas' lhe disse que desobedecia a um seu comando porque o considera ilegal e nulo, então é o próprio Estado que ruiu".
2008-01-25
Como lidar com os Lobbies?
Mais informações ver aqui!
2008-01-20
Da Natureza das Coisas dentro do PPD/PSD
Marques Mendes forçou a demissão de Carmona Rodrigues devido ao escândalo BragaParques. Foi muito criticado dentro do partido por ter tomado esta decisão que levou à perda da maior câmara municipal e a que mais notoriedade têm a nível nacional. Foi o que se viu e deu no que deu. Afinal, tinha razão. Marques Mendes preferiu respeitar os princípios democráticos, não andasse ele a defender o racionalismo humanista dentro do partido, coisa aliás completamente "démodé" e que não cativou os militantes.
E Menezes? Se fosse ele preferia manter o status quo, os cargos, os tachos, as assessorias, os favores pessoais, a capacidade de influenciar decisões que não são mais que a protecção de interesses económicos, do que a clareza democrática. Acho que Menezes "cuspiu" nos lisboetas. Isto têm que ficar claro! Menezes se estivesse na mesma situação preferia manter o poder autárquico que ir a votos. É por isto que não acredito que abra mão do partido e convoque directas antes de 2009. Têm que ser forçado a tal. E isso não é impossível de acontecer. Já aconteceu e pode voltar a acontecer.
Ninguém no seu perfeito juízo poderia dizer que Lisboa ficou a ganhar com o negócio ParqueMayer/FeiraPopular. Foram quase 14 milhões de euros de prejuízo. Actualmente, o PPD/PSD, completamente ausente da cena política em Lisboa, está a enveredar por uma estratégia de contenção de danos, não assumindo responsabilidades com a história - os dirigentes podem mudar, mas têm que viver com a história do partido - não lutando pelo programa apresentado nas urnas, e é um dado adquirido que nas próximas eleições o alcaide vai continuar a ser socialista. Fernando Negrão está completamente subalternizado dentro do Partido, não se irá recandidatar e é garantido que sairá de cena da política nacional dentro de 1 ano. A luta pela Distrital de Setúbal correu-lhe mal e voltar a Setúbal está fora de questão.
Um à-parte, a mesma história não se passa noutras câmaras municipais onde autarcas que são arguidos ou sob suspeita de crimes de corrupção e afins, não são remodelados pelas direcções do partido. A estas não lhes interessa porque não prejudica a imagem do partido a nível nacional. Mas Lisboa já é diferente. Fica o reparo.
O agora líder do PPD/PSD anda a falar em baixar os impostos. Já é a terceira vez que muda de discurso. Que tipo de primeiro-ministro seria ele se nem consegue apresentar um discurso coerente, uma ideia para o país, a defesa de bandeiras com que se apresentou na liderança do partido.
- Longa vida à Ota. Passou a ser Alcochete. Já agora, o custo de aquisição de terrenos na Ota a serem pagos pelo Estado eram cerca de 150 milhões de euros. Em Alcochete o custo previsto pelo LNEC a pagar pelas expropriações é cerca de 242 milhões de euros. Então não andavam a dizer que a aquisição de terrenos era "a custo zero" em Alcochete? Pois é...
- Na Saúde defende a privatização do sector. Mas foi a Anadia aproveitar-se da situação, puxou dos galões de médico mas levou um "puxão-de-orelhas" de uma multidão que está farta de políticos que cobram e não cumprem promessas. Diz que está contra mas não é capaz de apresentar uma alternativa. Está à espera que o Cunha Vaz e Associados lhe diga o que deve dizer.
- IVA, IRS, IRC, vai tudo abaixo segundo o Menezes. Antes não era o caminho a seguir, estava - ou está, ninguém sabe! - com a política fiscal de José Sócrates, contestava o raciocínio de Marques Mendes, agora tomou-lhe a bandeira de assalto.
- Afirmou nas directas que as distritais é que escolhem os seus representantes no Parlamento. Caiu por terra após um dos seus vice ameaçar silenciar militantes incómodos à liderança do partido, retirando-os da lista do PSD nas próximas legislativas.
Golden Palace, India
Carregam 5 símbolos: Keesh - turbante, kachha - calças largas, kangha - pente de madeira, kara - bracelete metálica, e kirpan - uma espada simbólica que relembra o dever de cada indivíduo em lutar contra a tirania e proteger os mais fracos.
2008-01-15
Retratos de Portugal
Carlos Ferreira ganhou a liderança do BCP. Acho que foi uma boa escolha por parte dos accionistas. Esta é uma matéria que só a eles lhes diz respeito. Mas nem tudo correu bem.
Num processo que tomou contornos políticos, tivemos pela primeira vez um líder do PSD a meter cunhas em público para favorecer militantes ou simpatizantes do PSD para o BCP, apoiando a lista de Cadilhe e restantes reformados para tutelar o maior banco privado de Portugal. Ainda bem que foi derrotado senão tinhamos um lar de terceira idade num banco que necessita de discrição e de uma gestão de alto nível.
Claramente, o poder político deve ser independente do económico, e vice-versa. Não é visto com bons olhos, em países desenvolvidos e capitalistas, a interferência de partidos políticos na gestão interna de empresas privadas. Mas não é a primeira vez que isto acontece.
A Somague financiou o PSD - caso das facturas - e esta empresa é accionista da LusoPonte, ao qual é presidida por Ferreira do Amaral, antigo ministro das obras públicas pelo PSD e que concessionou - beneficiou - a LusoPonte com um contrato milionário. Favores com favores se pagam. Isto dava um belo caso de polícia, se houvessem leis que proibissem ministros de assumirem cargos sociais em empresas envolvidas em contratos com o seu ministério. Mas o PSD não está para aí virado.
Não me revejo no PPD/PSD de luis filipe menezes. Já começaram a surgir declarações de outros sociais-democratas, descontentes com o nível e a baixaria que menezes começou a impôr no partido. Este já anda muito preocupado e quer silenciar a oposição. Desde a reacção excessiva do seu presidente de mesa acerca de um inocente almoço até à declaração do pitbull preferido de menezes, "quem quer ser deputado do PSD" nas próximas eleições. Não conseguirão. Vamos ver se menezes se aguenta em mais 100 dias na liderança. Eu cá acho que não.
No dossier Cravinho não se refere directamente ao investimento do Grupo Espírito Santo, o Portucale - Ribagolfe. Fica mesmo ao lado do Campo de Tiro de Alcochete.
Também não refere a Herdade da Comporta, o TroiaResort, entre outros também em Grândola e que ficam a ganhar com a proximidade do centro aeroportuário. Também não referiu os projectos urbanísticos na península de Setúbal, no Vale da Rosa, ou em Pinhal Novo, prontos a criar moradias para mais umas centenas de milhares de portugueses.
Se fosse na Ota, esses desenvolvimentos seriam muito limitados devido à ocupação presente do território. Em Alcochete, não há problemas, há bastante espaço para a indústria do imobiliário, a actividade que mais dá dinheiro a ganhar e que menos contribui para o progresso nacional. A decisão pró-C.T.A. foi uma clara cedência a estes interesses e aos lobbies que os promovem. Estes só os promovem porque têm cobertura há décadas por parte do Estado. E os erros pagar-se-ão caro a longo prazo.